Humorista, que luta contra a ansiedade e depressão, revela como tem gerido a sua saúde mental durante a pandemia da Covid-19. Raminhos continua a recorrer a ajuda médica
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Como é que vê o facto de o tema da depressão e da ansiedade ganhar cada vez mais voz entre a sociedade?
É um tema de que se fala cada vez mais por uma razão: a pandemia veio mostrar o que é a ansiedade a muitas pessoas que nunca a tinham sentido na pele e que não compreendiam. Agora que têm, sabem o que são sensações estranhas e o que é nós querermos ter o coração de humano e ser irrepreensíveis como máquinas, e isso é impossível. Por isso é que insisto muitas vezes que as pessoas têm de procurar ajuda.
Sofre com o problema da ansiedade há alguns anos. É um assunto que sempre abordou?
Já falei deste assunto várias vezes, desde que me lembro. Mas acho que é um assunto que ganhou voz com a pandemia.
Continua a ser acompanhado para controlar o seu estado emocional?
Sim, fiz muitos anos psicoterapia. Agora já não faço mas falo muitas vezes com o meu psicólogo. Faço meditação e recorro a outras terapias. Acho que as pessoas têm de ter consciência de que isto é um bocadinho como o amor, nem sempre se acerta à primeira vez. Eu tive uns quatro psicólogos. E depois também há a falsa ideia de que um psicólogo é caro e é coisa de cinema e o meu primeiro psicólogo era do SNS.
Sente que ainda existe um estigma com o recurso a psicólogos e psiquiatras?
Acho que sim, cada vez menos, mas ainda existe. O que é parvo, não faz sentido. Porque malucos somos todos.
Considera que a sua figura humorística esconde o seu lado mais frágil e emocional?
Acho que não... Como as pessoas estão muitas vezes habituadas a ouvir-me dizer parvoíces, depois ouvem-me a falar de um assunto sério, que muita gente não aborda. Quando eu escrevo coisas mais sérias na minha página de Instagram eu faço mesmo com esse objetivo, de chocar as pessoas.
Acha que consegue chegar às pessoas além do humor com as sua mensagens?
Chego a quem é preciso. Não vou chegar nunca a toda a gente.
Ao longo dos anos em que teve de lidar com a instabilidade da ansiedade, o apoio da família foi crucial?
Sem dúvida. Sobretudo o apoio da minha mulher, ela acompanha-me há vinte anos. Portanto ela conhece-me, no início foi sempre mais complicado porque também era tudo desconhecido. Isso é um dos grandes problemas das questões mentais, não só da ansiedade mas também das fobias, é a outra parte, quando a pessoa vive com alguém é a compreensão do outro lado. É normal que a outra pessoa não saiba mas não se pode usar isso como desculpa para não haver um cuidado.
Em relação à Covid-19, sente que intensificou a questão da ansiedade?
A mim nem tanto. O meu psicólogo até me disse uma coisa engraçada sobre a pandemia: Há pessoas que veem a pandemia como o culminar de todos os seus medos; e há as outras pessoas pessoas que perderam ainda mais o controlo das emoções devido à pandemia.
Como é que tem gerido as suas emoções ao longo dos últimos meses de restrições?
Eu estou relativamente calmo, embora haja dias que sou assolado por algumas ideias repentinas de ansiedade e pânico mas que eu identifico e consigo controlar.
Essas situações de stress costumam acontecer quando está sozinho ou quando se depara com aglomerados de pessoas?
Isso depende... Uma pessoa é sempre apanhada desprevenida e depende muito da situação.
Tal como milhares de portugueses, esta situação levou a mudar hábitos com a sua família. Como é que vai gerir as férias este ano com as suas três filhas?
Tenho ido à praia com as miúdas. Talvez vá ao Alentejo, porque tenho lá família. Mas será como a maior parte das pessoas, por Portugal e perto de casa.
Se a telescola se mantiver para o próximo ano, como é que vai continuar a gerir as rotinas com as três filhas?
Eu acho que o ano letivo não vai voltar em setembro. Mas acho que me vou divorciar para ter as miúdas, semana sim, semana não [risos].
Está nomeado para o passatempo Sexy Vidas. Considera-se um homem sexy e atraente?
Não tem muito a ver com o aspeto físico, mas sim com o carisma, a própria postura, a energia, diz mais que todo o resto. Se eu fosse mulher era esse tipo de homem que eu procurava.
Como é que tem visto as votações do passatempo?
Fiquei surpreendido, mas já vi que o Nuno Markl está à frente na categoria Sexy Net. Fico contente porque não é o arquétipo de homem mas que tem características que o tornam numa pessoa extremamente culta e como isto está relacionado com as redes sociais, ele também é superativo.
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