Voto de solidariedade teve os votos contra do PSD/CDS-PP.
A Câmara de Lisboa decidiu, esta quarta-feira, com os votos contra de PSD/CDS-PP, condenar veementemente "o genocídio do povo palestiniano" perpetrado por Israel, apelando ao reconhecimento do Estado da Palestina e ao cumprimento do direito de retorno dos refugiados.
Proposto pelo PCP, em reunião pública do executivo municipal, o voto de solidariedade pretende também "dar expressão concreta, institucional, à solidariedade com o povo palestiniano e à denúncia dos crimes que estão a ser cometidos por Israel", decidindo apagar, simbolicamente, todas as noites, durante pelo menos uma hora, a iluminação do Castelo de São Jorge, até à próxima reunião da câmara, prevista para setembro.
Justificando o voto contra da liderança PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta), o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), apontou a ausência de qualquer referência ao Hamas como "organização terrorista" no voto apresentado pelo PCP e afirmou "total repúdio" quanto às políticas do Governo de Israel e solidariedade com o povo da Palestina.
"Este voto não refere que o Hamas é uma organização terrorista, que tem feito muito mal, e muito mal aos próprios palestinianos, e também não refere que ainda há reféns que são detidos por esta organização terrorista, que foram assassinados, estropiados, e que ainda estão alguns em vida e em condições também desumanas. A solidariedade para com todos aqueles que sofrem com a guerra, mas com todos, todos, todos", declarou Carlos Moedas.
O voto de solidariedade com o povo palestiniano e de repúdio pelos crimes de Israel foi aprovado com os votos a favor de todos os vereadores da oposição, nomeadamente PCP, PS, Livre, BE e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).
Com este documento, a câmara condena veementemente "o genocídio do povo palestiniano perpetrado por Israel" e apela ao reconhecimento do Estado da Palestina, nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental, assim como ao cumprimento do direito de retorno dos refugiados palestinianos, conforme determinado pelas resoluções da Organização das Nações Unidas.
"Não há palavras para exprimir o horror e o sofrimento que o Estado de Israel está a infligir ao povo palestiniano na Faixa de Gaza e também nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental", lê-se no documento.
O voto de solidariedade refere ainda que "qualquer silêncio, qualquer subserviência perante o Estado de Israel e aqueles que se têm assumido como seus cúmplices, designadamente os EUA e a União Europeia, além de indignos, são flagrantemente contrários à letra e ao espírito da Constituição da República Portuguesa".
O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, três do PS, três dos Cidadãos Por Lisboa, dois do PCP, um do Livre e um do BE.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 60 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 140 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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