Saída de Dominic Raab, negociador do 'Brexit', está a ter efeito de bola de neve.
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No dia seguinte ao conselho de ministros do governo britânico ter aprovado o plano para a saída da UE, sucedem-se as demissões. Dominic Raab, ministro do Reino Unido para a saída da União Europeia, Shailesh Vara, ministro para a Irlanda do Norte, Esther McVey e Suella Braverman, ministra "júnior" para o Brexit, abandonaram o governo esta quinta-feira. Deixam o executivo de Theresa May em risco de colapso, mesmo antes de o acordo assinado com a UE chegar ao Parlamento para ser discutido. A saída de Dominic, até aqui visto como o braço direito da primeira-minsitra britânica, mostra o quão dividido está o Partido Conservador.
Também a secretária de Estado do Brexit, Suella Braverman e a dos Assuntos Parlamentares, Anne-Marie Trevelyan anunciaram a saída do executivo em discordância com o acordo do Brexit.
A primeira-ministra está esta manhã no Parlamento a apresentar o acordo alcançado com Bruxelas, numa sessão que se prevê muito tensa.
Risco de golpe interno dos conservadores
May pode ser alvo de um golpe interno dos seus próprios deputados. Bastam 48 assinaturas dos 315 parlamentares conservadores para forçar a votação de uma moção de confiança entre os conservadores, que pode significar o fim do governo de May e - embora tal não seja obrigatório - a convocação de eleições antecipadas. Há muito que se diz que vários parlamentares já escreveram cartas a pedir a saída de Theresa May, e é dado como certo que as iniciativas semelhantes vão aumentar nos próximos dias.
A BBC diz que ainda não existem as 48 missivas (que representam 15% dos deputados conservadores) mas Jacob Rees-Mogg , um dos eurocéticos que quer o afastamento de May, diz que "é uma questão de semanas".
Braço direito de May fala de "perda de soberania"
Dominic Raab, ministro do 'Brexit', demitiu-se esta quinta-feira. A decisão foi anunciada um dia após o acordo sobre o Brexit entre britânicos e a União Europeia ter sido formalizado.
O político do Partido Conservador britânico era considerado o braço direito de Theresa May nas negociações do Reino Unido para a saída da União Europeia e demonstrou-se contra os termos do acordo proposto. Numa carta publicada no Twitter, Raab refere que "não conseguia, em boa consciência, apoiar os termos propostos no acordo".
O político diz que o acordo técnico alcançado com a UE "ameaça a integridade do Reino Unido" e diz que não consegue "conciliar os termos propostos com as promessas feitas ao país no nosso manifesto [do Partido Conservador] das últimas eleições. É uma questão de confiança pública"."O povo britânico esteve sempre à frente dos políticos neste assunto e não será bom tentar fingir que este acordo honra o resultado do referendo, quando é óbvio para todos que não o faz. Passámos do 'um não acordo é melhor que um mau acordo' para o 'qualquer acordo é melhor do que um não acordo'", escreve a política conseravadora.
Raab acusa May de ter aceitado um plano que põe em causa a "integridade do Reino Unido". "Nenhuma nação democrática alguma vez assinou ou deixou que fosse submetida a um regime tão extensivo, imposto externamente sem qualquer controlo democrático sobre as leis a serem aplicadas e sem a possibilidade de decidir sair do acordo", escreve o agora ex-ministro na sua carta de resignação.
Ministra do Trabalho e Pensões recusa-se a "fingir"
Esta quinta-feira, também Esther McVey, ministra do Trabalho e das Pensões, apresentou a sua carta de demissão a Theresa May. A governante considera que o acordo do Brexit "não honra o resultado do referendo".
"O povo britânico esteve sempre à frente dos políticos neste assunto e não será bom tentar fingir que este acordo honra o resultado do referendo, quando é óbvio para todos que não o faz. Passámos do 'um não acordo é melhor que um mau acordo' para o 'qualquer acordo é melhor do que um não acordo'", escreve a política conseravadora.
Ministro para a Irlanda do Norte também se demite
O Ministro de Estado britânico para a Irlanda do Norte, o conservador Shailesh Vara, anunciou esta quinta-feira a sua demissão do cargo por não concordar com o projeto de acordo do 'Brexit' entre o seu Governo e a União Europeia.
"Não posso apoiar o acordo de retirada concluído com a União Europeia", disse Vara na sua carta de renúncia postada em sua conta no Twitter.
O deputado conservador disse que o acordo preliminar firmado com Bruxelas pela primeira-ministra britânica, Theresa May, deixa o Reino Unido a meio do caminho, sem um limite de tempo que determine quando o país finalmente se tornará um Estado soberano.
"Este acordo não permite que o Reino Unido seja um país soberano e independente", lamentou.
O ponto mais controverso do projeto de acordo diz respeito às disposições para impedir o regresso de uma fronteira física entre a região britânica da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda, membro da União Europeia.
"Nós estaremos bloqueados indefinidamente num acordo alfandegário limitado por regras determinadas pela UE sobre as quais não daremos a nossa opinião", disse ainda Shailesh Vara, de 58 anos.
Pior do que isso, segundo Vara, é que o Reino Unido não "será livre para deixar o acordo aduaneiro unilateralmente", se assim o desejar.
"Somos uma nação orgulhosa e é um dia triste quando nos vemos reduzidos a obedecer às regras de outros países que mostraram que não zelam pelos nossos interesses", disse Vara.
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