Em Moçambique, a 32ª Companhia tinha a sua base logística em Montepuez no batalhão de Comandos
A crise académica de 1969, a interrupção do adiamento para completar os estudos em curso, o alargamento das várias frentes de guerra em África e as exigências de um cada vez maior número de combatentes para as várias frentes levou à interrupção do curso superior que frequentava, e, à incorporação no exército em Outubro de 1970.
Efetuada a recruta e o juramento à bandeira fui colocado no início de 1971 no CIOE – Centro de Instrução de Operações Especiais em Penude - Lamego.
Ali, fui sujeito a várias provas de seleção, e um dos selecionados para a frequência do 21º curso de Comandos a realizar na RMA (Região Militar de Angola ) para onde fui transportado em 14 de Fevereiro de 1971 em avião da TAP.
No âmbito da frequência do curso de Comandos onde as exigências em termos físicos e psicológicos são sempre levadas ao limite, resultou um coletivo de elite eficiente e disciplinado a partir do qual foram constituídas duas companhias de Comandos: a 31ª da Metrópole que permaneceu na RMA; a 32ª da Metrópole, que integrei, que foi deslocada para a RMM ( Região Militar de Moçambique ). Preparadas e instruídas para combater em contraguerrilha em teatros de operações africanos.
Em Moçambique, a 32ª Companhia tinha a sua base logística em Montepuez no batalhão de Comandos, local a partir do qual era projetada para o local das intervenções ou para a Ilha de Moçambique onde era efetuada, após cada intervenção de dois a três meses, a sua recuperação física e psicológica em ambiente balnear, durante 20 a 30 dias.
No âmbito operacional a companhia realizou durante mais de 2 anos, cerca de duas centenas de operações de alto risco nas frentes mais exigentes do conflito, com grande sucesso e sem ter qualquer baixa em combate, apesar de ter tido alguns feridos de maior ou menor gravidade, que recuperaram com o decorrer do tempo.
De todas essas operações realço apenas a ‘Bairro Alto’ em Cabo Delgado, que consistiu no resgate de uma companhia de atiradores, com elevado numero de baixas, isolados na Base Nova Beira, em péssimas condições de subsistência, que viviam em abrigos subterrâneos para conseguirem sobreviver aos constantes ataques de que eram alvos.
Atualmente, sinto que depois de ter prestado por imposição legal um serviço relevante na época para o país, de ter sido louvado pelo mérito demonstrado no desempenho das missões que me foram confiadas, pela exemplar conduta moral e espírito de sacrifico, e, ainda: ter sido um contribuinte líquido para o regime geral da Segurança Social, e, ou Caixa Geral de Aposentações, com uma carreira contributiva de 46 anos, demonstrada formalmente pelo ISS, IP, merecendo por tudo isso o devido reconhecimento da nação, fui maltratado. Na folha de cálculo da pensão, omitiram-me cinco anos dessa carreira contributiva. Lamento a ingratidão do País para com alguns dos seus ex-combatentes.
Nome:
João Pratas Leitão
Comissão
Angola - Moçambique
71- 73
Força
32ª Companhia de Comandos
* 76 anos. Um filho e dois netos
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