A apresentadora tem boas razões para comemorar: acaba de completar 55 primaveras. Este ano celebra, também, 30 anos de carreira à frente das câmaras e 18 na escrita. Às datas redondas soma-se a felicidade no amor ao lado de Jorge Cristino.
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Fátima Lopes nasceu no Barreiro, em 1969 (54 anos) no dia das aparições da Cova da Iria (13 de maio), o que influenciou os pais na escolha do nome. Aos oito anos foi viver para Moçambique. Por lá ficou três anos. Passou pela rádio, pelo marketing e tornou-se um dos rostos principais da SIC, onde se estreou na apresentação com 'Perdoa-me', em 1994. Em 2006, publicou o seu primeiro romance, 'Amar Depois de Amar-te', que vendeu cerca de 100 mil exemplares, tornando-se um dos bestsellers do ano. Destaca-se agora em vários projetos em ambiente digital e nas conferências que faz pelo País.
'Amor Mora no Andar de Si’, o seu novo romance, tem como personagem principal uma escritora? Tem alguma coisa a ver consigo?
A escola da profissão da personagem principal, ou seja, quando pensei fazer dela uma escritora, imaginei logo que as pessoas começassem a pensar "que isto é a história da Fátima". Mas não é nada disso. A vida dela não tem nada a ver com a minha. A ‘Ana’ é uma mulher que eu quis construir para poder abordar uma série de temas que gosto. A história foi pensada para que pudesse falar de assuntos importantes e atuais na nossa sociedade. Ela tem um segredo, um trauma que viveu no passado, porque é a forma de eu poder falar desse problema e mostrar como, às vezes, um episódio marca pela vida fora. Ela é mãe solteira, com pouco ou nenhum apoio da parte do pai, e este foi o meio que encontrei de falar da forma como as mulheres se desdobram para criar os filhos sozinhas.
Inspira-se na vida real? Como é que contacta com estas diferentes realidades?
Sim. Eu ouço muitas histórias de vida. Antes ouvia em estúdio, hoje percorro o País de lés a lés e isso tem sido de uma riqueza muito grande para mim. Com os dois livros anteriores comecei a receber muito feedback de mães solteiras, que me diziam que os livros tinham mexido com elas. Então decidi que esta ‘Ana’ ia ser essa mulher que, por causa de um evento muito traumático no passado, não amou nem deixou que a amassem. E esta é uma realidade muito atual. Há muitas mulheres na casa dos 40, 50 anos que não viveram ainda uma relação estável, onde se fizeram planos, projetos, onde se sonhou de forma conjunta. Tal como a ‘Ana’, são pessoas com carreiras muito bem sucedidas, mas que estão sozinhas. Quando baixa o pano só têm o sentimento de vazio. É esta a realidade da personagem e de muitas pessoas atualmente. Já recebi emails de pessoas a dizer: "Esta Ana sou eu".
E o amor, na sua vida? Não mora no andar de cima, bem pelo contrário. Admitiu, há pouco tempo, que já vivia com Jorge Cristino.
Não sou uma pessoa que, quando fecho um determinado capítulo da minha vida, me ponha a fazer futurologia, porque isso drena-nos a alegria e a energia. Deixo que a vida me surpreenda, sempre. Mas nunca na vida fechei o meu coração, talvez porque não sou uma pessoa amargurada com o passado e porque resolvi sempre as questões que tinha que resolver. Quando temos as coisas bem resolvidas e quando temos uma boa relação com as pessoas do nosso passado, não fechamos o coração. Nunca disse nada… nem que "sim", nem "nunca mais". Deixei a vida fluir e a vida surpreendeu-me! E quando é assim eu cá estarei para viver aquilo que tiver que viver.
E aquilo que está a viver neste momento, é muito bom?
É muito bom!
Ana Rebelo, a escritora do seu livro, sofre aqui a dado momento um bloqueio criativo. Já lhe aconteceu?
É uma coisa de que se ouve muito falar. A mim já me aconteceu é ter de escrever um texto e não está a sair nada. Não há problema. Largo, vou à minha vida, vou dar uma volta, vou cozinhar e, de repente, o novelo resolve-se. Mas para quem dedica todo o seu tempo só à escrita é o seu maior medo. Deve ser como um apresentador ter uma branca!
O livro já vai para a terceira edição, uma semana após o lançamento. Os resultados de vendas são uma coisa importante?
São, porque de alguma forma são o reconhecimento do nosso trabalho. Se tivermos muitos leitores é sinal que as pessoas gostam da nossa escrita.
Alguma vez se tinha imaginado no papel de escritora?
Não, sempre gostei muito de escrever, de fazer composições e, quando me fizeram o convite para o primeiro, o ‘Amar Depois de Amar-te’, não sabia se conseguia escrever um livro. Mas eu sou uma pessoa muito disponível para aprender. E aprendi muito, sobretudo com a minha editora – que dos meus 11 livros publicou 10 – que logo no primeiro livro me explicou como é que se faz. Depois, eu escrevo como falo e isso é ótimo, porque não tenho de ir para outro registo. E os convites para escrever foram-se sucedendo. Quando me lanço no computador é uma sensação muito boa, porque sei que vou criar pessoas novas e que vou viver com elas uns bons meses.
Aprende também com as suas personagens?
Muito. Porque quando ponho as minhas personagens a viver determinadas situações dou por mim a pensar se tinha coragem de fazer aquilo. E, às vezes, há lições a tirar. Por isso é que escrever é terapêutico.
E pretende ter esse efeito - terapêutico - em quem a lê?
Procuro que acendam, às vezes, uma esperança, que motivem uma reflexão, que eventualmente não foi feita. Porque, na verdade, procuro isso também na minha vida. Já vivi situações complicadas e dolorosas, como toda a gente. Quem diga o contrário está a mentir. A vida contempla o sofrimento e a conquista. A minha escrita espelha isso mesmo, talvez porque é despretensiosa, mas verdadeira, Durante muito tempo não a valorizava o suficiente.
Porquê?
Porque durante muito tempo achei que os verdadeiros escritores tinham de escrever coisas muito complexas, muito emaranhadas ou filosóficas. Para mim esses é que eram escritores. Tanto que, quando me perguntavam se já me considerava "uma escritora" nem sequer sabia muito bem o que responder. E não valorizava porque a minha escrita era simples. A partir do livro ‘Encontrei o Amor Onde Menos Esperava’, talvez porque foi quando saí da televisão e pude percorrer várias localidades e falar com muitas pessoas, percebi que ter uma escrita simples é uma coisa boa. E tem valor.
E a televisão? Ficou para trás?
Lá mais para o outono vai haver novidades. Ainda não terminei o meu trabalho como apresentadora. Ainda há muita coisa para fazer, mas também tenho plena consciência de tudo o que já fiz no passado. Quando olho para tudo o que fiz em 30 anos como apresentadora, 18 como escritora e, sobretudo, nestes três últimos - depois de ter saído diariamente da televisão e ter começado vários projetos, como as palestras, a plataforma Simply Flow e o projeto no YouTube - concluo que sou, acima de tudo, uma grande trabalhadora. E isso emociona-me. Não sou uma estrela , nunca fui e acho que nunca vou querer ser. Mas sou zero preguiçosa! Trabalhei muito para conseguir tudo o que alcancei até hoje.
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