Lisboa quer ser uma “cidade para todos”
“Cada pessoa tem de estar no centro das preocupações”, diz Carlos Moedas.
Na Conferência “Lisboa, uma cidade para todos”, promovida pelo CM e a CMTV, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, serão debatidos temas como a superação dos desafios e análise das oportunidades, a valorização dos resíduos urbanos como recursos e boas práticas e a mobilidade urbana com foco nas pessoas.
Qual a importância deste evento para a CML?
As cidades vivem hoje grandes desafios em múltiplas áreas e precisam de respostas concretas para que sejam “cidades para todos”, como é o caso de Lisboa. Nesse sentido, trabalhamos diariamente para fazer de Lisboa uma cidade que cuida, uma cidade que procura não deixar ninguém para trás e em que cada pessoa tem de estar no centro das preocupações.
Quais são os principais desafios que a cidade ainda enfrenta em termos de sustentabilidade urbana?
Preparar a cidade para um clima em mudança é, sem dúvida, o principal desafio ambiental. Ao termos sido selecionados como uma das 100 Cidades Missão da União Europeia, assumimos para Lisboa o compromisso na neutralidade climática em 2030, e por isso estamos empenhados em desenvolver projetos concretos para promover a eficiência energética e hídrica e aumentar a resiliência da cidade, proporcionando à nossa população um ambiente saudável e seguro para viver e trabalhar.
E quanto à mobilidade, que estratégias estão a ser desenvolvidas para tornar Lisboa uma cidade mais acessível e centrada nas pessoas?
Até 2040, Lisboa assiste à construção de um novo aeroporto, à chegada da alta velocidade e de um novo hospital, mudanças que representam uma oportunidade para investir em modos mais sustentáveis e promover a mobilidade ativa em contexto urbano. Mas a autarquia tem procurado permanentemente condições que garantam uma melhor articulação com outros modos de transporte, promovendo uma rede de mobilidade que não só agiliza as deslocações, mas também contribui para a redução do trânsito e das emissões de CO2. Paralelamente, os projetos de mobilidade escolar assumem um papel crucial na transformação urbana, sendo importante distanciar o automóvel das frentes escolares, criando zonas progressivamente mais calmas, através da implementação de Zonas 30 ou de Zonas de Coexistência.
A gestão de resíduos urbanos é um tema central desta conferência. Que iniciativas a CML tem em curso?
A CML está a expandir a recolha seletiva de resíduos orgânicos, prevê aumentar o número de ecocentros móveis de modo a ter disponível permanentemente um destes equipamentos em cada freguesia, permitindo assim a reciclagem de fluxos específicos de resíduos como lâmpadas, cápsulas de café, rolhas de cortiça, CD/DVD e tachos. Está também a aumentar a rede de recolha seletiva de óleos alimentares com o alargamento da rede de oleões instalados. Também na reutilização e economia circular estamos a implementar um sistema de reutilização de copos no Bairro Alto, Bica e Cais do Sodré, com 17 máquinas de recolha automática. Os copos serão higienizados e redistribuídos pelos estabelecimentos aderentes, reduzindo o desperdício de plástico e promovendo a economia circular.
O que podemos esperar nos próximos anos em termos de novas áreas verdes que tornem a cidade mais amiga do ambiente?
A estrutura verde é fundamental para a adaptação de Lisboa a eventos climáticos extremos. Por isso, estamos a apostar no reforço da estrutura verde e na materialização dos corredores verdes do Prof. Gonçalo Ribeiro Teles. Desde 2022, já ampliámos a estrutura verde mais de 50 hectares e plantámos mais de 45 mil árvores. Dentro em breve iremos abrir à população o grande Parque Verde de Carnide, com mais 26 hectares. Outra das prioridades mais próximas está também a abertura do ecoviaduto, uma passagem aérea arborizada verde, pedonal e ciclável, sobre a Av. Almirante Gago Coutinho, que irá assegurar a ligação ecológica entre o Parque José Gomes Ferreira e o Parque Vinícola e Bela Vista Norte.
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