Espanha teme subida dos preços de matérias-primas com o início da guerra na Ucrânia

País enfrenta período de seca severa.

25 de fevereiro de 2022 às 18:31
Seca em Espanha Foto: Reuters
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Com o início da guerra na Ucrânia, Espanha teme que o preço dos cereais e fertilizantes comece a aumentar uma vez que o seu fornecedor está agora em palco de guerra.

A Ucrânia é o maior produtor de matérias-primas como cereais, sementes de girassol, farinha, óleo, mas também de fertilizantes que alimentam o gado. Por sua vez, a Espanha foi o segundo destino das exportações ucranianas no ano passado.

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Assim que se começou a falar do início da guerra, também a Espanha tremeu com medo da subida dos preços, que vinham juntar-se ao facto de existir uma seca severa neste inverno e à fragilidade económica do país neste sector. Neste sentido, Espanha teme que os celeiros espanhóis fiquem vazios em consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia.

"As nossas importações de cereais e girassóis, bem como meios básicos de produção, como fertilizantes, sofrerão severamente, o que implicará em um novo aumento dos custos de produção para o setor", disse Pedro Barato, presidente da Asaja (Associação Agrária de Jovens Agricultores).

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No total, no ano passado, a Espanha comprou da Ucrânia 27,4% do total das suas importações de milho (2,8 milhões de toneladas no valor de cerca de 460 milhões de euros).

Sem poder exportar frutas, legumes e frutas cítricas devido ao veto russo (paralisação comercial implantada pela Federação Russa há oito anos), dados do Ministério da Agricultura indicam que no ano passado foram exportados para a Rússia produtos agroalimentares de origem espanhola no valor de 223,06 milhões de euros, 8,28% a mais que em 2020 (206 milhões).

Da mesma forma, Barato lembra que "o gás e o petróleo ucranianos são a base para a produção de fertilizantes para toda a Europa e o conflito armado terá sérias consequências, como um aumento significativo dos preços e, claro, para o setor agrícola."

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Roche, o secretário de Relações Internacionais da UPA, acredita que a Comissão Europeia deveria ter antecipado esta conjuntura e ter preparado previamente "um plano de contingência para mitigar os danos" e acrescenta que é fundamental "salvaguardar a soberania alimentar da Europa e recordar os terríveis danos económicos causados pelo veto russo às nossas exportações após o penúltimo episódio deste conflito".

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