Amigo lamenta falta de apoio por parte das autoridades portuguesas e pede para não esquecerem o jovem
O amigo que ajudou Odília Pereirinha durante a sua estadia nos Estados Unidos lamenta a falta de apoio por parte das autoridades portuguesas no caso de Renato Seabra, autor confesso da morte de Carlos Castro, e apela para que não desistam do jovem.
"Senti pena de ser português, pois todo o cidadão tem direito a ter um acompanhamento da parte do nosso Governo", diz João Vidal.
Em entrevista ao jornal ‘LusoAmericano de Newark', o português revelou que a família deu uma listaConsulado de Portugal em Nova Iorque com possíveisajudas "a nível económico, judicial e médica", mas obteve respostanegativa. "Argumentaram que não podiam, que era contra a lei. Referiram-nos que o próprio Governo português não lhes dava poder para tal. A única ajuda era a de dar indicações sobre onde o Renato se encontrava", explicou Vidal. Segundo o amigo de Odília, a representação portuguesa de Nova Iorque alegou sempre "ordenssuperiores".
"Perguntei-lhes a razão por que nos contactaram e a resposta foi: ‘para vos informar de que não os podemos ajudar'", disse o português natural de Cantanhede. A principal desilusão de João Vidal assenta na falta de apoio psicológico, considerando a ajuda monetária como "secundária". O amigo da família acredita que Renato vai necessitar de "um acompanhamento psicológico e social a todos os níveis". Quanto ao processo, garante não saber nada: "Tudo o que sei é pelas notícias. Todas as conversas com o advogado são guardadas em grande sigilo", explicou. Foi aliás João Vidal quem começou a procurar advogado para defender o jovem. O português iniciou os contactos para encontrar um defensor e chegou a DavidTouger através de um amigo e do contacto de um outro profissional jurídico. Sem adiantar se o objectivo da Defesa é uma possível extradição, João Vidal apelou a que "os órgãos de soberania façam os possíveis e os impossíveis para ajudar o Renato, porque enquanto não for provado que é culpado, ele está inocente".
Carlos Castro foi assassinado num hotel de Nova Iorque no dia 7.
"SABIA QUE NÃO ERA HOMOSSEXUAL"
Odília Pereirinha soube pelo filho que Carlos Castro o tinha contactado no Facebook. Foi ela quem o levou ao primeiro encontro com o jornalista, em 15 de Outubro, e esperou duas horas no carro que a reunião acabasse. Quando regressou, Renato Seabra estava muito feliz, cheio de promessasdesucesso no mundo da moda
A enfermeira do Centro de Saúde de Cantanhede, de 53 anos, não viu que a homossexualidade de Carlos Castro constituísse um problema, porque nunca foi preconceituosa e deu uma educação aos filhos no mesmo sentido. Por outro lado, os inúmeros telefonemas que trocaram tranquilizavam-na, assim como saber que o filhodormiasozinho num sofá quando estava com Carlos Castro. Este chegou a dizer-lhe que ia ser "o pai que [Renato] nunca teve".
No dia do crime, Odília Pereirinha falou com filho ao telefone por diversas vezes. Ele queixou-se de estar a dormirmal e da comida. Uma das chamadas foi feita pelo jovem do telefone de uma amiga de uma loja. O tom de voz indiciava um "pedidode socorro". O manequim queria regressar a Portugal, pois dizia estar a ser pressionado e sentia-se "numaprisão". Mais tarde, Odília Pereirinha questionou Carlos Castro sobre o que tinha feito ao seu filho. "O senhor está a fazer algo de muito mau, porque desde o primeiro instante sabia que o Renato não era homossexual e o senhor prontificou-se a respeitar a sexualidade dele", disse Odília ao cronista, que desligou o telefone. Poucas horas depois, dia 7, o filho viria a assassinar o jornalista. A mãe soube pelas 09h00, quando estava a preparar o pequeno-almoço e um colega lhe ligou a contar as notícias. As autoridades não a avisaram.
SÓ DERAM PREÇO DE TRADUTOR
José Malta, cunhado de Renato Seabra, lamenta que a única coisa que o consulado tenha feito foi informar sobre o preço de um tradutor (100 dólares/hora). A família quer "lançar a discussão sobre o funcionamento dos consulados na ajuda aos portugueses em dificuldade". "É cada um por si", diz José Malta.
SOLIDARIEDADE PARA A FAMÍLIA
Nos últimos dias muitas pessoas têm-se disponibilizado para ajudar a família de Renato Seabra, que está à espera de autorização legal para divulgar o NIB da conta bancária de solidariedade. Há outras iniciativas de apoio previstas. Há amigos que estão a pensar organizar jogos de basquetebol, desporto praticado pelo jovem.
"ESSAS IRMÃS DO CARLOS NUNCA FALARAM COMIGO"
"Esse comunicado para mim vale zero." É assim que CláudioMontez reage à nota enviada às redacções por duas irmãs de Carlos Castro, Maria Alice e Maria de Fátima, no qual o acusam de ter proferido declarações abusivas sobre o cronista. Cláudio acrescenta: "Não tenho contacto com essas irmãs do Carlos. Se calhar não gostaram que tivesse acompanhado Amélia e Fernanda a Nova Iorque, mas fi-lo na qualidade de amigo. Essas irmãs nunca falaram comigo."
AMIGA ÍNTIMA QUER AJUDAR
"Vou estabelecer contacto com a família este fim-de-semana para ajudar no que estiver ao meu alcance. A mãe deve estar a sofrer muito para proteger o filho e vai precisar de ajuda", diz Isa Costa, a estudante de Enfermagem de Coimbra assumida amiga "muito especial" de Renato Seabra.
FRASES
"Renato está em choque, não tem um discurso coerente. Está muito magrinho, parece um mendigo."
"Sabia que o Carlos Castro era gay, mas isso não era nenhuma doença. E se lhe oferecia ajuda..."
"Dizia que o Carlos era boa pessoa mas não lhe dava espaço."
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