Júlia Paula Lobo alega que era vítima de violência doméstica.
Sem sentido. As declarações de Júlia Paula Lobo, acusada de um homicídio em Felgueiras, em abril de 2014, marcaram esta terça-feira o julgamento, no Tribunal de Penafiel. No dia que estava reservado para a leitura da sentença, a arguida disse que queria falar e a sessão foi reaberta. Mas a versão que apresentou foi marcada por contradições e levou o Ministério Público a dizer que os indícios da culpa foram reforçados.
"Não tive nada a ver com o homicídio. Fui com ele [ao assalto] porque ele me obrigou. Mas eu não sabia que ele ia matar. Nunca pensei que era capaz", garantiu a mulher ao coletivo de juízes.
As perguntas sucederam-se. "Quando soube que ele tinha matado uma pessoa, porque é que não o denunciou? Assim ele seria preso e nunca mais lhe faria mal", perguntou o juiz-presidente, que foi mais longe: "E casou-se com ele mesmo sabendo que ele já tinha cometido um homicídio?".
Este segundo crime terá sido cometido dois anos antes. Foi em Joane, Famalicão, e a vítima foi uma idosa, Odete Castro. Por este homicídio, o sobrinho da vítima, Armindo Castro, esteve em prisão preventiva durante mais de dois anos.
"A confissão do seu marido é diferente da sua. Ele assume ter cometido os crimes, enquanto a senhora prefere culpá-lo", disse depois o juiz, que realçou que sem a confissão de Artur Gomes este caso nunca tinha sido esclarecido. "A Polícia Judiciária não fazia a mínima ideia. Até havia outra pessoa já presa e condenada."
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