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Parar de fumar mesmo em idade tardia diminui risco de demência

Estudo analisou dados de 9.500 pessoas de 12 países.

14 de outubro de 2025 às 18:04

Parar de fumar, mesmo em idade avançada, resulta em menor declínio cognitivo e risco de demência em comparação com não parar, conclui um estudo publicado no The Lancet Healthy Longevity, com dados de 9.500 pessoas de 12 países.

A investigação da Universidade College London (UCL) concluiu que as habilidades cognitivas de participantes que pararam de fumar após os 40 anos, como memória e fluência verbal, decaíram significativamente menos do que as de participantes fumadores nos seis anos seguintes à interrupção tabágica.

Anteriores investigações tinham confirmado uma melhoria de curto prazo na saúde cerebral após se parar de fumar, mas desconhecia-se se tal melhoria se mantinha ao longo do tempo, especialmente em pessoas que pararam de fumar após os 50 anos, o que motivou o estudo.

Os investigadores analisaram dados de três estudos em curso, nos quais um grupo representativo de pessoas de 12 países - Espanha, Áustria, Alemanha, Suécia, Holanda, Itália, França, Dinamarca, Suíça, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos - respondeu a um inquérito médico a cada dois anos.

Os dados de mais de 4.700 participantes que pararam de fumar foram comparados com um número semelhante de pessoas que continuaram a fumar, todas com mais de 40 anos, com idade média de 58 anos.

Durante os seis anos anteriores à cessação tabágica, as pontuações de declínio cognitivo de ambas as amostras diminuíram a uma taxa semelhante nos testes de memória e fluência verbal mas, após um dos dois grupos parar de fumar, as trajetórias divergiram nos seis anos seguintes.

As pessoas que pararam de fumar apresentaram, em média, uma taxa de declínio da fluência verbal 50% abaixo da daquelas que continuaram a fumar e 20% menos perda de memória do que os fumadores, sendo o resultado semelhante entre participantes de diferentes países.

O estudo concluiu que quem parou de fumar apresentou três a quatro meses menos de declínio da memória para cada ano de envelhecimento e seis meses a menos de declínio da fluência verbal em comparação com aqueles que continuaram a fumar.

Um dos autores, o epidemiologista Andrew Steptoe, da UCL, enfatiza na publicação que um declínio cognitivo mais lento está associado a um menor risco de demência e que, portanto, essas descobertas reforçam as evidências de que parar de fumar é uma estratégia preventiva para essa doença.

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