A edição de hoje
A personagem central de 'Rabo de Peixe - Toda a Verdade', o novo documentário de Rúben Pacheco Correia, que estreia este domingo na CMTV, fugiu quatro vezes da prisão.
Poucos criminosos se podem gabar de ser uma lenda. Sobre 'o italiano' - assim é conhecido o narcotraficante que perdeu uma carga de centenas de quilos de cocaína que deu à costa em São Miguel em 2001 - contam-se quase tantas histórias como sobre os velhos caçadores de baleias ou os diabretes que 'habitam' as fajãs de pedra escura. Não é para todos, mas também não admira: Antonino Quinci, a personagem central de 'Rabo de Peixe - Toda a Verdade', do novo documentário de Rúben Pacheco Correia que a CMTV estreia este domingo, dia 12, às 19h30, não é igual aos outros.
Este ano, pouco depois de ter concedido uma série de entrevistas exclusivas ao escritor português numa penitenciária brasileira (em Ceará-Mirim) Antonino Quinci, voltou a escapar ás malhas da justiça. Estava já em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, mas o impulso falou mais alto. Foi a quarta vez que fugiu da prisão em 69 anos de vida , a maioria dos quais dedicada ao crime, ou não fosse descendente de uma longa linhagem de traficantes de Trapani, na Sicília, identificada pelas autoridades desde 1982.
O novo documentário revela ao pormenor esta rede de ligações perigosas. Vito, o sobrinho, veio inclusivamente ajudar o tio a São Miguel, em 2001, e chegou a estar sequestrado (juntamente com a mulher) pelo cartel da Colômbia a quem pertencia a droga. Seriam moeda de troca, enquanto a droga não aparecesse. Gente dura mas escorregadia. Tão facilmente dá á costa, como a polícia lhe perde o rasto.
Fugiu da prisão na Sicília, em Ponta Delgada (na sequência do episódio de Rabo de Peixe) e no Brasil foi condenado por duas vezes e de ambas escapou. Inexplicavelmente, a justiça brasileira nem deu por isso: da primeira vez usava uma identidade falsa ( "José Aníbal” ) com a qual apanhou 16 anos de pena, que não cumpriu. Quando voltou a ser detido, com outro carregamento de droga num veleiro, apresentou-se como Antonino Quinci e, por isso, não houve cúmulo jurídico. Apenas um dos muitos segredos dos Quinci.
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