Candidato foi aluno de Marcelo Rebelo de Sousa e colega de turma de António Costa.
António Filipe, com 62 anos, candidata-se à Presidência da República depois de quase 50 anos de atividade política, a maioria da qual na Assembleia da República e ao serviço do PCP, partido ao qual aderiu em 1983.
Nascido em 28 de janeiro de 1963 na Amadora, distrito de Lisboa, António Filipe Gaião Rodrigues tinha 12 anos quando se deu o 25 de Abril de 1974, dia em que, segundo diz, "a vida passou a ser a cores" e que o levou, em junho daquele ano, a ter o primeiro encontro com o PCP, numa sessão de esclarecimento organizada numa pequena associação dirigida pelo seu pai.
"Eu fiquei fascinado ao conhecer a vida de um velho dirigente do PCP, aquela conversa abriu-me uma perspetiva do papel que tinham tido [na luta antifascista] e eu devo dizer que, naquele turbilhão, ganhei uma grande vontade de intervenção política. Até hoje. Foi uma paixão que ficou", recordou recentemente numa conversa no programa de Júlia Pinheiro, na SIC.
Com "grande vontade de participar e de intervir", António Filipe inscrever-se-ia pouco tempo depois na União Estudantil Comunista (UEC), antecessora da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), iniciando o seu percurso de intervenção política como delegado de turma, quase ao mesmo tempo em que se tornou, aos 13 anos, sócio do clube de futebol Belenenses, paixão que mantém até hoje -- é atualmente membro do Conselho Geral do clube de Belém.
Focado em dedicar-se à intervenção política, António Filipe inscreve-se, no final do ensino secundário, no curso de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, por ter percebido "que quem intervinha mais politicamente eram pessoas da área de Direito".
Colega de turma do ex-primeiro-ministro e presidente do Conselho Europeu, António Costa, e aluno do atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, António Filipe juntar-se-ia à JCP no ano da sua fundação, em 1979, tornando-se seu dirigente em 1985.
Dois anos depois, António Filipe seria convidado para integrar as listas da CDU nas legislativas de 1987, mas só se tornaria deputado em 1989, cargo que manteria ininterruptamente até 2022 e que o tornaria uma das figuras de destaque do PCP junto da opinião pública.
Enquanto deputado, António Filipe destacou-se como vice-presidente da Assembleia da República, cargo que assumiu entre 2005 e 2022, tornando-se reputado entre camaradas e adversários pelo seu humor e por ser uma pessoa séria, aberta ao diálogo e que procura consensos.
O agora candidato presidencial ficou, no entanto, também conhecido por posições polémicas a nível de política internacional, designadamente o facto de ter considerado "profundamente injusto" classificar o histórico líder cubano Fidel Castro como um ditador, além de ter afirmado que o atual Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, personifica "um poder xenófobo e belicista rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi".
Membro do Comité Central do PCP desde 1992, o agora candidato presidencial foi igualmente autarca na Amadora e em Sintra, e procurou manter sempre um vínculo académico, tendo tirado o doutoramento, lecionado Direito na Universidade Lusófona e na Universidade Europeia e publicado livros sobre questões constitucionais e de política parlamentar.
Pai de dois filhos, avô de um neto e recentemente viúvo, António Filipe apresenta-se agora a eleições presidenciais insistindo na ideia de que é necessário um Presidente próximo a vida real das pessoas e que cumpra a Constituição da República.
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