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Mourinho dá 500 mil euros em notas a arguido do Marquês

‘Special One’ entregou o dinheiro a Diogo Gaspar Ferreira, administrador de Vale do Lobo, para comprar uma quinta em Azeitão, Setúbal.

30 de outubro de 2017 às 01:30

José Mourinho pagou 500 mil euros em notas por fora na compra de um imóvel, em Azeitão, Setúbal, a Diogo Gaspar Ferreira, administrador de Vale do Lobo que foi acusado na operação Marquês. A Gestifute, empresa que faz a gestão da carreira do treinador do Manchester United, não comenta o caso, mas garante que "a situação de José Mourinho com o Fisco está total e completamente regularizada."

Quando em setembro de 2015 foi questionado pelos investigadores sobre a origem dos 500 mil euros que circularam na conta de uma sociedade offshore, na Suíça, controlada por si próprio, Gaspar Ferreira afirmou que o dinheiro não estava relacionado com o negócio de Vale do Lobo, que foi investigado na operação Marquês, mas sim com a venda do imóvel a Mourinho. A quinta em Azeitão terá sido vendida a Mourinho, segundo o gestor do empreendimento de Vale do Lobo, em maio de 2008, numa altura em que o ‘Special One’ já deixara há muito o Chelsea.

No contrato de promessa de compra e venda do imóvel, constava o preço de 1,9 milhões de euros, mas o valor assumido na escritura foi de 1,4 milhões de euros. Segundo Gaspar Ferreira, esta diferença de 500 mil euros foi paga à parte em notas por Mourinho, por alegado interesse do próprio treinador.

Gaspar Ferreira disse várias vezes aos investigadores da operação Marquês, entre os quais estavam o procurador Rosário Teixeira e o inspetor tributário Paulo Silva, que Mourinho lhe entregou os 500 mil euros em notas e que entregou o dinheiro no BCP, não sabendo se as notas foram depositados na conta do BCP em Portugal ou na Suíça.

O CM questionou a Gestifute se Mourinho pagara os 500 mil euros em notas por fora e se o fizera por isso ser do seu interesse, mas a empresa de Jorge Mendes não fez comentários sobre esse assunto. A Gestifute frisou que a situação fiscal do ‘Special One’ está regularizada.

Gaspar Ferreira explicou que o dinheiro, depois de ter circulado pela Suíça, voltou a Portugal, porque necessitava dele para pagar uma dívida relacionada com a compra de Vale do Lobo.

O organizador da compra de Vale do Lobo

Falou com Rui Horta e Costa, que então trabalha na UBS em Londres. Foi assim que surgiram os futuros compradores de Vale do Lobo: Luís Horta e Costa, Hélder Bataglia e Pedro Neto. Gaspar Ferreira negociou o crédito da CGD de 194 milhões de euros para a compra de Vale do Lobo.

Treinador decidiu regularizar dívida fiscal de 33 mil €

Por sua iniciativa, o treinador regularizou a situação em 2015, após ser alertado dessa dívida fiscal.

Vale do Lobo gerou luvas a Sócrates

As alegadas luvas estarão relacionadas, segundo a acusação do Ministério Público, com a concessão do crédito de 194 milhões de euros da CGD para a aquisição de Vale do Lobo. Segundo o Ministério Público, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa fizeram um acordo com Vara em que, caso a CGD aprovasse os financiamentos, pagariam uma quantia a Vara e a Sócrates, "por ser o responsável político definidor das orientações do Estado, enquanto acionista único da CGD".

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