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Comerciantes do Mercado à Moda Antiga divididos: “Isto já não é a mesma coisa”

Evento recebe milhares de visitantes pelo centro histórico de Oliveira de Azeméis.

21 de maio de 2019 às 19:11

A 23ª edição do Mercado à Moda Antiga realizou-se no passado fim-de-semana, em Oliveira de Azeméis, e recebeu milhares de visitantes pelo centro histórico. A funcionária da Confeitaria Ideal, Ângela Silva, revelou ao Correio da Manhã que o evento de êxito está a mudar aos poucos e para pior.

Ângela, de 50 anos, confessa que o Mercado já não tem a mesma magia e que, apesar de o local estar cheio de pessoas, a essência não é a mesma.

"Isto já não é a mesma coisa. A repetição das atividades torna o evento aborrecido e sem graça, para além do mais que o investimento por parte da câmara deveria ser maior", afirma a funcionária.

A cidadã, natural de Oliveira de Azeméis, diz que a nova presidência da Câmara da cidade tinha intenções de acabar com o evento, que se tornou icónico para a visibilidade da localidade.

"Há uns tempos, a nova presidência queria acabar com isto mas desistiu da ideia porque concluiu que a cidade precisava disto para sobreviver. O evento é o que traz renome à cidade por ser tão antigo", acrescenta Ângela.

A trabalhadora diz ainda que o estabelecimento acaba por ganhar um lote grande de clientes que faz compensar financeiramente os dias maus da confeitaria.

"Nestes dias, é dormir e trabalho. São as duas palavras do dia, porque o evento não pára e nós também não", conclui a residente da cidade.

Maria Lurdes, comerciante do evento, tem uma opinião totalmente diferente de Ângela. A artesã está por conta própria no Mercado, há quatro anos e expõe os seus produtos de bordados e têxteis para o lar.

Maria não sente uma diferença negativa com o passar dos anos e acredita que os produtos vão sendo cada vez mais falados. "De uns anos para os outros, os clientes vêm procurar os vendedores e os produtos", salientou a mulher.

A dona da banca dos bordados sente que poderia haver algumas melhorias. "Em dias de chuva e frio deveríamos ter umas tendas para nos abrigarmos e proteger a mercadoria. Ontem [sábado, dia 18] por exemplo esteve chuva e tivemos de cobrir os produtos com plástico", referiu a vendedora.

"É de salientar que a câmara tem sido espetacular pela forma como tem lidado com as pessoas e com os comerciantes. Eu estou muito contente", confessa Maria Lurdes.

Apesar das opiniões o Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis reuniu várias pessoas no último fim-de-semana.

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