França quer aplicar novas taxas a gigantes da tecnologia em 2019
Emmanuel Macron tem como principal aliada a Alemanha, que quer criar um sistema fiscal comum.
O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, afirmou esta semana numa entrevista que a União Europeia deve adotar leis, no início do ano que vem, para que as gigantes da tecnologia paguem mais impostos, e queixou-se, mais uma vez, da lentidão das diferentes iniciativas à escala comunitária.
"Não é possível, nem sustentável, que nós obriguemos a indústria manufatureira a pagar impostos enquanto milhares de milhões de lucros dos GAFA [Google, Apple, Facebook e Amazon] se evaporam em solo europeu. Beijar-lhes os pés não nos trará prosperidade", disse Le Maire. Rematando em seguida: "Queremos um modelo de tributação justo destas empresas em 2019."
Acusados de fugir aos impostos com recurso a paraísos fiscais como a Irlanda e o Luxemburgo, os GAFA podem dever mais de 5,4 mil milhões de euros à Europa, segundo um estudo recente.
No fórum de Davos, o presidente francês, Emmanuel Macron, propôs taxar as receitas das tecnológicas norte-americanas, em vez dos lucros. O seu principal apoiante é a Alemanha e a recente coligação entre a chanceler Angela Merkel e os sociais-democratas, que propõem um "sistema fiscal europeu comum e consolidado" que impeça os GAFA de canalizarem os lucros para países com modelos de tributação mais flexíveis. Itália, Espanha e Portugal, onde a Google se prepara para abrir um centro de operações, também defendem a aplicação de novas taxas aos gigantes da internet.
A Comissão Europeia já confirmou que apresentará a proposta de um novo modelo de tributação na primavera.
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