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Fátima Lopes: "Nuno Santos surpreendeu-me"

Entrevistada por Carlos Castro, a agora apresentadora da TVI Fátima Lopes faz uma retrospectiva da sua carreira e da polémica mudança de canal.

10 de outubro de 2010 às 10:55

Está mais bonita, elegantíssima. A agora apresentadora da TVI é uma outra mulher, que diz estar satisfeita com o seu percurso profissional. Entrevistada por Carlos Castro, Fátima Lopes faz uma retrospectiva da sua carreira e da polémica mudança de canal.

Correio da Manhã - Quando apareceste referiram-se como a "bomba" que o Rangel tinha criado...

Fátima Lopes - Foi uma leitura de imprensa. O que o Rangel disse foi "vai aparecer uma pessoa que será uma grande surpresa, e que vai conseguir marcar o seu espaço..." e a imprensa interpretou isto como "vem aí a bomba da SIC...". Nunca o ouvi da boca do Rangel. Eu era uma anónima e, na altura, assustou-me e eu pensei "ai meu Deus, a bomba da SIC... o que é que isto vai dar na minha vida?" Mas acabei por me ir adaptando, fui sabendo lidar com esse tipo de coisas.

- Como foi sair do anonimato para conquistar toda esta visibilidade?

- Não foi fácil. Recordo-me sempre de uma conversa que tive com a minha mãe antes de me estrear. Ela disse-me: ‘Lembra-te de uma coisa, tu agora vais passar a ser uma figura pública, tens de ter sempre os pés na terra, não podes deixar de ser a pessoa que és nem podes esquecer os valores que sempre orientaram a vida'. E até hoje, Carlos, lembro-me das palavras da minha mãe. Sim, e isso é fundamental, porque eu não quero virar estrela nem vedeta. Quero continuar a ser a Fátima que sempre fui, a que tu conheces já lá vão 16 anos e quero ser a mesma pessoa.

- Como têm sido estes primeiros tempos na TVI?

- Muito bons. Aliás, acho que tu percebes pela minha cara. Tem sido uma experiência positiva, sou muito mimada pelas pessoas, muito acarinhada. Depois de viver um espírito de equipa extraordinário, a TVI é uma família e quando há qualquer coisa para resolver ou para tratar sentamo-nos à mesma mesa para pegar na situação que tem de ser resolvida. Há uma camaradagem e entreajuda muito grande. O que senti, desde o primeiro minuto, é que as pessoas estavam verdadeiramente felizes de me ter lá. Toda gente estava empenhada em fazer--me sentir que estava em casa rapidamente e eu hoje vou para a TVI e sinto-me completamente em casa, estou felicíssima.

- Nota-se, estás mais eléctrica...

- (Gargalhadas) Estou mais enérgica, tenho um programa que exige fisicamente muito de mim. Mas é tão bom, nunca me tinha visto naquele papel e, de repente, percebi que sou capaz de fazer este género de programas e que posso deixar o meu lado mais divertido sair cá para fora.

- Tens a porta fechada com a SIC?

- Pois, não sei. Digamos que, a avaliar por algumas declarações que li, posso depreender que sim, mas eu respeito, são as decisões das pessoas, são as suas opiniões e eu sempre respeitei as opiniões dos outros.

- Nuno Santos disse que tu não fazias falta à SIC, mas foste uma das figuras mais marcantes da estação...

- Surpreendeu-me... Naturalmente, foi uma afirmação que me surpreendeu, porque enquanto lá estive nunca senti que isso fosse verdade. Mas, de qualquer forma, eu tenho a minha consciência tranquila, e tenho a minha consciência relativamente aos meus comportamentos, às minhas atitudes e à minha formação como pessoa e como profissional. Acho que sempre me portei muito bem com a SIC desde o primeiro até ao último dia. A única coisa que aconteceu foi que eu não quis continuar no projecto SIC, é só isto. É uma afirmação que o Nuno saberá, com certeza, os porquês e não sou eu que posso justificar porque eu não encontro justificação para essa afirmação.

"TENHO AMIGOS VERDADEIROS NA SIC"

CM - Foi difícil a saída da SIC?

F.L. - Não foi fácil. Por uma questão emocional, mas tinha de respeitar o meu coração e sentia que estava na altura de mudar, que precisava de continuar a crescer. Os afectos não têm de morrer com uma mudança profissional. Tenho amigos verdadeiros na SIC. Estas mudanças servem para mostrar quem são as pessoas que estão à nossa volta.

- E quando se diz que traíste o teu público...

- Não concordo. Fui convidada para fazer uma mudança profissional. O ser humano tem direito a sonhar, mudar e evoluir, portanto eu limitei-me a ir atrás dos meus sonhos. Se não me despedi das pessoas foi porque não tive permissão para o fazer.

- A tua escolha foi monetária?

- Se fosse assim, eu tinha aceite negociar e não negociei dinheiro, mas sim carreira. Tenho 16 anos de profissão, 41 de idade, isto interessa--me. O dinheiro estava no fim da cauda. Se fosse uma questão monetária eu chegava ao pé da SIC negociava e dizia: oferecem-me X, vocês ofereçam-me Y e eu fico. Mas eu não fiz isso, porque é a prova de que eu mudei por projectos.

"AINDA SOU MUITO MENINA DOS PAPÁS"

- Foste uma mulher separada. Como foi ser amiga, mãe e pai da tua filha?

- Não tive dificuldades porque ela graças a Deus sempre teve um pai presente. Às vezes, isso não acontece. Em separações, as crianças ficam à guarda apenas de um, a Beatriz nunca viveu isso. Tem um pai super presente, que cuida dela e que a acompanha. A partir do momento em que comecei a viver com o Luís, ele sempre mimou a Beatriz como se fosse sua filha e ela sente isso. Neste momento tem uma riqueza afectiva à volta dela: os pais, o meu marido, os avós, o que faz com que esteja bem, faz com que a Beatriz esteja muito bem suportada emocionalmente, e ela é uma criança muitíssimo resolvida em relação a isso, se falares com ela perceberás isso facilmente.

- És ainda muito a menina dos teus pais?

- Muito, muito. Eu tenho uma relação muito forte com os meus pais. Eles são um pilar importantíssimo na minha vida, mas também na dos meus filhos. Ajudam-me a criar os meus filhos, são aqueles avós super presentes que vão buscar os netos à escola, se for preciso, ficam com eles se eu tenho trabalho e etc. Para tu veres, não passa um único dia que eu não fale com os meus pais e há anos que saí de casa deles. Isso dá-te uma noção de quanto eu estou na vida deles e eles na minha vida.

PERFIL

Fátima Lopes nasceu a 13 de Maio de 1969 (41 anos). Licenciou-se em Comunicação Social, mas, em 1994, tornou-se num dos rostos principais da SIC pela mão de Emídio Rangel. Apresentou programas como ‘All You Need is Love', ‘Surprise Show'. Foi o rosto das manhãs e das tardes do canal. A 2 de Julho deste ano, mudou-se para a TVI.

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