Momento aconteceu esta terça-feira no Palácio de Belém.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou esta terça-feira Graça Freitas com a Cruz da Ordem de Mérito, no Palácio de Belém e destacou a sua dedicação à causa pública de "muitos anos", mas sobretudo durante os anos da pandemia.
"Uma capacidade para tudo aguentar quase sem limite. E era uma provação diária. Todos os dias, a horas que eram conhecidas - às vezes variavam para se ter os últimos dados da situação -, os portugueses esperavam as notícias dadas pela Dra. Graça Freitas. Passou a ser um elemento da família, de todas as famílias portuguesas", afirmou o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia.
"Esta condecoração é também para a Direção-Geral da Saúde, para os meus colegas e para todos os profissionais de saúde", referiu Graça Freitas aos jornalistas.
A líder da Direção-Geral da Saúde durante a pandemia admitiu que pode ter cometido "alguns erros" durante o mandato na DGS e que houve alguns dias que sentiu "um bocadinho mais cansada", ainda assim não se esqueceu que era médica durante estes anos.
"Eu fui transmitindo aquilo que a ciência me transmitia", assegurou sobre a pandemia da Covid-19.
Graça Freitas, que terminou o mandato no final do ano, manifestou a vontade junto do Ministério da Saúde de não renovar a nomeação, mas assegurou que permaneceria no cargo até ser substituída.
Fazendo uma referência à saída de Graça Freitas da Direção-geral da Saúde (DGS), ao fim de vários anos na instituição, os últimos quatros como diretora-geral, o chefe de Estado enalteceu o seu trabalho dedicado à causa pública, defendendo que "tem de ser reconhecido".
"No momento em que se avizinha a sua saída da função pública, que não a sua saída da memória de todos nós, porque mesmo aqueles que a criticaram imenso, ou aproveitaram para fazer sobre si rábulas humorísticas, ou fizeram recair sobre si as suas indignações ou os seus cansaços, todos reconhecem que, no momento crucial, estava lá. Nunca se negou a dar a cara e isso tem de ser reconhecido", declarou.
"É por isso que vou entregar-lhe as insígnias da grã-cruz da Ordem do Mérito, como agradecimento de Portugal, dos portugueses, todos eles, por uma dedicação à causa pública de muitos anos, mas, sobretudo, uma dedicação em dois anos que valeram por uma eternidade", vincou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, Graça Freitas disse que a condecoração foi "uma honra e um privilégio" que o presidente da República lhe quis conceder e ao qual ficou "muito grata" por o ter feito.
Questionada sobre se estava à espera deste reconhecimento, disse que não, sublinhando que apenas fez o seu papel enquanto diretora-geral "numa época absolutamente excecional".
"E, portanto, fi-lo porque fazia parte das minhas funções como cidadã e como médica de saúde pública e como diretora-geral da Saúde", afirmou Graça Freitas, considerando que fez tudo para cumprir o seu papel.
A diretora-geral da Saúde destacou também o papel desempenhado pelo país e pelo povo como coletivo.
"Estamos hoje, três anos depois de ter começado a pandemia, com as nossas vidas equilibradas do ponto de vista sanitário, do ponto de vista social e do ponto de vista também económico, com grandes desafios, mas superamos todos juntos, o que foi uma provação difícil, coletiva, que foi a pandemia para todos no nosso país, a nível europeu e a nível mundial", declarou.
Relativamente a algumas polémicas que ocorreram no início da pandemia, Graça Freitas comentou que nesta altura e durante alguns meses se atravessaram duas circunstâncias "absolutamente excecionais": a rapidez com que os acontecimentos se sucederam e o grau de incerteza com que os acontecimentos se verificaram.
"E a ciência tem um tempo e esse tempo é demorado e, portanto, eu fui transmitindo em cada dia e em cada momento o que a ciência também me transmitia e o que as organizações internacionais de saúde (...) também nos transmitiam", referiu.
Portanto, disse, "é óbvio que numa altura em que o desconhecido era muito grande e aconteciam coisas diferentes todos os dias, não foi possível transmitir sempre, se calhar, a mensagem mais acertada, mas era a que nós na altura sabíamos de acordo com o que as nossas instituições nos diziam".
"Posso ter cometido alguns erros e ter sido menos feliz nalguns dias, mas não houve nunca a intenção de fazer mal", frisou.
Realçou ainda o esforço feito pelos colegas de saúde pública da DGS e pelos profissionais de saúde em geral.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.