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Mundial 2030 começa na América do Sul mas será organizado por Portugal, Espanha e Marrocos

Cenário inédito foi confirmado esta quarta-feira por Alejandro Domínguez, presidente da CONMEBOL.

04 de outubro de 2023 às 15:44

A FIFA atribuiu na quarta-feira a Portugal, Espanha e Marrocos o estatuto de candidatura única à organização do Mundial 2030. O projeto será preparado ao longo do próximo ano, com o congresso da FIFA a confirmar em 2024 - tudo indica que em setembro - a escolha agora feita.

A solução na quarta-feira apresentada é salomónica. Isto porque a América do Sul desistiu de concorrer à organização, com um bloco de quatro países, em troca de receber os primeiros três jogos da competição. Dessa forma, anunciou a FIFA, será comemorado o centenário da primeira edição do Mundial, realizado em 1930 no Uruguai. Daí que o jogo de abertura seja precisamente no Estádio Centenário, em Montevideu. Argentina e Paraguai receberão, cada um, um jogo em estádios ainda a designar.

Nem a FIFA, nem as três federações organizadoras (no comunicado conjunto emitido na quarta-feira) deram mais pormenores sobre a logística. No entanto, apurou o CM, os três jogos na América do Sul serão realizados seis, cinco e quatro dias antes do arranque propriamente dito do torneio. Dessa forma, as seleções que disputarem essas partidas (nenhuma delas europeia) terão tempo de se ajustar ao fuso horário (igual em Portugal e Marrocos e mais uma hora em Espanha).

As regras atuais da FIFA exigem uma lotação mínima de 40 mil lugares para receber jogos do Mundial. Só três recintos em Portugal (Luz, Alvalade e Dragão) cumprem essas regras, mas o CM sabe que há a expectativa na candidatura ibérica de que essa norma possa ser suavizada, abrindo caminho para mais estádios serem aceites. Em Portugal, os principais candidatos seriam Guimarães, Algarve e Leiria. Em Espanha, já se poderiam candidatar Vigo, Corunha, Gijón, Málaga, Saragoça ou Murcia.

Se a FIFA se mantiver intransigente, Portugal não poderá receber a final (mínimo de 80 mil lugares), sendo o Bernabéu (Madrid) a escolha natural. E só a Luz será candidata a uma meia-final (mínimo de 60 mil lugares).

Depois de o Mundial ter sido alargado para 48 seleções, o número de jogos aumentou de 80 para 104. Com os primeiros três na América do Sul, restam 101. Com três estádios, é expectável que o número de jogos disputados em Portugal se situe entre os 14 e os 20.

Ainda não foram divulgados números, mas o impacto do Mundial na economia portuguesa será significativo. A título de exemplo, a estimativa de base no projeto vencedor de EUA, México e Canadá apontava para um impacto do Mundial 2026 de 5 mil milhões de dólares, cerca de 4,6 mil milhões de euros.

Portugal com vários centros

Além de três estádios, Portugal terá vários centros de treino para as seleções: Cidade do Futebol, Jamor, Alcochete, Seixal, Olival, Guimarães, Braga e região do Algarve.

Ucrânia e Chile ficam para trás

Foi na quarta-feira oficializada a saída da Ucrânia da candidatura ibérica com Marrocos. O Chile, que fazia parte da candidatura sul-americana, é o outro país ‘esquecido’ na solução apresentada na quarta-feira.

Agrado a várias partes

Europa, América do Sul e África ficam satisfeitos com a inédita divisão por três confederações de um Mundial. Mas também Ásia e Oceania saem a ganhar, pois os seus países passam a ser os únicos que se podem candidatar ao Mundial 2034 - América do Norte está afastada porque recebe o Mundial em 2026.

Arábia Saudita e Austrália na corrida

A FIFA abriu na quarta-feira formalmente as candidaturas ao Mundial 2034. Arábia Saudita e Austrália já manifestaram a intenção de concorrer.

Anfitriões para 2028 e 2032

Inglaterra e Irlanda formam a única candidatura à organização do Euro 2028, depois de a Turquia se ter juntado à Itália para concorrer ao Euro 2032.

"Capacidade de inovar marcará o futuro" da prova

"Cada um dos nossos países traz para a mesa uma vibrante tradição futebolística, uma inigualável experiência organizativa e uma capacidade de inovar que seguramente marcará o futuro da competição", assinalou na quarta-feira Fernando Gomes, presidente da FPF.

A confirmação da organização, em setembro de 2024, será o último ato público de Gomes na FPF.

Mundial de clubes em 2029 deve ser extra

Ainda não é garantido, mas tudo indica que também o Mundial de Clubes em 2029 possa decorrer em Portugal, Espanha e Marrocos, servindo de teste para o Mundial de seleções no ano seguinte.

A FIFA usava como balão de ensaio a extinta Taça das Confederações.

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