Centenas de deslocados devido às chamas que lavram em Mação, Sardoal e Abrantes.
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As chamas provenientes do incêndio de Mação, no distrito de Santarém, alastraram à freguesia de Belver, concelho de Gavião, distrito de Portalegre, onde a situação é muito complicada e o fogo ameaça duas aldeias.
"O incêndio veio do Rosmaninhal, em Mação, e entrou na freguesia de Belver com muita violência e está a dirigir-se para as aldeias de Arriacha Fundeira e Torres", disse à agência Lusa a presidente da junta de freguesia local, Martina Jesus.
"O vento está muito forte, a mudar sempre de direção, e com grandes projeções das chamas", disse a autarca de Belver, freguesia que no final de julho já havia sido atingida pelas chamas provenientes de um outro incêndio de Mação, e que devastou, então, "cerca de 5 mil hectares da freguesia, quase 80% do território".
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Gavião, José Pio, relatou que a situação é "muito complicada", uma vez que o incêndio está a aproximar-se das aldeias de Torre Cimeira e Torre Fundeira.
De acordo com o autarca, o incêndio passou a ponte da ribeira de Eiras e está neste momento a progredir no terreno "com uma violência verdadeiramente infernal".
José Pio acrescentou ainda que a "próxima hora" vai ser "crucial" para decidir se avançam com o plano de evacuação das populações das duas aldeias, que contam com cerca de 150 habitantes.
Consultada a página da Proteção Civil, esta ocorrência não aparece registada devido a estar ligada ao incêndio de Mação, onde, cerca das 19:00, combatiam as chamas 859 operacionais, apoiados por 257 viaturas e 12 meios aéreos.
A Autoestrada da Beira Interior (A23) foi hoje cortada, pelas 16:50, entre o nó de Mouriscas e o nó de Mação, no distrito de Santarém, devido ao incêndio que lavra na região, disse à Lusa fonte da GNR.
De acordo com a GNR, a A23 está interdita ao trânsito nos dois sentidos, por causa do incêndio que deflagrou quarta-feira no concelho de Mação.
Além da A23 estão cortadas duas estradas nacionais no distrito de Santarém: Estrada Nacional 244-3, entre Louriceira e Serra, no distrito de Santarém, e Estrada Nacional 244, entre Mação e Chão Codes.
Devido à ocorrência de incêndios florestais permanece ainda cortada a Autoestrada do Norte (A1), entre o nó de Albergaria-a-Velha e o de Aveiro Sul, em ambos os sentidos.
Dois bombeiros feridos em Abrantes
Dois bombeiros de Abrantes ficaram hoje feridos quando combatiam as chamas que lavram naquele concelho do distrito de Santarém, disse à Lusa fonte do comando das operações.
Segundo a mesma fonte, os bombeiros sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, tendo um deles sido transferido para Lisboa.
"Os dois elementos feridos estavam com um autotanque de Abrantes e sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, um num braço e numa mão e o outro numa perna, no combate ao incêndio que lavra em Lercas", Mouriscas, concelho de Abrantes, afirmou.
O incêndio em Abrantes é proveniente do que começou às 00:01 de quarta-feira no concelho de Mação e que também já se propagou para o Sardoal.
Fogo em Mação faz mais de uma centena de deslocados
Centenas de pessoas tiveram de ser deslocadas das suas casas devido ao incêndio de Mação, em Santarém, para o qual vão ser hoje mobilizados todos os meios aéreos disponíveis, anunciou hoje a Proteção Civil.
De acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, há 81 deslocados em Mação, 24 em Abrantes e 28 no Sardoal, os concelhos para onde o incêndio já se estendeu.
Patrícia Gaspar disse que este é o incêndio que "mais preocupa, que deu muito trabalho e que está a dar muito trabalho".
"Temos em mãos uma operação de proteção civil já com alguma complexidade. O incêndio neste momento apresenta várias frentes ativas. Tem tido um comportamento muito complexo. [Os operacionais enfrentam] uma situação toda ela difícil em termos de combate, a meteorologia não favoreceu o que foi a evolução do incêndio, pelo contrário, propiciou o desenvolvimento deste incêndio", disse a responsável.
Relativamente aos meios aéreos Patrícia Gaspar disse que à exceção de dois aviões que permanecem no combate às chamas em Vila Real e de onde não podem ser deslocado para não desguarnecer a região no norte do país, todos ou restante meios aéreos vão ser mobilizados para o incêndio de Mação.
Questionada sobre as críticas do autarca de Mação, Vasco Estrela, que questionou o número de meios deslocados para o combate às chamas na região, Patrícia Gaspar disse que já na quarta-feira tinham sido alocados a este fogo todos os meios aéreos disponíveis.
"Temos todos os meios aéreos mobilizados para este teatro de operações. Foi já o que aconteceu no dia de ontem [quarta-feira]. Ontem [quarta-feira] foram reforçados os meios terrestres neste incêndio. Temos 15 grupos de reforço portugueses, mais os três módulos de Espanha", disse a adjunta de operações da Proteção Civil.
O último balanço contabiliza um total de 86 feridos, sete dos quais graves, mas que não correm risco de vida, estando numa situação estável, indicou Patrícia Gaspar.
O fogo de Mação mantém cortada a estrada nacional 244-3 entre Louriceira e Serra.
Para além deste incêndio, ao início da manhã a ocorrência que também preocupava as autoridades era o fogo de Vila de Rei, Castelo Branco, que lavra desde terça-feira e mantém mais de 300 operacionais no combate às chamas.
Lembrando que o cenário meteorológico para os próximos dias é favorável ao aumento do risco de incêndio, com a previsão de vento e aumento das temperaturas máximas já a partir de hoje, Patrícia Gaspar disse que se mantém a decisão tomada na quarta-feira de manter o estado de alerta especial de nível laranja até às 20h00 de sexta-feira.
Desde as 00h00 já se registaram 31 incêndios florestais. Na quarta-feira deflagraram 176 incêndios.
A Proteção Civil mantém hoje no terreno todos os meios que tem estado no combate ao longo dos últimos dias, incluído o apoio internacional vindo de Espanha e Marrocos.
Patrícia Gaspar disse ainda que estão ativos o plano distrital de emergência de proteção civil de Santarém e os planos municipais de Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Castelo Branco e Fundão.
Autarca diz que 80 a 90% do concelho de Mação ardeu
O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, estimou que "80 a 90% do concelho" tenha ardido devido ao fogo ainda ativo e dos incêndios no final de julho.
"Acabei de dar uma volta por grande parte do perímetro do fogo, é desolador aquilo que se vê. O concelho está completamente destruído. É uma imensidão de problemas que aqui temos. Temos 80, 90% do concelho ardido, é esta a realidade, infelizmente", disse à Lusa.
Apesar do cenário "dramático", o autarca afirmou esperar uma evolução positiva das chamas durante a madrugada.
"Há aqui um conjunto de situações que ainda estão por resolver. Monte Penedo, Rosmaninhal, Vale de Abelha, Ortiga, Pereiro, ainda carecem de muita atenção. Vamos ver se durante a noite conseguem ficar ultrapassadas", afirmou.
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