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Sindicato dos Jornalistas junta-se e apela à adesão da classe

"Afirmando reconhecer a crise de sustentabilidade dos media, o executivo ignora há anos as propostas para o financiamento da informação de interesse público", lê-se no comunicado.

20 de novembro de 2025 às 14:40

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai aderir à greve geral do dia 11 de dezembro e apela à adesão da classe profissional, por considerar que a reforma da lei laboral é um "retrocesso civilizacional".

Contactado pela agência Lusa, o presidente do SJ, Luís Simões, assegura que o sindicato vai entregar esta quinta-feira no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, o pré-aviso de greve.

Luís Simões considera que esta greve é importante, uma vez que "este anteprojeto dá tudo o que as entidades patronais quiserem e há várias medidas que são muito penalizadoras para os trabalhadores".

Neste sentido, o responsável do SJ salienta que o novo pacote laboral "torna mais difícil os sindicatos e as pessoas conseguirem reconhecer falsos recibos verdes, facilita despedimentos e dificulta a reintegração" de profissionais e permite a contratação de serviços externos para substituir trabalhadores despedidos.

Num comunicado divulgado esta quinta-feira, o sindicato salienta também que a reforma laboral "recupera o banco de horas, forçando o aumento da carga horária e fragilizando o trabalhador com uma negociação individual, dificulta o acesso ao teletrabalho, diminui as proteções na parentalidade e no luto gestacional e fragiliza ainda mais a contratação coletiva".

Desta forma, o SJ exige a retirada da anteproposta de revisão legislativa apresentada pelo executivo e a aplicação de medidas que salvaguardem os diretos laborais de jornalistas e a sustentabilidade financeira da comunicação social, condicionando apoios públicos ao cumprimento da contratação coletiva em vigor.

"Isto é um retrocesso e é isso que nos faz aderir a esta greve", remata Luís Simões, acrescentando que é necessário mostrar ao Governo que o caminho "não é por aqui".

"Afirmando reconhecer a crise de sustentabilidade dos media, o executivo ignora há anos as propostas do SJ para o financiamento da informação de interesse público", lê-se no comunicado.

O SJ relembra que também são abrangidos pelo pré-aviso todos os jornalistas que se encontrem cedidos ou requisitados por terceiros.

A greve geral em 11 de dezembro contra o anteprojeto do Governo de reforma da legislação laboral será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

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