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Movimento "Porta-a-Porta" exige do Governo mais e melhor atendimento no IHRU

"Os problemas vão de norte a sul do País, com cortes nos apoios às rendas e no programa 'Porta65'", defende o porta-voz do movimento.

27 de outubro de 2025 às 10:21

Uma dezena de membros do movimento "Porta-a-Porta" concentrou-se esta segunda-feira junto ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), em Lisboa, exigindo do Governo mais e melhor atendimento para a ajuda ao pagamento de rendas da casa.

Estes ativistas estão esta segunda-feira em protesto, entre as 07h30 e as 09h30 horas, e vão enviar cartas à secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, e ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

"Os problemas vão de norte a sul do País, com cortes nos apoios às rendas e no programa 'Porta65' e só há 10 senhas de manhã e 10 senhas à tarde para atendimento presencial, em Lisboa e no Porto. Através da Internet ou do telefone é impossível", lamentou à Lusa o porta-voz do movimento "Porta-a-Porta", André Escoval.

Numa das tarjas empunhadas pelos membros do "Porta-a-Porta" lê-se "fartos de escolher entre pagar a renda ou comer".

Esta segunda-feira, desde a madrugada, dezenas de pessoas esperam à porta do Instituto do IHRU, em Lisboa, para conseguirem uma das 20 senhas diárias para atendimento e alguma ajuda para pagar a renda da casa.

A primeira pessoa na fila de espera, a cuidadora de pessoas idosas Maria Santos Godinho, 59 anos, chegou às 04:45 horas de Odivelas para tratar do assunto de um amigo com a mesma idade que "teve de ir à E-REDES porque o quadro elétrico rebentou com às humidades, no Monte da Caparica, e agora nem luz tem".

"Isto é pior que ir ao médico. Temos de vir para aqui dormir. Não respondem a 'e-mails', não atendem telefones. Tem de se vir cá e é preciso bater o pé. De outra maneira, mandam-nos embora sem resolver nada", criticou.

Mais na cauda do 'pelotão' madrugador estava Raquel Djaló, 32 anos, mãe solteira de um rapaz de 14 e de uma rapariga de 12, que, simplesmente, deixou de ver o seu apoio à renda da casa 'cair na conta', sem qualquer "explicação ou justificativa".

"Tem de haver mais senhas. Deixamos o trabalho para vir aqui. Eu tive de deixar a menina com outras pessoas para estar aqui às 06:00 horas", indignou-se a habitante da Amadora, com antepassados da Guiné-Bissau.

Em declarações à Lusa, em 14 de outubro, no final de uma audiência na Assembleia da República, o presidente do IHRU, António Costa Pereira admitiu que o cenário é "gravíssimo", designadamente a demora na resposta aos quase 60 mil beneficiários do Programa de Apoio Extraordinário à Renda (PAER) com a respetiva situação por resolver.

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