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Cristiano Ronaldo pode deixar para trás Eusébio e Figo

Ronaldo pode tornar-se o primeiro jogador português a ‘bisar’ na conquista da Bola de Ouro.

11 de janeiro de 2014 às 09:23

Cristiano Ronaldo pode tornar-se, segunda-feira, o primeiro jogador português a ‘bisar’ a conquista da Bola de Ouro, sendo certo, desde já, que estará pela sétima vez consecutiva no ‘top 6’ e pela sexta no pódio.

Finalista do troféu atribuído conjuntamente por France Football e FIFA desde 2010, juntamente com o argentino Lionel Messi (FC Barcelona) e o francês Franck Ribéry (Bayern Munique), o ‘capitão’ da seleção lusa, vencedor em 2008, pode deixar para trás Eusébio, falecido no domingo, e Figo.

O ‘rei’ Eusébio ganhou em 1965, como jogador do Benfica, quando só os jogadores europeus eram elegíveis, enquanto Figo venceu em 2000, na transição do FC Barcelona para o Real Madrid e numa altura em que o prémio já tinha sido aberto a todos os jogadores que evoluíam em equipas europeias.

Ao contrário de Eusébio, os dois produtos da ‘cantera’ do Sporting venceram o prémio quando a FIFA também já elegia o melhor do ano (desde 1991), sendo que o atual jogador do Real Madrid venceu os dois troféus no mesmo ano, ao contrário do ex-‘10’ dos ‘merengues’, premiado pela FIFA um ano depois (em 2001).

Mesmo que não some o segundo troféu, Cristiano Ronaldo já é, claramente, o jogador luso com mais presenças no pódio da Bola de Ouro, pois, com a presença entre os três finalistas de 2013, assegurou uma sexta: desde 2007, só falhou em 2010.

Ronaldo foi segundo em 2007, atrás do brasileiro Kaká, vencedor em 2008, segundo em 2009, 2011 e 2012, sempre depois de Messi, e, pelo menos, será terceiro em 2013.

CRISTIANO RONALDO COM 69 ‘RAZÕES’ PARA ACREDITAR

(Foto por Javier Lizon/ EPA)

O ‘capitão’ da seleção portuguesa de futebol, Cristiano Ronaldo, tem nos 69 golos marcados, em apenas 59 jogos, a razão máxima para acreditar que, cinco anos depois, pode vencer de novo a Bola de Ouro.

Em contraponto com o ‘deserto’ de títulos, o jogador do Real Madrid apresenta em 2013 o seu máximo registo em termos de golos, quatro deles determinantes para o apuramento de Portugal para o Mundial de futebol de 2014.

No sempre ingrato ‘play-off’, frente à Suécia de Zlatan Ibrahimovic, Ronaldo surgiu ao melhor nível, ao selar o triunfo em Lisboa (1-0) e conseguir um ‘hat-trick’ na Suécia (3-2), igualando Pauleta como o melhor marcador luso (46 golos).

Curiosamente, o jogador formado no Sporting já tinha conseguido em 2013 um primeiro ‘triplete’ por Portugal, na Irlanda do Norte, onde ‘transformou’ um 1-2 em 4-2, ultrapassando, então, os 41 tentos do ‘rei’ Eusébio.

Terá sido, porém, em Solna que Ronaldo deu o passo determinante para repetir o triunfo de 2008, ano em que foi peça chave na campanha do Manchester United rumo à vitória na Liga dos Campeões.

Apesar de terem sido apenas nove, os jogos ao serviço da seleção das ‘quinas’ podem, assim, pesar mais do que os 50 pelo Real Madrid, mesmo que estes tenham rendido impressionantes 59 golos.

‘DANÇA’ DE BLATTER E ‘HAT-TRICK’ SUECO NO ‘BIS’ DE RONALDO

O futebolista português Cristiano Ronaldo é o favorito a conquistar, pela segunda vez na sua carreira, a Bola de Ouro, numa eleição em que houve um antes e um depois de uma estranha dança de Joseph Blatter.

Quando, no final de outubro, numa conferência em Inglaterra, tentou ridicularizar o ‘capitão’ Ronaldo e disse preferir Messi, o líder da FIFA gerou uma ‘onda’ de sentido contrário, com epicentro em Portugal e Madrid, que inverteu a tendência.

Os três golos de Cristiano Ronaldo à Suécia, na segunda mão do ‘play-off’ de apuramento para o Mundial de 2014, também foram decisivos, mas só entram nas contas porque, no dia desse jogo, a FIFA resolveu prolongar a votação.

Face a um "baixo número de respostas" e "por forma a garantir um número representativo de votos", conforme comunicou à Lusa, a FIFA, que entrega o prémio conjuntamente com France Football desde 2010, alargou o prazo de votação "até 29 de novembro".

