Na primeira sessão em bolsa sem Mexia no cargo de CEO, as ações da elétrica dispararam mais de 4%, beneficiando com uma nota de research positiva do Berenberg.
As ações da EDP e da EDP Renováveis (EDPR) fecharam em forte alta, com os investidores a reagiram de forma positiva às escolhas das empresas para substituírem António Mexia e João Manso Neto, confiando que Miguel Stilwell e Rui Teixeira vão manter a execução do plano estratégico.
Os títulos também beneficiaram com uma nota de research positiva, com o banco de investimento internacional Berenberg a recomendar aos clientes a compra de ações da EDP e também da EDPR.
O dia até começou no vermelho para as duas cotadas, que regressaram à negociação tal como estavam na segunda-feira quando os títulos foram suspensos por determinação da CMVM, devido às notícias de que António Mexia e João Manso Neto tinham sido suspensos de funções.
Contudo recuperaram terreno ao longo da sessão e fecharam mesmo em forte alta. A EDP subiu 4,14% para 4,525 euros, tendo negociado mais de 12 milhões de títulos. A EDP Renováveis avançou 4,94% para 13,96 euros, alcançando um máximo de 5 de março.
"Escolha positiva"
As escolhas foram as previstas, mas agradaram ao mercado, tendo em conta a evolução das ações e os comentários dos analistas. "A nomeação de Miguel Stilwell de Andrade para CEO interino da EDP é um passo lógico e positivo", escreve hoje Elchin Mammadov, analista da Bloomberg Intelligence que segue a elétrica portuguesa.
"Antes de assumir o cargo de CFO, liderou com sucesso a divisão comercial, bem como a subsidiária em Espanha. A sua nomeação deverá significar uma continuidade na execução do plano estratégico de quatro anos", refere Elchin Mammadov, realçando que a controvérsia com a investigação judicial a Mexia e Manso Neto poderá afastar investidores que seguem práticas de sustentabilidade.
Os analistas do BPI alinham pela mesma ideia, considerando que as escolhas "devem ser bem recebidas pelo mercado", já que os dois gestores "são muito conhecidos" e "estão há vários anos" no Grupo EDP. Desta forma, "não esperamos que desta transição resulte qualquer impacto material na execução do atual plano de negócios 2019-2022".
Apesar de desvalorizar o impacto da saída de Mexia, o BPI baixou a recomendação das ações da EDP para "neutral" e removeu a elétrica portuguesa da sua lista de ações favoritas ("core list") na Península Ibérica. A Repsol também saiu e entraram a REN e a Endesa.
Mas também há decisões de analistas favoráveis para a EDP esta terça-feira. Segundo a Bloomberg, o Berenberg subiu a recomendação das ações da elétrica de neutral para comprar, com um preço-alvo de 5 euros. O preço-alvo da EDP Renováveis é de 14,50 euros e a recomendação também melhorou para comprar.
"O impacto deve ser negativo a curto prazo, muito embora a EDP seja mais do que António Mexia e Manso Neto", defende Pedro Lino, adiantando que, "ainda assim é provável que alguns investidores não queiram estar expostos a uma eventual contingência da EDP, mesmo que remota", remata o administrador da Dif Broker.
Apesar do impacto negativo deste caso judicial, a EDP e a EDPR estão ainda entre as melhores da bolsa, em 2020. A elétrica valoriza mais de 20% e a EDP também regista uma subida de dois dígitos. Este comportamento positivo contraria a desvalorização de cerca de 15,5% do PSI-20, com os investidores a procurarem ações mais defensivas e menos sensíveis ao ciclo económico.
"Este impacto [negativo] pode ser minimizado pelo facto de as ‘utilities’ estarem a ser bastante procuradas por investidores, uma vez que são empresas que quase se substituem às obrigações, e pela solidez e interesse da companhia em termos estratégicos e de ativos", defende Pedro Lino.
O novo CEO
Miguel Stilwell de Andrade tem vindo a ser apontado para substituir António Mexia no cargo de CEO desde que começou a pairar sobre a empresa a hipótese de que este fosse obrigado a suspender as respetivas funções por ação da justiça – tal como veio a acontecer. O novo CEO deverá desempenhar as funções como interino, não sendo ainda certo se acabará por substituir definitivamente António Mexia, cujo mandato acabava dentro de um ano.
Independentemente de como se desenrolem os acontecimentos, para já foi escolhido um "homem da casa", com 20 anos de experiência na elétrica nacional.
De acordo com a página de Linkedin do próprio, o percurso começou no verão de 2000, na área de desenvolvimento de negócio e de fusões e aquisições, na qual passou a diretor em cinco anos. Neste âmbito, o novo CEO interino esteve envolvido na aquisição de várias empresas de renováveis que deram origem à EDP Renováveis.
Além deste papel, a nota curricular que consta do site da EDP destaca a envolvência nas várias fases da reprivatização da EDP, o aumento de capital da EDP em 2004, a oferta pública de venda (OPV) da EDP Energias do Brasil em 2005 e a OPV da EDP Renováveis em 2008. Foi eleito para membro do Conselho de Administração Executivo da EDP em fevereiro de 2012, o mesmo ano em que se tornou presidente da EDP Comercial. Em 2018, assume o pelouro financeiro.
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