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Trump diz que vai processar a BBC em 5 mil milhões de dólares

Em causa está uma edição feita pelo programa "Panorama" da BBC, que juntou dois momentos distintos do discurso de Trump.

15 de novembro de 2025 às 18:16

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse este sábado, em declarações à imprensa que seguia a bordo do Air Force One, que planeia processar a BBC já na próxima semana "entre 1 mil milhão e 5 mil milhões de dólares", depois de a emissora pública britânica ter publicado uma versão editada e enganosa de um dos seus discursos.

“Fiz uma declaração bonita e eles transformaram-na numa declaração não bonita. Isto é mais do que falso, isto é corrupção", disse em entrevista ao  ao considerar que tinha a "obrigação" de avançar com um processo.

Em causa está uma edição feita pelo programa "Panorama" da BBC, que juntou dois momentos distintos do discurso de Trump, de 6 de janeiro de 2021, e que deu a impressão que o republicano havia apelado à violência contra os políticos americanos. Numa primeira parte, Trump pedia aos seus apoiantes para caminharem até ao Capitólio. Noutra, dizia: "Nós lutamos. Lutamos como o diabo foge da cruz" - criando a impressão de que foram proferidas consecutivamente.

A polémica só estalou depois de o Daily Telegraph ter divulgado um relatório de um consultor externo que apontava para as várias falhas da BBC. Como consequência, o diretor-geral da BBC, Tim Davie, e a CEO da BBC News, Deborah Turness, renunciaram aos seus cargos, afirmando que o escândalo estava a prejudicar a emissora.

Os advogados do presidente deram, posteriormente, à empresa um prazo até sexta-feia para emitirem um pedido de desculpas e concordarem em pagar uma indemnização, segundo a NBC News. Na quinta-feira, a BBC publicava, então, uma correção onde afirmava que reconhecia que a edição "deu a impressão errónea de que o presidente Trump havia feito um apelo direto à violência" e garantiu que não seria transmitida novamente. Apesar de a BBC "a forma como o vídeo foi editado", a emissora disse discordar "veemente que haja fundamento para uma ação por difamação".

Também Tony Hall, que foi diretor-geral da BBC entre 2013 e 2020 afirmou este sábado que a emissora não deveria concordar em pagar qualquer quantia a Donald Trump. "Estamos a falar de dinheiro público", considerou em entrevista à BBC. "Não seria apropriado."

Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, considerou na quarta-feira que a BBC precisa de "colocar a casa em ordem" quando erros forem cometidos, mas ainda assim expressou apoio à emissora. “A BBC deve manter os mais altos padrões, ser responsável e corrigir erros rapidamente”, disse. “Mas eu sempre defenderei uma BBC forte e independente.”

Na sexta-feira, Trump afirmou que ainda não havia comentado o assunto com Starmer, mas que o primeiro-ministro já havia pedido para falar com ele durante o fim de semana.

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