page view

“Há 14 mil bebés que vão morrer nos próximos dias”: alerta é do chefe humanitário das Nações Unidas

ONU diz que se não chegar comida em 48 horas, a sobrevivência de milhares de crianças está em risco.

21 de maio de 2025 às 01:30

“Há 14 mil bebés que vão morrer nas próximas horas, a menos que consigamos ajudá-los”. O alerta é do chefe humanitário das Nações Unidas depois de há cerca de mês e meio, desde 2 de março, não entrar qualquer comida, combustível ou medicamentos em Gaza, devido ao bloqueio israelita.

Em declarações à BBC, Tom Fletcher diz que se os camiões com comida não chegarem à população de Gaza nos próximos dias, a sobrevivência de milhares está em risco. “Quero salvar o máximo possível desses 14 mil bebés nas próximas 48 horas”, afirmou.

O tempo está a contar e cada hora que passa sem ajuda aumenta o risco de uma catástrofe humanitária em larga escala.

Israel já tinha anunciado que tinha deixado passar camiões com alimentos para bebés, sem especificar quantos, mas, de acordo com Tom Fletcher, essa ajuda ainda não chegou aos civis.

O responsável da ONU diz que dos nove camiões que foram autorizados a entrar em Gaza, na segunda-feira, apenas cinco conseguiram chegar ao território palestiniano, e que essa ajuda é “uma gota de água no oceano”.

Perante esta situação dramática, a ONU apelou à comunidade internacional para pressionar Israel a deixar entrar alimentos, água, medicamentos e combustível, bens que estão a ser retidos.

Após as declarações de alerta de Fletcher, a ONU foi autorizada por Israel a levar “cerca de 100” camiões de ajuda humanitária para Gaza, uma medida considerada insuficiente por líderes europeus que ameaçam sanções caso a ajuda não seja ampliada e a ofensiva não cesse.

Ao final do dia desta terça-feira, a ONU disse que nenhuma ajuda humanitária foi distribuída. Apesar de alguns camiões terem chegado à Faixa de Gaza, as equipas da ONU “não conseguiram garantir a chegada dos bens aos pontos de entrega” devido à falta de autorização por parte de Israel.

O ministro da Segurança Nacional de Israel já criticou a permissão dada por Israel para a entrada dos 100 camiões. “Este é um erro grave, que está a atrasar a nossa vitória. Insto mais uma vez o primeiro-ministro a explicar aos nossos amigos na Casa Branca as implicações dessa ‘ajuda’, que só prolonga a guerra e atrasa a nossa vitória e o regresso de todos os nossos reféns”, disse Itamar Ben Gvir.

Reino Unido pressiona Israel

O Reino Unido suspendeu as negociações sobre um acordo de comércio livre com Israel e decidiu aplicar novas sanções aos colonos na Cisjordânia ocupada devido ao bloqueio humanitário em Gaza. Perante esta decisão, Israel diz que “a pressão externa não vai desviar” o país e lamenta não ter sido previamente informado. “Se, devido a uma obsessão anti-israelita e a considerações políticas internas, o governo britânico está disposto a prejudicar a economia britânica, isso é uma prerrogativa sua”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita. “O Mandato Britânico terminou há exatamente 77 anos. A pressão externa não desviará Israel do seu caminho de defesa pela sua existência e segurança contra os inimigos que procuram a sua destruição”, acrescentou Oren Marmorstein.

A decisão doReino Unido surgiu depois de, na segunda-feira, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ter ameaçado, juntamente com os líderes de França e Canadá, tomarem medidas concretas caso Telavive não suspendesse a ofensiva militar. O primeiro-ministro israelita considerou que a declaração conjunta dos líderes era um “grande prémio” para o Hamas nesta guerra. “Ao pedir a Israel que ponha fim a uma guerra defensiva pela nossa sobrevivência antes que os terroristas do Hamas na nossa fronteira sejam destruídos e ao exigir um Estado palestiniano, os líderes em Londres, Otava e Paris estão a oferecer um grande prémio pelo ataque genocida contra Israel em 7 de outubro”, afirmou o gabinete de Netanyahu.

Entretanto, a UE anunciou, esta terça-feira, que vai rever Acordo de Associação com Israel, depois dos Países Baixos terem apresentado uma proposta nesse sentido na reunião dos chefes da diplomacia, em Bruxelas.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8