Oito horas num dia é o tempo médio necessário para o transplante capilar. Não será muito tendo em conta que a técnica implica extrair os fios do cabelo de um lado da cabeça, na nuca, e implantá-los – um a um – onde mais falta fazem. Trezentos portugueses, na maioria homens, submeteram-se a um implante nos últimos dois anos e meio. A intervenção custa entre 2600 e 7800 euros, consoante a quantidade de cabelo a implantar (1100 ou 4400).<br/><br/>
A técnica de transplante capilar sem recurso a bisturi ou cortes na pele foi trazida para Portugal por Carlos Silva, director da clínica CM2C, Centro Médico de Microtransplante Capilar. "Há unidades que optam por tirar vários folículos – cápsula de gordura onde nasce o cabelo – ao mesmo tempo, o que pode deixar cicatriz, porque o punch – instrumento para extrair o folículo – usado por outros especialistas retira quatro a cinco folículos em simultâneo."
Segundo Carlos Silva, a inovação da técnica reside nos instrumentos usados na clínica, com 0.8 a um milímetro de diâmetro, que retiram só um folículo de cada vez.
Antes do implante, os cabelos são extraídos da cápsula de gordura, tarefa feita ao microscópio, limpos da pele e só depois são implantados. Regra geral, os folículos têm um ou dois cabelos.
Quem recorre a esta técnica, considera o dinheiro bem empregue. É o caso de Paulo C., 37 anos, comercial, que deixou o CM espreitar a sua segunda operação. Está deitado de barriga para baixo, na marquesa, dando a nuca à médica, que vai extraindo os folículos um a um. A etapa seguinte é o implante.
É a segunda vez que faz o transplante capilar, para delinear melhor a linha da frente. "Tinha umas entradas grandes e o transplante melhorou muito a minha auto-estima, ajudando-me a nível pessoal e profissional."
Paulo C. conta que investigou na internet os métodos de transplante de cabelo, mas optou por este. "Estou plenamente satisfeito com os resultados. É fantástico."
MAIS DIFÍCIL FAZER O TRANSPLANTE NA MULHER
A grande maioria (80 por cento) das pessoas que procura o transplante capilar são homens, entre 30 e 40 anos. Cerca de 60 mulheres já procuraram melhorar o problema da falta de cabelo, mas, no caso feminino, é mais complicado e muitas vezes não tem solução. Segundo Carlos Silva, da CM2C, a maioria das mulheres não tem cabelo em quantidade suficiente na nuca ou na parte lateral para poder ser transplantado em cima. Alguns homens com pouco cabelo que procuraram ajuda são muito jovens, com 17 e 18 anos. O fio do cabelo cresce no folículo, espécie de cápsula, tal como a imagem ao microscópio mostra. A calvície é irreversível, mas há alguns medicamentos que ajudam a adiar a queda.
"HÁ CÓDIGOS GENÉTICOS DIFERENTES NA CABNEÇA" (Carlos Silva, Director da clínica CM2C)
Correio da Manhã – Como importou esta técnica de transplante de cabelo?
Carlos Silva – Soube que esta técnica estava a ser praticada na Grécia. Fui lá com a minha equipa, médicas e enfermeiras, receber formação.
– Porque diz que é inovadora?
– Não implica tirar partes da pele para o implante. Fazemos o transplante do cabelo da própria pessoa. O cabelo é extraído da zona da nuca e parte lateral da cabeça, através de um folículo, e depois o cabelo é transplantado, fio a fio, onde faz falta.
– Porque é que o cabelo cai em cima e não na nuca?
– Porque essas duas zonas da cabeça têm códigos genéticos diferentes.
– Há pessoas que não podem fazer transplantes capilares. A quem está contra-indicado?
– Não há contra-indicações. Se a pessoa tiver uma doença controlada, pode fazer o transplante.
NOTAS
O SEGREDO DO PUNCH
Os punch são os instrumentos usados para extrair o folículo (saco de gordura). O segredo está em retirar um folículo de cada vez.
140 MIL POR CABEÇA
O cabelo cresce um a dois centímetros por mês. Em média, cada pessoa tem 140 mil cabelos e perde entre 50 a cem por dia.
POR QUE CAI
Vários factores contribuem para a queda do cabelo, entre eles o stress, má nutrição, desequilíbrios hormonais e bactérias.
O MEU CASO: "OS MILAGRES ACONTECEM"
As grandes entradas noc abelo, uma característica dos homens na família, não eram um problema para a sua imagem ou para a auto-estima, mas Quimbé decidiu-se pelo transplante capilar para as disfarçar. Depois de muito hesitar sobre se haveria de avançar para a intervenção, decidiu-se. Foi há quatro meses e hoje já diz que "os milagres acontecem".
Ao CM, o actor e apresentador de televisão Quimbé conta os motivos que o levaram a submeter-se a este tipo de intervenção. "Nós, actores, temos de ser flexíveis e vivemos muito da imagem, do nosso corpo, que é a nossa ferramenta de trabalho. Temos de ser versáteis para podermos desempenhar vários personagens. Se ficarmos carecas, temos esse handicap que nos limita nos papéis e na interpretação. Comecei a pensar que devia fazer alguma coisa quanto a tratar as entradas, mas as outras técnicas não me seduziram."
E não seduziram porque Quimbé receava que alguma coisa corresse mal. "Se ficasse com cicatrizes, o que aconteceria comigo em termos de carreira? Não queria arriscar. Fiquei a saber desta técnica através de um artigo que li numa revista. Ao saber que não deixa cicatrizes e depois de muito hesitar e ponderar bem sobre o assunto, decidi fazer e estou muito satisfeito. Afinal, os milagres acontecem."
"A minha mãe, quando me viu pela primeira vez, ficou chocada. Não se lembrava de mim com tanto cabelo", diz a sorrir. Quimbé está feliz com o novo visual, que implicou um transplante, durante dois dias, de quatro mil cabelos.
PERFIL
Quimbé, 35 anos, é actor e apresentador de programas televisivos. No seu currículo constam participações no teatro, cinema, televisão, publicidade, dobragens, voz off e locuções na rádio. Nos últimos trabalhos, constam a participação na peça musical ‘Victor Victoria’, e na curta-metragem ‘Feliz’.
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