Com essa mudança, o ‘capitão’ da seleção lusa, que estava atrás de Messi e Ribéry nas casas de apostas, passou a favorito e foi cimentando o estatuto com golos, até aos 69, um novo máximo pessoal, conseguido em apenas 59 encontros oficiais.

Se em 2008 venceu por ter sido a grande figura do Manchester United campeão europeu, desta vez Ronaldo ganhará pelo que fez individualmente, já que, coletivamente, ficou a zero.

EUSÉBIO SOMOU OITO PRESENÇAS NO ‘TOP 10’

(Foto por Denis Balibouse/Reuters)

Eusébio da Silva Ferreira é um dos históricos da ‘Bota de Ouro’, no seu tempo atribuída em exclusivo a jogadores europeus, ao somar oito presenças no ‘top 10’, encabeçadas pela vitória de 1965.

Entre 1961 e 1973, o ‘Pantera Negra’, falecido no domingo, com 71 anos, foi ainda a votação mais três vezes, para um total de 11 nomeações, registo em que só é batido pelo alemão Franz Beckenbauer e o holandês Johan Cruyff, ambos com 12.

O ponto alto de Eusébio é o histórico triunfo de 1965, com um total de 67 pontos – de um júri de 21 jornalistas, cada qual a atribuir pontos de cinco a um –, mais oito do que o italiano Giacinto Facchetti, então jogador do Inter de Milão.

LIONEL MESSI TRAÍDO PELAS LESÕES EM 2013

(Foto por Albert Gea/Reuters)

O argentino Lionel Messi, vencedor das últimas quatro edições da Bola de Ouro, viveu um ano de 2013 marcado por lesões, que só o deixaram brilhar a espaços: quando esteve bem, foi, como habitualmente, imparável.

Marcou 44 golos em 46 jogos, tornou-se o primeiro jogador a vencer por três vezes a ‘Bota de Ouro’ e foi eleito, pela Liga espanhola, o melhor jogador – e avançado – da Liga espanhola (2012/2013), o que aconteceu pela quinta vez consecutiva.

Em termos coletivos, venceu a Liga espanhola e, já na presente temporada, a Supertaça espanhola, sendo que foi também determinante, com 10 tentos, no apuramento da Argentina para o Mundial de 2014, como vencedora da zona sul-americana.

O ano começou como havia terminado o anterior, com o ‘10’ do FC Barcelona e da seleção argentina a marcar golos, uns atrás dos outros, e a somar vitórias, cenário que se estendeu até à primeira lesão, a 2 de abril, em Paris.

Até ai, Messi não ficara em ‘branco’ em nenhum jogo da Liga espanhola, conseguindo o impensável: marcar de forma consecutiva a todos os 19 adversários – o recorde Mundial estava em 16, na posse de Teodor Peterek, entre 1937 e 1938.

Nesses primeiros três meses, o argentino somou o quinto jogo com quatro ou mais golos da carreira, com um ‘póquer’ ao Osasuna, igualou Di Stefano como melhor marcador dos clássicos com o Real Madrid (18 tentos) e isolou-se no segundo posto dos melhores marcadores da ‘Champions’, com 58 golos.

FRANCK RIBÉRY GANHOU TUDO EM 2013

(Foto por Bongarts/Getty Images)

O francês Franck Ribéry viveu em 2013 um ano memorável, ao ajudar o Bayern Munique à conquista dos cinco mais importantes troféus que podia ganhar, incluindo a Liga dos Campeões.

Já eleito melhor jogador da UEFA, numa votação em que bateu claramente Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, e ‘Bola de Ouro’ do Mundial de clubes, Ribéry é, entre o trio de finalistas, o que teve menos protagonismo individual, mas o que mais ganhou.

Em confronto com o ‘zero’ de Ronaldo e os dois cetros (Liga e Supertaça espanhola) de Messi, o gaulês apresenta nada menos do que ‘Champions’, Mundial de clubes, Supertaça Europeia e campeonato e Taça da Alemanha.

Já na presente temporada, Ribéry ainda foi determinante no apuramento da França para o Mundial de 2014, num complicado ‘play-off’ frente à Ucrânia (0-2 fora e 3-0 em casa).

Em 2013, o Bayern Munique só falhou a vitória na supertaça alemã, disputada a abrir a presente época, na casa do Borussia de Dortmund (2-4), mas, devido a lesão, o médio gaulês não disputou esse jogo. Coincidência... ou talvez não.

No que respeita a golos foram ‘apenas’ 23, em 55 jogos, mas o gaulês, mais do que assistir, melhorou nesse capítulo em 2013/2014, época em que já apontou 16, contra os escassos sete da segunda metade da temporada passada.

