Antigo jogador brasileiro entrou para a história como o único tricampeão mundial.
O brasileiro Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé, que faleceu esta quinta-feira aos 82 anos, consagrou-se como 'rei' do futebol em 1970, na Cidade do México, ao entrar para a história como o único tricampeão mundial.
Em 21 de junho, no Estádio Azteca, Pelé, único entre os eleitos de Mário Zagallo para o Mundial de 1970 que tinha participado nos triunfos de 1958 e 1962, chegou ao 'tri' após triunfo sobre a Itália, por 4-1, na final da nona edição do Campeonato do Mundo.
O '10', então um 'veterano' de 29 anos, deu o exemplo, ao inaugurar o marcador aos 18 minutos, com um cabeceamento que entrou junto ao poste esquerdo de Enrico Albertosi, para o seu 12.º e último golo em Mundiais, ao 14.º jogo.
Depois de Roberto Boninsegna empatar, aos 37 minutos, o Brasil selaria o 'tri' na segunda parte, com tentos de Gerson, aos 66, Jairzinho, que marcou em todos os jogos, aos 71, e Carlos Alberto, aos 86, os dois últimos assistidos pelo 'rei'.
Com um tento e duas assistências para golo, Pelé fechou com 'chave de ouro' a sua carreira em Mundiais, alcançando um 'tri' então inédito e que, depois disso, também não foi replicado, nas outras 13 edições da prova (1974 a 2022).
O 'rei' escreveu em 1970 uma página ímpar na mais bela de todas as competições do futebol, depois de já ter brilhado intensamente em 1958, ainda um 'garoto', e de ter passado ao 'lado' das edições de 1962 e 1966, por culpa das lesões.
A história de Pelé nos Mundiais começou quando o jogador 'canarinho' ainda dava os primeiros passos no futebol, já que foi convocado por Vicente Feola para a edição de 1958 quando tinha apenas 17 anos e pouco mais de uma época cumprida no Santos.
O jogador nascido em Três Corações, no estado de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940, estreou-se pelo 'peixe' em 07 de setembro de 1956, ano em que só disputou dois particulares, para, em 1957, começar a 'explodir', com 43 golos em 40 jogos oficiais.
Duas das assistências para golo foram na seleção, nos dois primeiros jogos, com a Argentina, e Feola convocou-o para o Mundial, no qual se estreou ao terceiro jogo (2-0 à União Soviética), após ser suplente com Áustria (3-0) e Inglaterra (0-0).
O primeiro momento de glória aconteceu ao segundo jogo, em 19 junho, ao marcar de forma brilhante - dominou de peito de costas para a baliza, rodou sobre um defesa e rematou com classe de pé direito - o golo que permitiu ao Brasil vencer o País de Gales (1-0) e qualificar-se para as meias-finais.
Motivado, embalado, a viver um 'sonho', Pelé 'agigantou-se' nas meias-finais e na final, primeiro com um 'hat-trick' à França (5-2) e, depois, com um 'bis' na final perante a anfitriã Suécia (5-2), incluindo mais um golo 'mágico', em que fez passar a bola por cima de um defesa antes de bater Kalle Svensson.
O 'miúdo' saiu em ombros do Rosunda Stadium, em Solna, e só não foi o melhor marcador do Mundial porque um 'tal' Just Fontaine marcou 13 golos pela França, um recorde que ainda persiste. Pelé acabaria 1958 com 75 tentos, em 53 jogos oficiais.
Quatro anos depois, a segunda aventura de Pelé em Mundiais, ainda um jovem, com 21 anos, começou da melhor forma, com um golo no 2-0 ao México, mas acabou prematuramente, face à lesão sofrido ao segundo jogo, frente à Checoslováquia (0-0).
O 'rei' não voltou a jogar, mas, com uma equipa de grande categoria, que incluía Garrincha, Vavá ou Didi, o Brasil revalidou o cetro no Chile, numa final que foi um reencontro com os checoslovacos, agora batidos por 3-1 - marcaram Amarildo, Zito e Vavá.
Se a segunda participação de Pelé na competição ficou marcada pelas lesões, o cenário foi idêntico na terceira, no Mundial de 1966, que, curiosamente, também começou com o '10' a faturar, num triunfo por 2-0 sobre a Bulgária.
Depois, foi poupado frente à Hungria e o Brasil perdeu, por 3-1, tendo de jogar o apuramento frente a Portugal. Pelé voltou, mas, com problemas físicos e 'massacrado' por Morais, não evitou a eliminação, selada por Simões e um 'bis' de Eusébio.
No calor da eliminação, chegou a dizer que não voltaria a disputar um Mundial, mas lá esteve, aos 29 anos, em 1970, para, com a sua experiência, ajudar o Brasil a chegar ao 'tri'.
Num percurso imaculado, Pelé marcou três golos na fase de grupos, uma à Checoslováquia e dois à Roménia, e, pelo meio, assistiu face à Inglaterra (1-0), o que repetiu frente a Peru (4-2, nos quartos de final) e Uruguai (3-1, nas meias-finais).
A rematar, face à Itália, marcou um golo e ofereceu dois, sendo decisivo na final: em resumo, três títulos, 14 jogos, 12 golos marcados, 12 vitórias, um empate e apenas uma derrota, a sofrida face aos 'magriços', no 'célebre' jogo de Liverpool.
Pelé, nascido a 23 de outubro de 1940 na cidade Três Corações, em Minas Gerais, foi o único futebolista três vezes campeão do mundo, em 1958, 1962 e 1970, marcou 77 golos nas 92 internacionalizações pela seleção brasileira e jogou pelo clube brasileiro Santos e pelo Cosmos, dos Estados Unidos.
Foi ainda ministro do Desporto no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998 e eleito o desportista do século pelo Comité Olímpico internacional (1999) e futebolista do século pela FIFA (2000).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.