Saiba quem usou o seu discurso para falar no feminino, na edição deste ano.
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Muitas foram as referências no feminino durante os discursos dos vencedores da edição deste ano dos prémios que celebram a indústria cinematográfica.
Em ano dos movimentos #MeToo e #Time'sUp, esperava-se que a 90.ª edição dos Óscares refletisse o momento que se vive em Hollywood e muito do que se fez na madrugada deste domingo foi nesse sentido.
Um dos mais importantes discursos foi proferido por Frances McDormand, que levou para casa a estatueta dourada pela sua interpretação em "Três Cartazes à Beira da Estrada". A atriz colocou o Óscar no chão e prometeu um discurso longo, promessa que acabou por cumprir.
"Estou a hiperventilar um bocadinho. Se eu cair, apanhem-me porque tenho umas quantas coisas para dizer", assegurou.
Pelo meio, pediu às mulheres que estavam nomeadas para se levantarem e celebrarem com ela. "Meryl [Streep], se tu o fizeres toda a gente vai seguir, anda lá", brincou. "Agora olhem à vossa volta. Todas temos histórias para contar", desabafou, pedindo a quem manda para receber mais mulheres "nos escritórios" e dar espaço a novas narrativas.
"Todas nós temos histórias para contar e projetos para financiar. Não falem connosco sobre isso nas festas desta noite. Convidem-nos antes para os vossos escritórios daqui a uns dias. Ou podem ir aos nossos, o que for melhor", acrescentou.
Frances McDormand aproveitou, ainda, para pedir aos colegas que se encontravam na sala para adicionarem uma cláusula de inclusão nos seus contratos, cláusula essa que obriga os estúdios a assegurarem diversidade nas equipas de produção.
Um Óscar para a mãe
Gary Oldman recebeu o prémio de melhor ator pela sua interpretação de Winston Churchill, numa noite que acabou por consagrar diversos artistas britânicos. O ator, de 59 anos, aproveitou o discurso para agradecer à mulher mais importante da sua vida: a mãe.
"Queria agradecer à minha mãe, que é mais velha que o Óscar", disse. "Ela vai ser uma jovem de 99 anos no seu próximo aniversário e está a ver a cerimónia no sofá. Quero agradecer-te pelo teu amor e apoio. Põe a chaleira a aquecer, que eu vou levar o Óscar para casa", brincou.
Uma "Mulher Fantástica"
A noite foi igualmente histórica para o movimento LGBT, com "A Fantastic Woman" ("Uma Mulher Fantástica") a ganhar o prémio para Melhor Filme Estrangeiro. A película é protagonizada por Daniela Vega e segue a história de uma mulher trangénero que quer ser aceite pela família do seu companheiro, que nunca reconheceu a relação e se recusa a lidar com a sua dor.
Mais tarde, Vega acabaria por fazer também história, ao ser a primeira mulher trangénero a apresentar nos Óscares.
De resto, esta foi a noite para quebrar barreiras históricas, com Rachel Morrison a ser a primeira mulher a ser nomeada para Melhor Cinematografia, Mary J. Blige a ser a primeira pessoa a ser nomeada para Melhor Canção e Melhor Atriz Secundária no mesmo ano e, por exemplo, Greta Gerwig a ser a quinta mulher a ser nomeada como melhor realizadora em 90 anos de Óscares.
Emma Stone encarna Natalie Portman
(E por falar em Gerwig...) A ironia foi reciclada, mas a mensagem voltou a dar nas vistas. À semelhança do que fez Natalie Portman na edição deste ano dos Globos de Ouro, também Emma Stone usou sarcasmo para apontar o facto de haver muito poucas realizadoras nomeadas.
Em janeiro, Natalie Portman, incumbida da tarefa de anunciar os nomeados para melhor realização de um filme, fez questão de apontar que todos eles eram homens. Desta feita, Emma Stone anunciou uma categoria similar referindo-se aos nomeados como "quatro homens e Greta Gerwig".
"Fiz tudo sozinha"
Allison Janney recebeu o Óscar de Melhor Atriz Secundária de uma maneira brincalhona e original. Certamente a competir pelo jet ski que Jimmy Kimmel prometeu oferecer a quem fizesse o discurso de vitória mais curto da cerimónia, Allison dirigiu-se ao microfone e proclamou, triunfante: "Eu fiz isto tudo sozinha".
A ironia de Janney, que brincou, assim, com todos os agradecimentos habituais nos Óscares, virou "meme" instantaneamente nas redes sociais, com muitos a considerarem a frase como um novo hino para a feminista do século XXI.
O mau ano para os homens
Não havia maneira de o contornar, por isso o apresentador Jimmy Kimmel abriu logo a cerimónia "a matar", dizendo que o último ano tinha sido terrível para o sexo masculino e que, neste momento, o Óscar era mesmo o homem mais respeitado de Hollywood.
A meio da cerimónia, a organização voltou a abordar o tema, com uma montagem sobre as vitórias das mulheres e das etnias no cinema, este ano, montagem essa que foi apresentada por Ashley Judd, Salma Hayak e Annabella Sciorra.
Kumail Nanjani foi uma das celebridades a deixar a sua opinião sobre o assunto, deixando o argumento que talvez mais convença os estúdios a apostar na diversidade. Ao notar que os filmes com mulheres e diferentes etnias nos papeis principais estão a conseguir bons resultados nas salas de cinema, Nanjani foi direto: "Não façam estes filmes porque é bom para a sociedade. Façam-os para ficarem ricos! Vão certamente ter muita promoção", salientou.
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