Marco Galinha é acionista da Global Media através das Páginas Civilizadas, com 29,75%.
A administração da Global Media determinou o fim de pagamento a políticos por textos que escrevam em qualquer das marcas do grupo, disse a diretora de comunicação do grupo Bel, depois de os conselhos de redação terem questionado sobre o assunto.
"O presidente do Conselho de Administração [Marco Galinha, dono do grupo Bel] ou a administração da Global não determina conteúdos, não impõe convites, nem faz indicação de nomes", afirmou à Lusa a diretora de comunicação, Helena Ferro de Gouveia.
"O que foi pedido é que qualquer político que escreva para uma das marcas ou um dos meios da Global Media não seja pago por isso", explicou a responsável.
"Qualquer político pode livremente e em nome do pluralismo escrever no jornal que entender para o qual foi convidado, desde que não receba por isso", sublinhou, referindo tratar-se de uma "prática internacional".
Aliás, na sua audição no parlamento, Marco Galinha, que é também acionista da Global Media, tinha referido que o grupo iria deixar de pagar a pessoas expostas politicamente (PEP).
"Não há aqui nenhuma interferência, é um critério de gestão", asseverou a diretora de comunicação.
Num comunicado a que a Lusa teve acesso, o Conselho de Redação (CR) do Jornal de Notícias (JN) adianta que foi informado pela diretora de que a "direção recebeu ordens para terminar o pagamento de crónicas a políticos, tendo sido fundamentado que é 'expressamente proibido pagar a pessoas expostas politicamente'".
O CR "considera ilegítimas aquelas ordens, por configurarem uma interferência da administração em matéria da competência exclusiva da diretora", citando a Lei de Imprensa, afirmando ser "indiscutível que essa competência compreende a responsabilidade exclusiva de convidar personalidades dos mais diversos campos -- incluindo o político -- para colaborarem no jornal designadamente através de crónicas, comentários e artigos de opinião".
Além disso, "é igualmente consensual que cabe ao diretor da publicação acordar com os referidos autores os termos e condições para as respetivas colaborações, inclusivamente as relativas à retribuição pela atividade de criação intelectual utilizada pelo jornal".
O Conselho de Redação do JN "considera vantajosa para o jornal a opção de remunerar aqueles colaboradores".
O CR diz ainda que "não compreende nem aceita a figura -- 'pessoa exposta politicamente' -- usada pela administração como fundamento para proibir 'expressamente' o pagamento de colaborações de atores políticos, que é completamente estranha ao exercício da expressão do pensamento".
Nestes termos, "o Conselho de Redação considera que o presidente da Administração deve cessar imediatamente quaisquer instruções de condicionamento das escolhas de colaboradores na área da opinião, por ser matéria de natureza editorial, portanto da competência da diretora do JN", remata.
Também o CR do Diário de Notícias questionou a diretora sobre o mesmo tema.
"Foi-nos informado que há uma ordem do presidente do Conselho de Administração para deixar de remunerar colaboradores/colunistas considerados como 'pessoas expostas politicamente', no seguimento do que terá sido afirmado" por Marco Galinha no parlamento.
"O Conselho de Redação lembra a importância de manter o jornal como um espaço democrático e plural no exercício das liberdades de expressão e opinião, consagradas nas leis fundamentais e na própria Lei de Imprensa", refere o órgão representante dos jornalistas do DN.
"Sublinhamos também que a escolha dos colunistas para os espaços de opinião do jornal é uma competência editorial atribuída ao diretor/a da publicação e é parte fundamental do valor editorial da publicação e do seu posicionamento no mercado face à concorrência", acrescentam os membros do órgão, num comunicado a que a Lusa teve acesso.
Em 25 de maio, na audição na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, Marco Galinha referiu que o grupo Bel tem empresas nos Estados Unidos e noutros países e foi "alertado por uma organização internacional" sobre o PEP, o que pode levar os administradores a ser alvo de responsabilidade criminal "por andar a pagar consultadoria a deputados da nação, ato este que é proibido" pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Na altura, adiantou que, sendo expressamente proibido pagar a deputados e às suas famílias, foi feito um "levantamento rigoroso" a cerca de "800 casos".
Marco Galinha é acionista da Global Media através das Páginas Civilizadas, com 29,75%.
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