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Portugal investe menos 40% do PIB que a média da UE

Relatório pede aumento do investimento público e privado para fomentar o crescimento económico.

07 de abril de 2025 às 06:00

O diferencial negativo de investimento de Portugal face à média da União Europeia ultrapassou os 40% do PIB, nos últimos 15 anos, segundo um relatório da Associação Business Roundtable Portugal (BRP). O relatório compara a competitividade da economia nacional com oito países concorrentes que também fazem parte do bloco comunitário e que em 2000 apresentavam um PIB ‘per capita’ nominal próximo do português: Espanha, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Itália, Polónia e República Checa.

Segundo a análise do BRP, em 2024, o investimento privado em Portugal correspondeu a cerca de 16% do PIB, dois pontos percentuais abaixo da média da União Europeia, sendo o quarto nível mais baixo do grupo dos países concorrentes. No mesmo ano, o investimento público português representou apenas 3% do PIB, tendo o nível mais baixo do grupo dos países concorrentes, a par de Espanha. “É urgente realizar mais investimento produtivo em Portugal, privado e público, para acelerar o crescimento económico do País, para aumentar a produtividade e a inovação, para que Portugal se posicione de forma distintiva na transição tecnológica e na transição energética”, realça o BRP.

Simultaneamente, o volume de investimento em capital de risco representava apenas 6,8 pontos-base do PIB em 2024, um valor substancialmente abaixo da média da União Europeia (13,2 pontos-base) e muito aquém de países concorrentes como Espanha ou Estónia. Já o investimento em inovação por trabalhador correspondeu a apenas cerca de 32% do nível médio europeu.

“A menor presença de grandes empresas em comparação com outros países europeus limita a capacidade de mobilizar recursos para a inovação e para a colaboração entre empresas”, salienta o BRP. Por cada grande empresa em Portugal, existem 371 microempresas, 19 pequenas e quatro médias. “Portugal deve acelerar o investimento em inteligência artificial e tecnologias emergentes e assim contribuir para o aumento da produtividade e competitividade do País”, conclui o relatório.

IRS Jovem não beneficia os melhores

O relatório refere que “os jovens mais qualificados, nas áreas tecnológicas, científicas ou de elevada especialização” não beneficiam do IRS Jovem, o que faz desta medida “uma oportunidade semiperdida”. Se Portugal tivesse uma taxa de tributação sobre o trabalho ajustada ao seu nível de rendimento médio na OCDE, a carga fiscal situar-se-ia nos 30,7%, em vez dos atuais 42,3%.

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