Chefe de Estado brasileiro defende-se o uso de remédios contra a malária como cloroquina e a hidroxicloroquina.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defendeu esta terça-feira a autonomia médica e o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a covid-19 durante a abertura da 76.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso 'off-label'[fora da bula]", afirmou Bolsonaro.
"Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da 'media', se colocaram contra o tratamento inicial", acrescentou.
Ao citar o chamado "tratamento precoce" o chefe de Estado brasileiro referia-se ao uso de remédios contra a malária como cloroquina e a hidroxicloroquina, e outras substâncias como a azitromicina, que diz ter ingerido com sucesso quando foi infetado pelo novo coronavírus no ano passado, embora estudos e a comunidade científica global indiquem que são ineficazes contra o vírus SARS-CoV-2.
O chefe de Estado brasileiro também lembrou que a pandemia pegou todos de surpresa em 2020 e acrescentou que sempre defendeu "combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade".
Um dos líderes que mais nega a gravidade da pandemia e que se opõe a medidas de controlo da covid-19 como uso de máscara e o distanciamento social, Jair Bolsonaro declarou na ONU que as medidas de isolamento adotadas no mundo "deixaram um legado de inflação", elevando o preço dos alimentos.
A viagem do Presidente brasileiro aos Estados Unidos da América para a Assembleia Geral da ONU começou no domingo e deste então tem gerado polémicas e protestos.
Bolsonaro precisou entrar por uma porta secundária do hotel onde está hospedado em Nova Iorque para evitar um protesto que reunia dezenas de pessoas no local no dia de sua chegada.
Por afirmar que não tomou vacina contra a covid-19, o chefe de Estado brasileiro não pode entrar em restaurantes e alguns estabelecimentos fechados em Nova Iorque que exigem comprovativo de vacinação e chegou a divulgar uma fotografia comendo uma pizza na rua.
Na sua declaração na Assembleia Geral da ONU, o Presidente brasileiro criticou a exigência do certificado de imunização, alegando apoiar "a vacinação", mas o seu Governo "tem-se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada à vacina".
"Até ao momento, o Governo Federal [do Brasil] distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. Oitenta por cento da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos", declarou.
Bolsonaro também foi criticado publicamente pelo presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, que numa conferência de imprensa na segunda-feira enviou "uma mensagem a todos os líderes mundiais" e "especialmente a Bolsonaro, do Brasil": "Se você pretende vir aqui, você precisa de estar vacinado. E se você não se quer vacinar, nem venha, porque todos devem estar seguros juntos".
Ao encontrar novamente um grupo de pessoas que protestavam contra o chefe de Estado brasileiro, o ministro da saúde do país, Marcelo Queiroga, foi filmado fazendo gestos obscenos para os manifestantes, causando uma nova polémica.
Dividida entre as sessões da manhã e da tarde, a 76.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas começou esta terça-feira e prolonga-se até dia 27, subordinada ao tema "Construir Resiliência Através da Esperança - Recuperar da Covid-19, Reconstruir a Sustentabilidade, Responder às Necessidades do Planeta, Respeitar os Direitos das Pessoas e Revitalizar as Nações Unidas".
Entre as matérias que aguardam entendimentos dos líderes e delegações de Estado estão as alterações climáticas, as migrações, a segurança à escala global e o combate ao terrorismo, sobre as quais deverão incidir a maioria das intervenções.
A covid-19 provocou pelo menos 4.696.559 mortes em todo o mundo, entre mais de 229,01 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
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