Empresária foi presidente da petrolífera estatal entre junho de 2016 e novembro de 2017.
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A ex-presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos, considerou as acusações da atual administração como "uma campanha generalizada e politizada" e que demonstram um regresso "dos interesses das pessoas que enriqueceram" à custa da petrolífera angolana.
A empresária angolana, que foi presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal entre junho de 2016 e novembro de 2017, respondeu este domingo, em comunicado, às acusações feitas pelo seu sucessor, Carlos Saturnino, na conferência de imprensa realizada a 28 de fevereiro, sobre o estado atual da Sonangol, no âmbito dos 42 anos de existência da companhia.
Na conferência de imprensa, Carlos Saturnino acusou a antiga administração de ter realizado uma transferência de 38 milhões de dólares já após ter sido exonerada, denúncia que já levou a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito.
"Esta campanha generalizada e politizada contra mim, faz-me acreditar que estão de retorno os interesses das pessoas que enriqueceram de bilhões à custa da Sonangol. São estes que hoje fomentam e agitam a opinião pública de forma poder retomar os seus velhos hábitos", lê-se no comunicado de Isabel dos Santos, distribuído ao fim do dia de domingo.
A filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, escreve que foi "com espanto" que acompanhou as declarações proferidas pelo atual presidente da Sonangol, pelo que não podia deixar de demonstrar a sua "total indignação, com a forma como, sob o título de "Constatações/Factos" foram feitas "acusações e insinuações graves, algumas das quais caluniosas" contra a "honra" e o "trabalho sério, profissional e competente" que a equipa do anterior conselho de Administração desenvolveu ao longo de 18 meses.
Segundo Isabel dos Santos, "após quatro slides muito genéricos e superficiais sobre a performance da empresa e do setor petrolífero em Angola, a conferência de imprensa rapidamente deixou de concentrar naquilo que deveria ser o seu propósito".
Para a empresária, as tentativas de Carlos Saturnino - que tinha sido anteriormente exonerado de funções na Sonangol por Isabel dos Santos - de reescrever a história são consequência, no seu entender, "de um retorno em força da cultura de irresponsabilidade e desonestidade que afundaram a Sonangol em primeiro lugar".
Acrescenta que "o grau de agressividade e as campanhas difamatórias reproduzidas, e em perfeita coordenação com os órgãos de imprensa da oposição, e com as oficinas de manipulação das redes sociais, demonstram que há um verdadeiro nervosismo em alguns meios".
"Meios estes, com interesses financeiros, que durante anos aproveitaram fortunas ilegítimas à custa da Sonangol, e agora tudo fazem para que o escândalo da minha acusação difamatória distraia a opinião pública de ver os verdadeiros responsáveis", refere o comunicado.
A empresária termina afirmando que o problema da Sonangol, "não é, e nunca será Isabel dos Santos, mas sim a irresponsabilidade da gestão, e das entidades que beneficiaram de contratos leoninos e ganharam milhões, e hoje esperam poder continuar a gozar e viver desta prevaricação".
Na conferência de imprensa, Carlos Saturnino acusou a gestão de Isabel dos Santos de gastos exorbitantes em serviços de consultoria, em remunerações salariais dos administradores, bem como a falta de transparência no processamento salarial.
Sobre estas e outras acusações, Isabel dos Santos respondeu que o investimento realizado em consultoria foi o mais baixo até à data e traduziu-se em valor acrescentado e com impacto concreto da rentabilidade da Sonangol.
Este impacto, referiu, levou à identificação de mais de 400 iniciativas de redução de custos e mais de 50 iniciativas de aumento de receitas, as quais, conjuntamente, afirmou, permitiram melhorar os resultados em 2.200 milhões de dólares.
"Conforme afirmado pelo atual conselho de administração, o resultado da minha gestão exercida até 15 de novembro de 2017, resultou num aumento de lucros da Sonangol em 177%, e atingiu 224 milhões de dólares, e a dívida foi reduzida em 50%", sublinha o comunicado.
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