15,4% das pessoas em Portugal estavam em risco de pobreza em 2024.
O risco de pobreza em Portugal desceu em 2024 para o valor mais baixo dos últimos 20 anos, mas 1,7 milhões de pessoas continuam a viver abaixo do limiar de pobreza, 300 mil das quais são crianças.
Os dados estatísticos mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que 15,4% das pessoas em Portugal estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais do que em 2023, sendo que a taxa de risco de pobreza correspondia, em 2024, à "proporção de habitantes com rendimentos monetários anuais líquidos por adulto equivalente inferiores a 8.679 euros (723 euros por mês)".
Segundo o INE, esta diminuição da pobreza verificou-se em todos os grupos etários, mas de forma mais acentuada entre os mais idosos.
A Fundação Francisco Manuel dos Santos, no entanto, alerta esta segunda-feira, numa atualização ao estudo sobre desigualdades e pobreza em Portugal, para os 1,7 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, ainda que as estatísticas mais recentes revelem que em 2024 cerca de 100 mil conseguiram deixar de ser pobres.
"Portugal continua a ser um país onde 18,6% da população se encontra em situação de pobreza ou exclusão social, 8,6% da população empregada tem rendimentos que não lhe permitem escapar à pobreza e aproximadamente 300 mil crianças são pobres", refere o estudo, iniciado em 2016 e da autoria de Carlos Farinha Rodrigues, que analisa a situação social do país.
De acordo com o estudo, nos últimos 30 anos, a taxa de pobreza baixou 7,6 pontos percentuais (p.p.) e o número de pessoas pobres diminuiu cerca de 29%, mas "Portugal continua a ser um dos países da União Europeia com elevada incidência de pobreza".
Destaca, por outro lado, que as crianças e os jovens foram o grupo etário que registou a redução mais ligeira da taxa de pobreza, por contraponto à população idosa, na qual houve "uma redução acentuada da taxa de pobreza", o que "contribuiu de forma decisiva para a descida da taxa global".
O estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos aponta que não há informação detalhada sobre o perfil da pobreza infantil em 2024, mas, tendo por base os dados de 2023, refere que a incidência da pobreza é mais elevada entre adolescentes dos 12 aos 17 anos (19,2%), grupo que representa cerca de 40% das crianças em situação de pobreza.
A investigação salienta que cerca de 25% das crianças em situação de pobreza vive em famílias monoparentais, sobretudo mães solteiras, enquanto mais de 20% vivem em famílias numerosas. Cerca de 75% vivem em agregados familiares cuja principal fonte de rendimento é o trabalho.
"A pobreza infantil concentra-se sobretudo nas grandes áreas metropolitanas, com 54% das crianças em situação de pobreza a residirem na Grande Lisboa e na região Norte; a taxa de pobreza supera os 38% entre crianças com pais de nacionalidade estrangeira", lê-se no estudo.
Por outro lado, é nas famílias com crianças que se regista "um ligeiro aumento da incidência da pobreza, de 16,4% para 16,6%", nomeadamente entre as famílias monoparentais, entre as quais a pobreza ultrapassa os 35%.
"Em sentido inverso, as famílias sem crianças registaram uma diminuição da taxa de pobreza de 2,3 p.p., fortemente influenciada pela redução da pobreza entre famílias unipessoais, em particular as que são constituídas por um único idoso", refere o estudo.
Destaca que, apesar de os indicadores de privação material e social terem melhorado, "mais de 29% dos inquiridos continuam sem capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada" e salienta que se não houvesse transferências sociais, a taxa de pobreza seria superior a 40%.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.