Sumo Pontífice critica os que se aproveitaram das esmolas.
"Quero assegurar-vos de que este triste facto não me desvia, certamente, do trabalho de reforma que estamos a levar por diante, com os meus colaboradores e com o apoio de todos vós." As palavras do papa Francisco foram proferidas ontem, após a oração do Ângelus. O pontífice dirigia-se aos milhares de fiéis que se concentravam na praça de S. Pedro, mas o recado, curto e claro, tinha destinatários bem definidos: os chamados corvos da Cúria, ou seja, os traidores.
E nessa categoria incluem-se todos aqueles que contribuíram para a divulgação de documentos secretos e os que usaram, em proveito próprio, o dinheiro das esmolas dado pelos fiéis destinado aos pobres.
Considerando que "roubar estes documentos é um crime, um ato deplorável que não ajuda", o papa prometeu continuar a tomar "as medidas necessárias" para a reforma da Cúria e agradeceu o apoio dos fiéis. "Agradeço-vos e peço-vos que continuem a rezar pelo papa e pela Igreja, sem vos deixardes perturbar, mas seguindo em frente com confiança e esperança", concluiu Francisco.
Apesar da dureza da intervenção, o mais certo é que o papa mantenha o ritmo das reformas e promova apenas no próximo ano mudanças significativas na liderança de diversos organismos da Cúria.
Depois da queda da direção da Fundação ‘Babino Giesù’, onde houve desvio de dinheiros, espera-se agora uma intervenção de fundo ao nível do Instituto para as Obras Religiosas, conhecido como Banco do Vaticano. Outra das mudanças esperadas é a da liderança da Congregação para as Causas dos Santos, cujo prefeito, o cardeal Ângelo Amato, foi nomeado em 2008.
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