De regresso à música, a cantora e actriz apresenta na sexta-feira, no Centro Olga Cadaval, em Sintra, o novo disco, ‘Fio de Luz’.
De regresso à música, Lúcia Moniz apresenta na sexta-feira, no Centro Olga Cadaval, em Sintra, o novo disco, ‘Fio de Luz'.
- Como é que foi voltar a compor e a gravar depois de sete anos de silêncio?
- A vontade de compor esteve e estará sempre presente. Aliás, em casa, há sempre coisas a surgir, coisas que acabam por ir para a gaveta. O que aconteceu é que levei seis anos a perceber que, se calhar, havia mais alguém que queria ouvir as minhas canções para além da minha família (risos).
- Houve muita gente a pedir-lhe para voltar?
- Sim. As pessoas às vezes abordavam-me na rua, não só porque me reconheciam da televisão, mas para me perguntarem quando é que eu voltava a lançar um disco novo.
- Esta ausência de sete anos aconteceu porque esteve ocupada com outros projectos ou porque achou que não tinha nada de especial para oferecer às pessoas em termos musicais?
- Acho que foi um bocado das duas coisas. Assumo a responsabilidade de ter levado tanto tempo a editar um disco pelo facto de ser eu a compositora das canções. Se tivesse alguém a compor para mim, se calhar isto tinha acontecido mais cedo. Por outro lado, fui adiando este disco porque, entretanto, me apareceram outros trabalhos no meio da representação. Quando dei por mim, tinham passado seis anos.
- O disco é apresentado no próximo dia 25, mas chega apenas no segundo semestre deste ano. De que é que fala este ‘Fio de Luz'?
- Este disco resume-se à ideia de transmitir mensagens positivas. Há coisas na nossa vida que até podem parecer muito negras, mas que, se procurarmos um fio de luz, talvez tenhamos força para as ultrapassar. Mesmo os temas mais tristes deste disco têm uma abordagem muito positiva. Há sempre uma mensagem de "estamos vivos, vamos dar valor ao que temos".
- Mas é um disco sobre si?
- Não, não é um disco sobre mim. Aliás, apesar de ser eu a compositora das canções, apenas dois textos são assinados por mim. Eu acho que, definitivamente, não tenho muito talento para escrever e por isso todas as outras letras foram encomendadas.
- Encomendadas a quem?
- Reuni vários autores, entre os quais a Catarina Furtado, o João Só e o Pedro Malaquias. São pessoas que me conhecem e que perceberam bem qual era a minha intenção para este disco.
- Sente que mudou muito como cantora e compositora nestes sete anos?
- Não. Estou mais velha, mas acho que não mudei assim tanto, apesar de nos últimos anos ter ouvido outras coisas, descoberto novas sonoridades e renovado um bocadinho os meus discos, que me inspiraram de forma diferente. Mas sou exactamente a mesma pessoa.
- Neste momento é uma cantora-actriz ou uma actriz-cantora?
- (risos) Não sei. É tão difícil responder a essa pergunta. Eu acho que me sinto cada vez mais dividida entre a música e a representação. O que acontece é que vou dando prioridade uma vez a uma, outra vez a outra. Agora estou a dar prioridade à música.
- Mas olhando para trás, para a sua carreira, sente que é a música que tem roubado tempo à representação ou a representação que tem roubado tempo à música?
- Não, não sinto nada disso. Se alguma vez o sentisse é porque aquilo que estivesse a fazer no momento não valeria a pena. Sempre tirei o maior partido de tudo o que faço, sobretudo do ponto de vista do prazer e do gozo pessoal.
- Sente que as pessoas a reconhecem mais como actriz ou como cantora?
- Depende. Quando estou na televisão, é mais imediato, as pessoas reconhecem-me mais facilmente. Mas é engraçado, porque mesmo quem me aborda por causa da televisão me pergunta a seguir: "Então e a música?". Saber que as pessoas têm isso na memória é para mim uma grande satisfação e um grande elogio.
- É fácil para si traçar o perfil das pessoas que gostam de ouvir a sua música? Já fez alguma vez esse exercício?
- Não, isso é muito difícil. Acho que tanto pode ser a geração que me acompanha desde o primeiro disco, como também gente mais nova. Não sei. Talvez daqui a uns tempos eu consiga responder a essa pergunta (risos).
- Até que ponto os seus pais (Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo) são importantes na sua carreira?
- Eu tenho sempre um espaço reservado para a opinião deles, que é para mim uma coisa fundamental. Eles acreditam sempre em mim e esse apoio eu tenho-o sempre garantido (risos).
- Mas os pais são quase sempre suspeitos, ou não?
- (risos) Claro que eu nunca tive nenhuma opinião negativa deles, mas posso dizer que já tive algumas chamadas de atenção.
- E qual é a opinião deles em relação a este novo disco?
- Não só eles, mas todas as pessoas que me conhecem e que já ouviram este disco, têm-me dito que este é talvez o trabalho que mais vai ao encontro da minha essência musical. Este disco tem uma sonoridade mais minimalista, é mais cru e mais genuíno, e daí esta opinião que eu tenho ouvido e que tem sido unânime.
- Acha que se não fosse filha de músicos teria seguido esta vida das artes?
- Não sei, mas acredito que o factor genético é muito responsável.
- E a sua filha, Júlia, já ouve as suas músicas?
- Sim, e até já tem as suas preferências.
- Este é o primeiro disco que lança depois de ter sido mãe. Isso teve algum peso?
- Sem dúvida. Ela simplifica muito. É engraçado, porque às vezes basta ouvi-la trautear as minhas composições para esclarecer muitas dúvidas.
- E sente que ela já vai manifestando alguma tendência para a música?
- Completamente, não só para a música mas também para a representação. Mas ela tem seis anos, ainda tem muito tempo pela frente.
- Mas a Lúcia também começou a cantar muito nova. Ainda se recorda?
- Eu já não me lembro muito bem, mas já vi uma fotografia (risos). Foi num infantário, em Linda-a-Velha, e devia ter uns três anos. O microfone era tão grande e pesado que até tinha alguém a segurá-lo para mim.
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