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Bruxelas divulga hoje previsões económicas que já devem refletir efeitos da guerra

Apresentação será feita em conferência de imprensa, em Bruxelas, pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

16 de maio de 2022 às 07:13

A Comissão Europeia divulga esta segunda-feira as previsões económicas de primavera, que já deverão refletir as consequências da guerra da Ucrânia, causadas pela invasão russa, esperando-se uma revisão em baixa do crescimento na União Europeia (UE) e zona euro.

A apresentação será feita em conferência de imprensa, em Bruxelas, pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, a partir das 11h00 (hora local, menos uma em Lisboa).

Paolo Gentiloni já veio reconhecer que as anteriores previsões de crescimento de 4% da economia do euro e da UE em 2022 são "excessivamente otimistas" devido aos impactos económicos da guerra ucraniana, à crise energética e ao aumento dos preços, admitindo uma revisão em baixa.

Em altura de confronto armado em território ucraniano devido à ofensiva russa, o responsável europeu da tutela reconheceu que, por isso, "existem várias formas através das quais o PIB [da zona euro e da UE] será afetado", em declarações feitas no final de março.

Nas anteriores previsões intercalares de inverno, divulgadas em fevereiro, a Comissão Europeia reviu em ligeira baixa o crescimento da economia europeia para este ano, para 4% do Produto Interno Bruto (PIB), tanto na zona euro como na UE, devido ao abrandamento no inverno provocado pela variante Ómicron do SARS-CoV-2, que causa a covid-19.

Bruxelas estimou ainda que o ritmo de crescimento económico desacelere para 2,7% na zona euro e 2,8% na UE.

Agora, apesar de a situação epidemiológica da covid-19 estar estável, a economia europeia está a ser desafiada pelas consequências económicas da guerra da Ucrânia, que já veio acentuar a crise energética da UE e pressionar os preços pelos problemas nas cadeias de abastecimento.

Por isso, já no início de março, por ocasião da apresentação das orientações de política orçamental para o próximo ano, a Comissão Europeia admitiu que a invasão militar da Ucrânia pela Rússia terá consequências económicas na Europa e poderá colocar em questão o anunciado regresso às regras de disciplina orçamental em 2023.

Depois de, ao longo dos últimos meses, o executivo comunitário ter afastado a possibilidade de prolongar além de 2022 a suspensão temporária das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), ativada há dois anos devido à pandemia da covid-19, em março reconheceu pela primeira vez que, face à incerteza provocada pela guerra na Ucrânia, será necessário reavaliar a esperada desativação da cláusula de escape no próximo ano.

Bruxelas admitiu designadamente que a guerra e possíveis retaliações da Rússia às sanções impostas pela UE, assim como o efeito 'ricochete' destas, tenham um impacto negativo no crescimento, com repercussões nos mercados financeiros, pressões sobre os preços da energia, estrangulamentos da cadeia de abastecimento e efeitos na confiança.

Com base nas previsões macroeconómicas de hoje, a Comissão Europeia fará então uma reavaliação da desativação da cláusula de escape, ou de salvaguarda, que suspende temporariamente as regras do PEC que exigem que a dívida pública dos Estados-membros não supere os 60% do PIB e impõem um défice abaixo da fasquia dos 3%.

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