A investigação policial foi encerrada após a conclusão de morte natural.
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Pedro Queiroz Pereira morreu de ataque cardíaco, confirma esta segunda-feira a autópsia realizada ao corpo do empresário português. O magnata morreu, aos 69 anos, este sábado quando seguia no seu iate, em Ibiza.
As autoridades espanholas abriram uma investigação para esclarecer as causas da morte, entretanto encerrada depois de a autópsia ter indicado o empresário teve um ataque cardíaco após o qual caiu das escadas da embarcação. Já a agência de notícias EFE tinha adiantado a mesma informação com base em fontes policiais.
Quanto ao transporte do corpo para Portugal, fonte oficial da Semapa indicou à Lusa que acontecerá nas próximas 12 horas, prevendo-se que se realize ainda na terça-feira o velório e na quarta-feira o funeral, em Lisboa.
Contudo, ainda não está decidido o local das cerimónias fúnebres, que deverão realizar-se ou na Basílica da Estrela ou no Mosteiro dos Jerónimos.
Quem sobre ele fala recorda-o como "um homem sério", "determinado" e "temperamental". Empresário, antigo piloto de ralis e dono de uma das maiores fortunas do País, Pedro Queiroz Pereira morreu anteontem, aos 69 anos.
O magnata perdeu a vida no seu luxuoso iate, em Ibiza, Espanha. Terá caído das escadas do navio, alegadamente após sofrer um ataque cardíaco. A polícia nacional espanhola está a investigar o caso, segundo avançou o ‘Diário de Ibiza’. A autópsia será determinante para apurar as causas da morte.
"Era um lutador nato e um homem de coragem e arrojo invulgares. [...] Íntegro, até por herança e feitio, respirava seriedade e paixão por fazer as coisas bem", afirmou sobre ele, num testemunho ao ‘Expresso’, o seu advogado e amigo Jorge Bleck.
‘PêQuêPê’, como era conhecido no mundo do automobilismo, nasceu em Lisboa a 5 de março de 1949. Pertencente a uma das famílias mais ricas do Estado Novo, após o 25 de Abril, e na sequência das nacionalizações então ocorridas, acompanhou os pais quando estes deixaram Portugal e se instalaram no Brasil.
Após o seu regresso ao País, dedicou-se à administração das sociedades controladas pela família, dando início à construção de um império industrial.
Polícia espanhola investiga morte de Pedro Queiroz Pereira
Em 2013, o chamado caso Semapa, diferendo que opôs o empresário ao Grupo Espírito Santo e à sua irmã Maude Queiroz, acabou por desencadear a queda de Ricardo Salgado, após os alertas que o industrial fez chegar junto do Banco de Portugal.
Atualmente, era acionista maioritário do grupo Semapa. Segundo a revista ‘Exame’, Pedro Queiroz Pereira era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do País.
Os negócios de família são agora transferidos para as mãos das suas três filhas: Mafalda, Lua e Filipa.
Grupo industrial de cimento e papel vale hoje 1,4 mil milhõesCriada em 1991 pela família Queiroz Pereira, a Semapa adquire, três anos depois, participações em empresas de cimento - a Secil, que ainda controla, e a CMP- tornando-se numa das maiores empresas do País sob a liderança de Pedro Queiroz Pereira. A empresa vale hoje mais de 1,4 mil milhões de euros, uma das posições mais valiosas no mercado nacional.
O grupo cresce em 2004 com a compra da gigante de papel Navigator (ex-Portucel), controlando hoje 69,4% da empresa. Em 2008, adquire o grupo ETSA, na área do ambiente, que hoje é detido pela Semapa quase na totalidade.
Atualmente, o aglomerado emprega mais de seis mil pessoas e exporta para dezenas de países. As exportações e as vendas no estrangeiro representam 76% do total da Semapa que, no ano passado, registou lucros de 124,1 milhões de euros.
Depois de completar 65 anos, a idade-limite para exercer cargos executivos no grupo, Pedro Queiroz Pereira deixa o cargo de CEO, mantendo-se como presidente do conselho de administração. No ano passado, o industrial preparou a sucessão da empresa, criando um fundo privado fechado subscrito pelas três filhas, Filipa, Mafalda e Lua.
A gestão do futuro da Semapa foi confiada a gestores fora da família, já que nenhuma das filhas demonstrou interesse em assumir os comandos. Hoje, a família Queiroz Pereira detém mais de 70% da Semapa.
Marcelo lamenta morte "prematura"O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte "prematura" de Pedro Queiroz Pereira.
Numa nota publicada no site da presidência da República, o Chefe de Estado apresenta as condolências à família do dono da Navigator e da cimenteira Secil.
Marcelo Rebelo de Sousa lamenta também "o prematuro desaparecimento desse grande industrial português", lê-se ainda.
"Um homem atento à comunidade"O antigo banqueiro José Maria Ricciardi recordou Pedro Queiroz Pereira como um "homem criador de riqueza e de emprego" e "um homem atento à nossa comunidade".
Numa nota enviada à Lusa, Ricciardi sublinha que Queiroz Pereira era "um grande adepto do ‘fair-play’", assim como "um grande amigo".
Um campeão nacional no automobilismoAmante da velocidade, Pedro Queiroz Pereira foi também um importante piloto em Portugal. Foi Campeão Nacional de Velocidade, Grupo Turismo, em 1987 e 1988.
Antes, já tinha participado em ralis nacionais, tendo vencido em 1980 a sua classe (Turismo) no Rally de Portugal (2º dos pilotos nacionais), assim como o Rali das Camélias, em 1984. Chegou à Fórmula 2 e tornou-se amigo de Ayrton Senna, que viria a sagrar-se tricampeão Mundial de Fórmula 1.
SAIBA MAIS
1994
foi o ano em que Pedro Queiroz Pereira adquiriu a participação maioritária da cimenteira Secil, num investimento que ascendeu aos 400 milhões de euros.
Vence concurso
Em abril de 2004, o empresário venceu o concurso público para privatização da Portucel. A empresa passou entretanto, em 2016, a ser designada por The Navigator Company.
Pai construiu hotel Ritz
Pedro Queiroz Pereira era filho do empresário Manuel Queiroz Pereira, a quem Salazar entregou a construção do primeiro hotel de luxo na cidade de Lisboa, o Ritz.
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