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Irritou os juízes ao culpar marido

Júlia Paula Lobo alega que era vítima de violência doméstica.

17 de fevereiro de 2016 às 09:27

Sem sentido. As declarações de Júlia Paula Lobo, acusada de um homicídio em Felgueiras, em abril de 2014, marcaram esta terça-feira o julgamento, no Tribunal de Penafiel. No dia que estava reservado para a leitura da sentença, a arguida disse que queria falar e a sessão foi reaberta. Mas a versão que apresentou foi marcada por contradições e levou o Ministério Público a dizer que os indícios da culpa foram reforçados.

"Não tive nada a ver com o homicídio. Fui com ele [ao assalto] porque ele me obrigou. Mas eu não sabia que ele ia matar. Nunca pensei que era capaz", garantiu a mulher ao coletivo de juízes.

As perguntas sucederam-se. "Quando soube que ele tinha matado uma pessoa, porque é que não o denunciou? Assim ele seria preso e nunca mais lhe faria mal", perguntou o juiz-presidente, que foi mais longe: "E casou-se com ele mesmo sabendo que ele já tinha cometido um homicídio?".

Este segundo crime terá sido cometido dois anos antes. Foi em Joane, Famalicão, e a vítima foi uma idosa, Odete Castro. Por este homicídio, o sobrinho da vítima, Armindo Castro, esteve em prisão preventiva durante mais de dois anos.

"A confissão do seu marido é diferente da sua. Ele assume ter cometido os crimes, enquanto a senhora prefere culpá-lo", disse depois o juiz, que realçou que sem a confissão de Artur Gomes este caso nunca tinha sido esclarecido. "A Polícia Judiciária não fazia a mínima ideia. Até havia outra pessoa já presa e condenada."

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