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“O combate ao comércio ilícito exige uma abordagem abrangente e implacável”

O Governo português está a “ultimar novas soluções tecnológicas destinadas a reforçar a vigilância e o combate ao comércio ilícito”, um fenómeno “cada vez mais sofisticado e transnacional”, anunciou o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Paulo Simões Ribeiro.

14 de outubro de 2025 às 16:17

Na sessão de abertura da conferência Segurança e Fronteiras, organizada pelo Correio da Manhã, CMTV e CM Rádio, que contou com o apoio institucional da Tabaqueira, Paulo Simões Ribeiro, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, sublinhou que “fazer um uso estratégico da tecnologia tornou-se absolutamente indispensável na área da segurança”.

Entre as medidas em curso, destacou a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP e o reforço de meios de controlo marítimo e terrestre na GNR, iniciativas que integram uma estratégia nacional mais ampla para enfrentar um tipo de criminalidade “que não reconhece fronteiras e que ameaça a segurança nacional, internacional, económica e até a saúde pública”.

O Secretário de Estado Adjunto recordou que Portugal, “enquanto fronteira externa da União Europeia, assume uma função determinante na gestão dos fluxos comerciais internacionais”, pelo que se impõe “um esforço contínuo de adaptação, modernização e inovação nas nossas Forças e Serviços de Segurança”. Neste contexto, defendeu que “é imprescindível investir na modernização tecnológica, mas também na valorização dos profissionais que salvaguardam o interesse e a segurança nacional, dentro e fora das nossas fronteiras”.

Referindo-se às políticas europeias, Paulo Simões Ribeiro destacou o alinhamento de Portugal com o novo Pacto Europeu sobre Migração e Asilo e com a Estratégia da União de Segurança 2020-2025, que reforçam a importância de “sistemas de fronteiras mais robustos, interoperáveis e assentes na partilha de informação em tempo real”. Exemplos disso são o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens e o Sistema de Entrada/Saída, “ferramentas digitais essenciais para a prevenção”.

Segundo o governante, a globalização trouxe “benefícios inegáveis para o desenvolvimento e a prosperidade global”, mas também “gerou vulnerabilidades exploradas por redes criminosas internacionais que recorrem às criptomoedas e às plataformas digitais”. Estas redes, acrescentou, “aproveitam-se de falhas regulatórias e utilizam os mesmos meios tecnológicos que o comércio legítimo, pervertendo a confiança nas instituições e nos mercados”. Face a este cenário, “o combate ao comércio ilícito exige uma abordagem multilateral, abrangente e implacável”, afirmou.

Formar é cooperar

O Major-General Nuno Miguel Parreira da Silva, Comandante da Escola da Guarda Nacional Republicana, sublinhou  “a importância de aproximar a comunicação social, as forças de segurança e a sociedade civil num debate público sobre segurança”. “Vivemos um tempo em que as fronteiras da segurança são cada vez mais difusas, onde o espaço físico se cruza com o digital, o económico, o social, o nacional e o europeu”, afirmou o anfitrião, defendendo que “a resposta tem de ser integrada, inteligente e, fundamentalmente, cooperante”. A esse propósito lembrou que “formar é o primeiro ato de cooperar”, destacando a parceria com a Frontex e outras academias europeias.

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