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Jessica Athayde: “Não vivo na ilusão de que tudo é para sempre” (COM VÍDEO)

A actriz que dá vida a Diana em ‘Doce Tentação’ e, brevemente, em ‘Giras e Falidas’, faz questão de juntar dinheiro para dias difíceis e revolta-se com o preconceito em relação a ‘Morangos’.

28 de setembro de 2012 às 15:00

Correio TV - Fala-se de uma segunda temporada de ‘Giras e Falidas’, na TVI. É verdade?

Jessica Athayde - Não ouvi falar, mas é possível. A primeira temporada só estreia após terminar ‘Doce Tentação’, ou seja, para o ano. Por isso, até verem os resultados das audiências… A sitcom já foi um pequeno risco.

- Mas gostava?

- Não sei se neste momento faria sentido. Já estou parada há algum tempo e se formos contar o tempo até fazer uma segunda temporada, já desliguei da personagem. Por outro lado, até poderia ser interessante.

- A sitcom partiu de uma ideia sua e do restante elenco (Carla Andrino, Sofia Nicholson e Laura Galvão). Como é que aconteceu?

- O nosso núcleo, desde o início, funcionou muito bem, até antes de a novela estrear. Quando ‘Doce Tentação’ começou a ser exibida, percebemos que havia um feedback muito positivo do público. Olhava para o décor e para as personagens e pensava que conseguia idealizar ali qualquer coisa no formato das antigas sitcom norte-americanas, tipo ‘Quem Sai aos Seus’. Mas era tudo conversa entre nós.

- E como é que as coisas passaram à prática?

- Falei com a Helena Forjaz (directora de comunicação da TVI), e só sei que no dia a seguir as coisas já estavam em andamento.

- O que explica o sucesso destas personagens?

- Todas entrámos receosas. Eu, por exemplo, olhava para a minha personagem e colava-a à Mimi dos ‘Morangos’. Logo aí não tinha vontade nenhuma de a interpretar, pois tinha medo de fazer igual. A verdade é que as coisas começaram a funcionar. Tornou-se um núcleo muito divertido e os outros actores terminavam as gravações e sentavam-se a ver-nos trabalhar. Funcionamos muito à base do improviso e, a esse nível, foi uma escola maravilhosa.

- Em quem se inspirou para fazer a Diana?

- Tento sempre alterar um pouco a minha voz e a minha forma de falar. Para isso, inspirei-me numa amiga. Depois via a Cátia da ‘Casa dos Segredos’, que dizia tudo e não tinha medo de dizer ‘não sei’.

- As personagens cómicas facilmente se podem transformar em rótulos…

- Por isso mesmo é que não sei se teria muito interesse em prolongá-la ainda mais.

- Tendo começado a sua carreira nos ‘Morangos’ é difícil vê-los partir?

- Foi um projecto muito especial, além de ter sido o meu primeiro. Adorei fazer a série e defendo-a sempre, pois há um enorme preconceito neste país relativamente aos actores que começaram nos ‘Morangos’. Nunca trabalhei tanto na vida, nunca me exigiram ser tão profissional como nos dois anos em que estive ligada à série e revolta-me o preconceito que existe. É claro que tenho pena que acabe, pois é uma oportunidade para muitos jovens entrarem no meio, mas já lá vai.

- Está a haver cortes na produção nacional. De que forma é que isso a afecta?

- Custa-me ver que cada vez há menos ficção, menos trabalho. Por outro lado, vemos a SIC a ter sucesso com ‘Dancin’ Days’, a TVI a ganhar um Emmy... Por isso, acredito que isto ainda vai dar muitas voltas.

- Não a assusta ficar sem contrato de exclusividade?

- Não. Nunca trabalhei com outra estação e posso dizer que toda a formação que tenho feito deve-se ao facto de ter um contrato, pois a formação é cara. Mas é claro que as coisas mudam e há outras pessoas que também merecem ter uma oportunidade. A única coisa que posso fazer é acreditar em mim e no meu trabalho, juntar dinheiro para quando essa altura chegar e estar preparada. Não vivo na ilusão de que é tudo para sempre.

- Nunca pensou sair do País?

- Podia ter pensado nisso, pois cresci em Inglaterra, a minha mãe é inglesa, o meu inglês é fluente, estudei em Espanha, falo espanhol… Mas a verdade é que as coisas têm acontecido por cá. Além disso gosto muito de Portugal.

- Como olha o futuro?

- Como mulher há certamente coisas que quero na minha vida, mas ainda quero trabalhar muito. Quero fazer teatro e cinema, onde escolhem sempre as mesmas actrizes. Gostava que deixasse de existir o preconceito contra quem começa nos ‘Morangos’ e na televisão e que nos dessem uma oportunidade.

- Até porque, muitas vezes, são os rostos da TV que levam o público ao teatro...

- Sim, mas acima de tudo acho que são os bons actores. E assusta-me o facto de o nosso meio estar a ficar fechado e sem ajudas. Estão a acabar com a cultura em Portugal e isso é muito triste.

- É verdade que é fã das novelas brasileiras?

- Gosto, mas não de todas. Gostei do ‘Astro’, mas não da ‘Gabriela’. São bem feitas, são as melhores, mas também gosto das portuguesas. Costumo ver o ‘Dancin’ Days’ e está muito bem feita.

PERFIL

Jessica Athayde nasceu em Lisboa, a 21 de Dezembro de 1985 (26 anos), mas cresceu em Inglaterra, sendo filha de mãe britânica e de pai português. Aos 11 anos regressou a Portugal, onde aprendeu pela primeira vez o português. Estreou-se na pele da divertida Mimi, nas 3.ª e 4.ª temporadas de ‘Morangos com Açúcar’. Seguiram-se várias novelas da TVI, como ‘Ilha dos Amores’ e ‘Mar de Paixão’. Namora com João Manzarra, apresentador da SIC.

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