O Banco de Portugal está a negociar com os chineses da Fosun a venda do Novo Banco, depois de fracassadas as negociações com os também chinenses da Anbang, segundo informação avançada pelo Jornal de Negócios.
Fosun avança depois de falhado o negócio com a Anbang
O Banco de Portugal anunciou esta terça-feira que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco.
"Por não ter sido alcançado um acordo, o Banco de Portugal decidiu hoje terminar aquelas negociações e convidar para negociações, no âmbito da Fase IV, o potencial comprador que apresentou, na fase anterior, a proposta qualificada em segundo lugar", informou hoje o supervisor.
O Banco de Portugal explica que há ainda uma terceira proposta em cima da mesa, sem nunca mencionar os nomes dos candidatos à compra do Novo Banco. A imprensa tem noticiado que era a seguradora chinesa Anbang que estava a negociar em exclusivo com o Banco de Portugal nesta quarta fase do processo de venda do Novo Banco.
Lesados dizem que fim da negociação foi "1.ª medida sensata" do BdP
A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) classificou o fim da negociação com a Anbang para a venda do Novo Banco como "a primeira medida sensata" do Banco de Portugal desde a resolução do BES.
"Esta é a primeira vez desde a resolução [do Banco Espírito Santo a 03 de agosto de 2014] que o Banco de Portugal [BdP] toma uma medida sensata", disse à agência Lusa o diretor da área de Lisboa da AIEPC, Nuno Lopes Pereira, depois de o supervisor ter hoje anunciado que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco.
Nuno Lopes Pereira afirmou que os valores propostos pela chinesa Anbang, apontada como a potencial compradora do Novo Banco, eram de tal forma baixos que seriam um "suicídio" para Portugal, para o banco, para todos os bancos que estão "reféns" do fundo de resolução e para os contribuintes, através da Caixa Geral de Depósitos.