A expulsão da 'Casa dos Segredos' foi, segundo o filho de António Oliveira, o final do programa. Sem falsas modéstias, Vasco assume o seu protagonismo
Mal abandonou a ‘Casa dos Segredos', Vasco pôs o dedo na ferida ao acusar o pai, o ex-seleccionador nacional António Oliveira, e a madrasta, Ivete, de serem os responsáveis pela sua expulsão. Agora, o portuense, de 28 anos, vai mais longe. Em entrevista à VidasVasco Oliveira assume, sem quaisquer problemas, que guardou sigilo - quase absoluto - da sua participação no jogo. "Se ele [pai] soubesse antecipadamente da minha entrada, tomaria precauções e eu talvez não entrasse. O Mundo funciona por influências."
Por isso, só contou a poucas pessoas, "como o meu tio [Joaquim Oliveira], que é o meu anjo da guarda", diz o ex-concorrente, que, ainda assim, adianta não ter conseguido evitar "represálias". "Só pelo simples facto de o meu irmão Francisco me ter apoiado, fecharam a ‘sete chaves' a casa de Francelos que o meu pai lhe emprestou. E o carro que o meu irmão utiliza - que não é dele mas é como se fosse, já que está no nome do meu pai - foi dado como roubado", explica Vasco Oliveira, desconhecendo, no entanto, se se tratou apenas de uma ameaça.
"Não tenho a certeza se foi apresentada queixa na Polícia mas foi o que disseram ao Francisco pelo telefone. Eu não sofro represálias há quatro ou cinco anos e isso a mim já não me afecta, já estava fora desse circuito. O meu irmão está agora a ‘levar pancada' mas isso só faz dele um rapaz mais forte. E merece todo o meu respeito. Não se vendeu, teve a tentação e não o fez."
Segundo o filho de António Oliveira, a sua entrada no programa da TVI e ter como segredo um pai mediático acarretou ainda outras consequências. "Ele pagava a pensão de alimentos à minha mãe e deixou de o fazer quando entrei na Casa", diz Vasco Oliveira, rejeitando qualquer ajuda paterna. "A pensão era para os dois filhos, os meus irmãos, porque eu não utilizava esse dinheiro. Nunca vivi com o dinheiro do meu pai", garante, deixando perceber uma relação conturbada com o progenitor, que tanto admira e que assume continuar a amar. "É o meu pai, e não pode ser meu inimigo", admite.
Os conflitos parece terem começado há cerca de cinco anos e hoje Vasco não vê que a situação mude de figura. "Há um ano, fui ter com ele à faculdade. Foi a última tentativa. Falámos um minuto no parque de estacionamento. A conversa nem foi má, foi curta. Mas parecia haver esperança, até que, no dia a seguir, um ‘papagaio' ligou-me a mandar recados, a dizer para não ir lá mais senão ele mandava os seguranças retirarem-me das instalações. A partir daí, decidi que acabava, não queria saber mais disto", conta, admitindo, ainda assim, que a esperança é a última coisa a morrer.
"Há sempre uma esperança. Se houver, não me vou armar em campeão. Se um dia surgir essa oportunidade, temos de ser humildes, até porque eu sou a favor do perdão a partir do momento em que as pessoas se arrependam. Mas não me parece que isso irá acontecer, e nem estou preocupado".
Durante as duas semanas que permaneceu no jogo, a família de Vasco foi confrontada com notícias que davam conta do seu alegado envolvimento em casos de violência, como a ‘Noite Branca' ou o Gang da Ribeira. O filho de António Oliveira assume a sua amizade com alguns envolvidos nos processos, como Bruno Pidá, mas deixa claro. "Quem falou nisso que apresente provas. Nunca infringi a lei, o meu registo criminal está limpo", avança Vasco Oliveira, que viu ainda a sua mãe, Conceição, ser acusada de ter traído o pai.
"Quem disse isso nem está perto do que eu pretendo dizer sobre os ‘papagaios'. É apenas uma gota... Tenho muita coisa para dizer. Temos de desvendar o segredo do ‘papagaio fêmea'", aponta, numa clara alusão à actual mulher de António Oliveira, Ivete. Esta não é poupada às críticas. "No início, ela tentou agradar a todos. Nessa altura [há mais de 15 anos], fazia parte da estratégia tratar bem dos filhos, para cair nas graças do ‘Oliveirinha'. Mas, quando ela ultrapassou essa fase, começou a fazer o seu jogo", relata Vasco Oliveira, que, apesar das desavenças, não deixou de se mostrar solidário quando Ivete sofreu um cancro na mama.
"Mesmo não gostando da pessoa, enviei-lhe algumas mensagens, dizendo-lhe que queria que sobrevivesse para assistir à minha vitória. Em questões de saúde, nunca desejei mal a ninguém, e devemos sempre respeitar o inimigo. Numa primeira fase, via-a como inimiga, mas agora não. É um ser tão insignificante...", diz.
Apesar da distância que hoje vive do pai, Vasco assume o orgulho pelo caminho profissional percorrido por António Oliveira. "Independentemente daquilo que ele possa ser, teve uma carreira brilhante. Tem todo o mérito por isso", afiança. Já no campo pessoal, Vasco não deixa passar a popularidade que o pai teve, no passado, com as mulheres. "A relação com a minha mãe foi o romance da década de 80. Ele sabia escolher muito bem as mulheres mas depois perdeu qualidades. O meu pai entrou num poço sem fundo."
Sem esconder as suas origens, Vasco admite que o apelido que carrega lhe trouxe alguns prejuízos. "Na maior parte das situações, beneficia-me, mas quando joguei futebol prejudicou-me. Mas eu também ajudei à ‘missa', porque comecei a reagir mal. Não estou a fazer-me de vítima", assegura.
Nos últimos cinco anos, Vasco diz ter crescido e sabido lidar bastante bem com as adversidades. "Estou habituado a polémicas", destaca, demonstrando que a imagem de ‘bad boy' não corresponde à verdade. "Sou um ‘good boy'", diz, entre risos. Amigo do seu amigo, o portuense diz só conseguir viver bem com a felicidade dos que mais ama. Por isso, com o dinheiro que poderia ganhar com a vitória na ‘Casa dos Segredos', iria ajudar: "Tinha o plano de doar uma parte do dinheiro a uma instituição de crianças."
A Vidas tentou obter uma reacção de António Oliveira e Ivete. O primeiro esteve incontactável, a sua mulher foi peremptória: "Não vou opinar sobre esse assunto."
Em 2002, Vasco defendeu o pai, na altura seleccionador nacional, quando este foi apupado no Aeroporto de Lisboa. Quando questionado sobre o que se passou, o jovem é peremptório: "Perguntem-lhe a ele." Hoje é portista ferrenho, apesar de simpatizante do Sporting, e é membro dos Super Dragões. Sobre Fernando Madureira, líder da claque, diz: "É ‘top ten'. Tenho uma amizade com ele, é uma grande sociedade", afirma.
Desde criança que Vasco é apaixonado por futebol. Foi profissional mas, segundo o próprio, o facto de ter o apelido Oliveira dificultou-lhe a vida. "Era muita pressão. Cansei-me e desisti", adianta.
"O ANTÓNIO FAZ DE SONSO"
Em pouco tempo, Vasco diz ter traçado o perfil de António. "Ele faz-se de sonso mas de sonso não tem nada", diz o ex-concorrente, que acredita na vitória do pastor. "É o Portugal que temos."
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