LISTA DOS PORTUGUESES NO 'TOP 10' DA BOLA DE OURO (NÃO INCLUI O PRÉMIO FIFA, DE 1991 A 2009):

1961 – José Águas (Benfica): 10.º lugar

1962 – Eusébio (Benfica): 2.º lugar

1963 – Eusébio (Benfica): 5.º lugar

1964 – Eusébio (Benfica): 4.º lugar

1965 – EUSÉBIO (BENFICA) VENCEDOR

1966 – Eusébio (Benfica): 2.º

José Torres (Benfica): 10.º lugar

1967 – Eusébio (Benfica): 5.º lugar

1968 – Eusébio (Benfica): 8.º lugar

1973 – Eusébio (Benfica): 7.º Lugar

1984 – Fernando Chalana (Benfica/Bordéus): 5.º Lugar

1987 – Paulo Futre (FC Porto/Atlético Madrid): 2.º Lugar

1999 – Luís Figo (FC Barcelona): 5.º Lugar

2000 – LUÍS FIGO (FC BARCELONA/REAL MADRID): VENCEDOR

2001 – Luís Figo (Real Madrid): 6.º Lugar

2004 – Deco (FC Porto/FC Barcelona): 2.º Lugar

2004 – Ricardo Carvalho (FC Porto/Chelsea): 9.º Lugar

2007 – Cristiano Ronaldo (Manchester United): 2.º Lugar

2008 – CRISTIANO RONALDO (MANCHESTER UNITED): VENCEDOR

2009 – Cristiano Ronaldo (Manchester United/R. Madrid): 2.º Lugar

2010 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid): 6.º Lugar

2011 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid): 2.º Lugar

2012 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid): 2.º Lugar

2013 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid): É um dos três finalistas juntamente com o argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, e o francês Franck Ribéry, do Bayern Munique. Pelo menos, ficará no terceiro lugar.

PALMARÉS

Historial de vencedores da Bola de Ouro da revista francesa France Football, de 1956 a 2009, do prémio de melhor jogador do ano da FIFA, de 1991 a 2009, e da Bola de Ouro FIFA, desde 2010:

1956 – Stanley Matthews (Ing)

1957 – Alfredo Di Stefano (Esp)

1958 – Raymond Kopa (Fra)

1959 – Alfredo Di Stefano (Esp)

1960 – Luis Suarez (Esp)

1961 – Omar Sivori (Ita)

1962 – Josef Masopust (Che)

1963 – Lev Yachine (URSS)

1964 – Denis Law (Esc)

1965 – EUSÉBIO (POR)

1966 – Bobby Charlton (Ing)

1967 – Florian Albert (Hun)

1968 – George Best (Irn)

1969 – Gianni Rivera (Ita)

1970 – Gerd Müller (Ale)

1971 – Johan Cruyff (Hol)

1972 – Franz Beckenbauer (Ale)

1973 – Johan Cruyff (Hol)

1974 – Johan Cruyff (Hol)

1975     Oleg Blokhine (URSS)

1976 – Franz Beckenbauer (Ale)

1977 – Allan Simonsen (Din)

1978 – Kevin Keegan (Ing)

1979 – Kevin Keegan (Ing)

1980 – Karl-Heinz Rummenigge (Ale)

1981 – Karl-Heinz Rummenigge (Ale)

1982 – Paolo Rossi (Ita)

1983 – Michel Platini (Fra)

1984 – Michel Platini (Fra)

1985 – Michel Platini (Fra)

1986 – Igor Belanov (URSS)

1987 – Ruud Gullit (Hol)

1988 – Marco van Basten (Hol)

1989 – Marco van Basten (Hol)

1990 – Lothar Matthaüs (Ale)

1991 – Jean-Pierre Papin (Fra)

1992 – Marco van Basten (Hol) e Marco van Basten (Hol)

1993 – Roberto Baggio (Ita)

1994 – Hristo Stoïchkov (Bul)

1995 – George Weah (Lib)

1996 – Matthias Sammer (Ale)

1997 – Ronaldo (Bra)

1998 – Zinédine Zidane (Fra)

1999 – Rivaldo (Bra)

2000 – LUÍS FIGO (Por)

2001 – Michael Owen (Ing)

2002 – Ronaldo (Bra)

2003 – Pavel Nedved (Che)

2004 – Andrei Shevchenko (Ucr)

2005 – Ronaldinho (Bra)

2006 – Fabio Cannavaro (Ita)

2007 – Kaká (Bra)

2008 – CRISTIANO RONALDO (Por)

2009 – Lionel Messi (Arg)

BOLA DE OURO FIFA

2010 – Lionel Messi (Arg)

2011 –Lionel Messi (Arg)

2012 – Lionel Messi (Arg)

Nota: Entre 1956 e 1994, a Bola de Ouro do France Football era atribuída apenas a jogadores europeus que representassem clubes europeus. A partir de 1995 a distinção da publicação francesa foi alargada a todos os futebolistas a jogar na Europa. A partir de 2007, o prémio passou a ter amplitude planetária, sem qualquer distinção. Para o prémio apenas votavam jornalistas.

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