A edição de hoje
Foi preciso esperar cinco meses para ver o talento de Alexandre Pato em acção no AC Milan, mas os dirigentes italianos sabiam que valia a pena esperar e investir 22 milhões de euros por um jovem de apenas 17 anos. O novo craque só pôde jogar depois de atingir a maioridade e ser inscrito pelo clube na reabertura do mercado. A estreia aconteceu neste domingo, na vitória (5-2) sobre o Nápoles, e encantou os tiffosi, ao apontar o quinto golo da equipa.
Silvio Berlusconi não teve dúvidas quando observou pela primeira vez o avançado. “Jamais tinha sentido algo parecido ao ver um novo futebolista. Talvez só com Marco van Basten. É uma sensação similar à que experimento quando contemplo uma obra de arte”, disse o presidente do clube rossonero.
Alexandre Rodrigues, conhecido por Pato, devido à cidade onde nasceu em 1989, Pato Branco, começou a dar os primeiros pontapés na bola quando tinha cinco anos. Enquanto a mãe andava nas compras, o pequeno Alexandre roubava laranjas para treinar. O talento seria posto à prova aos dez anos, quando se lesionou no braço. Além da fractura, os médicos descobriram que o jovem tinha um tumor nos ossos. Só uma operação evitou que o tumor evoluísse para um cancro potencialmente fatal. E como a família não tinha dinheiro, os médicos realizaram a cirurgia de graça.
A recuperação foi feita com uma bola nos pés e aos 13 anos entrava para as escolas do Internacional de Porto Alegre. No clube gaúcho, fez apenas 30 jogos no campeonato. Suficientes para convencer Silvio Berlusconi e o técnico, Carlo Ancelotti. “Custou 22 milhões de euros, mas acabará por ser barato”, confessou o treinador italiano.
A boa exibição e o golo apontado não deslumbraram Pato. “O Fenómeno não sou eu, é Ronaldo. Disse-lhe isso depois do golo”, frisou o jovem avançado, elogiando o seu ídolo Ronaldo pelos dois tentos no regresso após uma longa ausência por lesão. O golo com o Nápoles acabou por não ser uma surpresa. Pato tem marcado sempre nas estreias em competições oficiais.
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