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Garganta Funda volta em dose dupla

O mais revolucionário dos filmes pornográficos, ‘Garganta Funda’, está de volta ao grande ecrã no próximo dia 18, nos Estados Unidos, em simultâneo com o lançamento do documentário ‘Inside Deep Throat’ sobre a sua importância na história do cinema.

09 de fevereiro de 2005 às 00:00

Estreado em 1972, a película de Gerard Damiano com Linda Lovelace, é um dos pouquíssimos filmes do género que pode ser considerado um ‘clássico’.

Financiado, alegadamente, por elementos do submundo e rodado em apenas seis dias por 25 mil dólares, ‘Garganta Funda’ conta a história de uma mulher que tem o clítoris na garganta e populariza uma forma de prazer considerada tabu.

Ao enredo, minimamente aceitável, juntou-se uma duração invulgar para o género (61 min.) e algum sentido de humor, ingredientes que tornaram ‘Garganta Funda’ (‘Deep Throat’, no original) num verdadeiro fenómeno cultural e comercial.

Em Nova Iorque, por exemplo, vê-lo era considerado “chique” e, quando chegou a Portugal, concretamente ao Capitólio, em Julho de 1976, foi um marco social e cultural: pela primeira vez um filme pornográfico era apresentado em sessões públicas, iniciando-se assim uma nova era da exibição comercial.

O facto de ter sido uma das películas mais vistas de todos os tempos (embora muitas vezes não figure nas tradicionais listagens), contribuiu para tirar o filme ‘hardcore’ do ‘gueto’ e trazer a pornografia para o seio da chamada ‘cultura popular’. Consequentemente, ‘Garganta Funda’ tornou-se num dos filmes mais rentáveis de sempre, tendo já ultrapassado os 600 milhões de dólares.

Todavia, se em 1972 teve de enfrentar a fúria da administração Nixon, que o baniu em 23 estados norte-americanos e processou legalmente o realizador Jerry Damiano, em que 2005 a obra regressa numa altura em os EUA preparam leis mais brandas para a pornografia,

Do total de dez cópias a lançar, cinco são montagens para o escalão ‘R’, que admite menores de 17 anos desde que acompanhados por um adulto. Já ‘Inside Deep Troat’, co-produzido por Brian Grazer (’Uma Mente Brilhante’), será mesmo para maiores de 17.

ASCENÇÃO E QUEDA DE UMA ESTRELA PORNO

Graças a ‘Garganta Funda’, Linda Lovelace, cujo nome verdadeiro era Linda Boreman, tornou-se na maior estrela pornográfica de todos os tempos. Nascida no Bronx, Nova Iorque, em 1949, Lovelace estreou-se na pornografia em meados da década de 60, tendo participado em oito filmes ‘hardcore’ ao longo da sua efémera carreira, durante a qual ajudou ainda a lançar a sua ‘sucessora’, Marilyn Chambers.

Depois do bem sucedido ‘Garganta Funda’, filmou em 1975 a película ‘Linda Lovelace for President’ que, ao revelar-se um autêntico desastre de bilheteiras, ditou o seu desaparecimento do grande ecrã.

No início dos anos 80, o seu nome voltou a estar nas bocas do Mundo, mas desta feita por motivos diferentes. Lovelace tornara-se uma acérrima defensora da causa feminista e fazia, inclusivamente, campanhas contra a indústria do sexo. Na época, chegou mesmo a afirmar ter sido forçada a fazer as cenas de sexo explícito pelo primeiro marido, Chuck Traynor, de quem se divorciara em 1974.

Casou-se pela segunda vez com Larry Marchiano, com quem teve dois filhos. Morreu em Abril de 2002, vítima de um acidente de viação, em Denver, Colorado.

Sem fugir à regra do cinema porno, tradicionalmente feito com magros orçamentos, ‘Garganta Funda’ custou uns escassos 25 mil dólares (19,5 mil euros). Longe da tradição, porém, andaram os lucros que ultrapassaram os 600 milhões de dólares (469 milhões de euros), e o tornaram num dos mais lucrativos da história do cinema.

Na lista dos filmes mais rentáveis de todos os tempos, ‘Garganta Funda’ figura em 26.º lugar, à frente de películas de renome como ‘O Regresso de Jedi’ (que rendeu 572 milhões de dólares), ‘Missão: Impossível II’ (545 milhões de dólares) ou, mesmo, ‘Sozinho em Casa’ (533 milhões de dólares). O líder desta tabela é o épico ‘Titanic’, que facturou qualquer coisa como 1 853 300 milhões de dólares nas bilheteiras de todo o Mundo.

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