page view

Greve total dos mestres da Soflusa leva à supressão de 40 carreiras

De acordo com Carlos Costa, da Fectrans, esta quinta-feira o ambiente manteve-se tranquilo nos terminais fluviais.

23 de maio de 2019 às 14:09

A Soflusa confirmou esta quinta-feira a adesão de 100% dos mestres da empresa à greve pela contratação de mais profissionais, o que, no primeiro dia, levou à supressão de 40 ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.

Numa resposta enviada à Lusa, a empresa avançou que todos os mestres (21 trabalhadores) aderiram à paralisação parcial, de três horas por turno, o que coincide com a informação dada esta manhã pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

Segundo a Soflusa, o serviço está a funcionar com perturbações e, entre as 05h50 e as 09h15, "foram suprimidas 40 carreiras".

Já na quinta-feira, a empresa tinha admitido que as ligações entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa, iriam estar condicionadas no período de greve, esta quinta e sexta-feira, funcionando apenas entre a 00h00 e a 01h30, às 05h05, das 09h30 às 17h45 e das 22h00 às 23h30.

No entanto, nestes períodos serão suprimidas ligações adicionais em ambos os terminais, entre as 14h55 e as 17h45, segundo comunicado divulgado na sua página da internet.

De acordo com Carlos Costa, da Fectrans, esta quinta-feira o ambiente manteve-se tranquilo nos terminais fluviais e "não existiu qualquer conflito" com os passageiros.

Também José Encarnação, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro, disse à Lusa que "não houve confusão", apesar de, pouco antes das 09:30, se encontrarem no local "mais de 500 pessoas" a aguardar a primeira ligação.

"Começa a aproximar-se agora a hora do início da primeira carreira, às 09:30, mas não houve confusão porque uma grande parte das pessoas estavam informadas e foram encontrando alternativas", afirmou.

Na quarta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, a Fectrans anunciou que as negociações na empresa vão ser reabertas, contudo, não foi o suficiente para pôr termo à greve.

"As negociações não foram reabertas para a questão específica. Houve uma reabertura, uma espécie de pré-conclusão sobre o que já se tinha acordado sobre o regulamento de carreiras, mas sobre a questão específica dos mestres, não. Não foi falada qualquer coisa", revelou o sindicalista Carlos Costa.

Na reunião foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.

Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de "reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos", a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem à abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre o Barreiro e Lisboa.

Apesar desta promessa, o sindicalista referiu que "a valorização da categoria de mestre não foi falada".

Os mestres da empresa começam também esta quinta-feira uma greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até final do ano, devido à "falta de profissionais".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8