page view

Fenprof admite recorrer a tribunal para ter dados sobre alunos sem aulas

Mário Nogueira disse existirem várias ações do plano "Mais Aulas Mais Sucesso", que definiu 15 medidas, cujo "impacto ainda se desconhece".

18 de dezembro de 2024 às 14:40

A Federação Nacional dos Professores admite recorrer ao tribunal para ter acesso aos resultados das medidas implementadas pelo Governo para reduzir o número de alunos sem aulas, que tem vindo a solicitar à tutela sem sucesso.

"Amanhã termina o prazo para o ministério responder. Se não o fizer, à Fenprof vai recorrer a intimação judicial para obter a informação requerida", anunciou Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira para fazer um balanço sobre a falta de professores nas escolas no primeiro período de aulas, que terminou na terça-feira.

Em declarações aos jornalistas, Mário Nogueira disse existirem várias ações do plano "Mais Aulas Mais Sucesso", que definiu 15 medidas, cujo "impacto ainda se desconhece".

A Fenprof solicitou ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) dados sobre os resultados de várias medidas, como a que prevê a possibilidade de contratação de docentes do ensino superior e investigadores para dar aulas nas escolas do ensino básico e secundário, assim como de doutorados e mestres com habilitação própria, bolseiros de doutoramento ou imigrantes devidamente qualificados.

"Até hoje, essa informação ainda não foi recebida", criticou Mário Nogueira, revelando que, na quinta-feira, "expira o prazo previsto no Código de Procedimento Administrativo para o ministério responder" e nessa altura a Fenprof irá avançar com uma intimação judicial.

Já sobre as restantes medidas, cujos resultados são conhecidos, a Fenprof apontou "falta de eficácia" e acusou a tutela de "falta de ambição".

Dos mil docentes que o MECI previa que adiassem temporariamente a reforma, apenas 285 o aceitaram fazer, assim como só entraram para o sistema 265 novos professores através do concurso externo extraordinário que abriu 2309 vagas, apontou Mário Nogueira.

Se apenas 63 docentes já aposentados aceitaram regressar ao ensino, sendo pagos para o fazer, a Fenprof diz ter "poucas dúvidas" que haja docentes interessados em voltar para as escolas em regime de voluntariado, tal como previsto no plano "Aprender + Agora" (A+A).

O plano A+A prevê que estes aposentados possam apoiar os alunos em risco de insucesso escolar ou ajudar os jovens professores, que agora estão a chegar às escolas.

Mário Nogueira recordou que continua a haver uma grande redução efetiva de professores nas escolas, em resultado da diferença entre os jovens que começam a dar aulas e os que se aposentam, que só este ano civil estarão próximo dos quatro mil.

A falta de professores "está a levar a contratação do maior número de sempre de docentes com habilitação própria", alertou Mário Nogueira, apontando para cerca de quatro mil pessoas nas escolas a dar aulas sem habilitação para a docência.

Mário Nogueira diz que estas pessoas são contratadas como "técnicos especializados" e a "administração educativa admite qe alunos sejam avaliados por pessoas sem qualquer tipo de habilitação para a docência".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8