Militares vão abrir portas à ADSE
CEMGFA garante que a prioridade são medidas para assegurar assistência a militares e famílias.
O Hospital das Forças Armadas (HFAR) quer retomar negociações com a ADSE, paradas há anos, para aceitar beneficiários do subsistema de saúde do Estado, que viu dois hospitais privados suspenderem as convenções.
Mas a prioridade é a assistência aos militares e familiares e a abertura à ADSE será "só na capacidade sobrante", assegurou ao CM o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro.
Os próprios militares estão sob pressão porque os mesmos grupos privados também cortaram com o IASFA, a assistência militar, que por sua vez deve 16 milhões de euros ao HFAR.
"O que nos preocupa são os militares e as suas famílias [115 mil beneficiários]. Podem ter a certeza de que estamos a tomar medidas para capacitar o HFAR a prestar cuidados de saúde a todos aqueles que têm direito", afirma Silva Ribeiro.
Tem o objetivo de receber beneficiários da ADSE e utentes do SNS mas só em especialidades com "capacidade sobrante". Atividade complementar para dar "utilidade plena às capacidades, prestar um serviço social à população e obter receitas para funcionar e pagar o reequipamento e atualização tecnológica" do HFAR.
Exemplo é a aquisição de uma ressonância magnética de última geração e a construção de um novo bloco operatório: "O atual é insuficiente para as necessidades só dos militares." Outra preocupação é recuperar os serviços de cuidados continuados em Lisboa e Porto. Em concurso estão obras de 6 milhões de euros, até 2020.
Rui Rio: "Parece que estão a querer destruir a ADSE e isso é suicida"
O líder do PSD afirmou que "parece que estão a querer destruir a ADSE" e que, se tal acontecer, isso "é suicida". Rui Rio admitiu que "os privados abusaram de um descontrolo na gestão da ADSE", mas lembrou que o subsistema de saúde "não pode acabar".
Na sede do PSD, Rio sublinhou que "se destruírem a ADSE, mais de um milhão de pessoas cairão num SNS saturado".
A ADSE precisa de 80 mil novos beneficiários em cinco anos para compensar os que vão deixando a instituição, segundo um estudo feito pelos hospitais privados.
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