Autarca disse ainda que "gostaria" que o Hospital Militar fosse um centro intergeracional.
Presidente da Câmara de Lisboa diz que migrantes retirados dos Anjos precisavam de ajuda imediata
O presidente da Câmara de Lisboa afirmou esta quinta-feira que os migrantes retirados da Igreja dos Anjos precisavam de uma ajuda imediata, pelo que o município desistiu de os instalar no Hospital Militar de Belém.
"Essa solução [para as pessoas em situação de sem-abrigo acantonadas há meses em tendas junto à Igreja dos Anjos] foi encontrada, ela precisava de ser imediata e a solução do Quartel de Belém não era imediata", justificou Carlos Moedas.
O presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que "gostaria" que o Hospital Militar fosse um centro intergeracional, como exige a população da freguesia da Ajuda, mas salientou que isso depende do dono do edifício, que é o Ministério da Defesa.
"Aquilo que eu gostaria era que o Quartel de Belém fosse realmente um centro intergeracional, como foi prometido à população, muito antes de eu estar como presidente da Câmara. Obviamente isso depende do Ministério da Defesa, porque aquele ativo imobiliário, aquele prédio, não é da Câmara Municipal, é do Ministério da Defesa. Mas, a Câmara, do seu lado, vai continuar a lutar para que esse edifício possa ser o centro intergeracional que foi prometido à população", afirmou o autarca, em declarações aos jornalistas, à margem das Jornadas "Motivar para a Mudança", organizadas pela Comunidade Vida e Paz, em Lisboa.
Segundo Moedas eram cerca de 50 as pessoas que precisavam de uma solução urgente por se encontrarem junto à Igreja dos Anjos sem dignidade, numa situação degradante para as pessoas e para a cidade.
"Essas pessoas estão em diferentes pensões e 'hostels', que nós estamos a pagar. Obviamente, por questões de privacidade, não vos vou dizer exatamente quais, isso não seria correto para as pessoas, mas elas estão, diria eu, hoje numa situação que nunca tiveram", assegurou Moedas, realçando que muitas eram indocumentadas e vieram para Portugal "desamparadas", muitas vezes sem sequer falarem a língua portuguesa.
Carlos Moedas reiterou que a Câmara de Lisboa "vai suportar estes custos até" serem encontradas soluções.
O autarca de Lisboa adiantou ainda que as soluções para estas pessoas estão a ser encontradas individualmente na cidade, mas "também no país, porque há muitas pessoas que precisam e que têm ofertas de emprego fora da área de Lisboa" e, se "estiverem interessadas, também podem ir".
Por outro lado, assegurou que a autarquia está a apostar também na prevenção, para pessoas que "já estão muito perto desta situação" de sem-abrigo.
"Se deixamos a família entrar na situação de sem-abrigo, então, a partir daí, tudo fica mais complexo, mais complicado e tudo isso é muito mais difícil. E, portanto, a prevenção é essencial, a habitação é essencial e depois também a promoção da pessoa como a sua dignidade de encontrar trabalho, de encontrar motivações todos os dias para a sua vida", acrescentou.
Na quarta-feira, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse que a Câmara Municipal de Lisboa "deixou de ter interesse" em utilizar o antigo Hospital Militar de Belém, na Ajuda, para acolhimento temporário de imigrantes, posição que o Governo respeita.
"O presidente da Câmara Municipal de Lisboa ouviu os apelos da população que entendeu que não quer localizar aquilo ali. Nós até enquadrámos a possibilidade de no futuro transformar aquilo num centro intergeracional. Ainda assim, a CML, e nós respeitamos, entendeu que devia ter uma estratégia diferente", afirmou António Leitão Amaro, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
O ministro adiantou que a Câmara de Lisboa "procurou outra estratégia e deixou de ter interesse na concretização do protocolo" que previa que o Governo cedesse o antigo Hospital Militar de Belém para acolher temporariamente imigrantes.
"Da parte do Governo houve a disponibilidade para fazer, preparámos o protocolo, adequá-lo a uma evolução futura para um centro intergeracional, agora ele implicava uma negociação adicional financeira, compreendo as reticências da CML sobre isso", disse.
A Câmara Municipal de Lisboa está a desenvolver um plano para as pessoas em situação de sem-abrigo, previsto para os próximos sete anos, que movimenta 70 milhões de euros.
O plano prevê o aumento de vagas para acolhimento destas pessoas: segundo Carlos Moedas a cidade já aumentou estas vagas de 700 para mais de mil, com previsão de voltar a aumentá-las, agora para 2 mil.
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