Dia 8: "Praga de encantar"
José e Francisca, pai e filha, escolheram o CM para relatar interrail pela Europa.
Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do
Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do Correio da Manhã.
Pequeno-almoço pelas 09h00 e "zarpar".
Olhamos para um mapa da cidade para ter uma mínima noção de como se compõe. Há imensos monumentos para ver.
Como sempre e sem um grande rigor, vamos andando pelas ruas deixando a nossa intuição tomar conta do assunto. O nome das ruas estranhíssimo, escrito em checo (cirílico?), dificulta a orientação.
Passamos por uma rua pedonal e ao cimo de uma avenida que apareceu do lado direito, vimos o Museu Nacional, que fomos espreitar. Seguimos caminho, passando pelo Museu do teatro e logo a seguir atravessamos o rio Vltava.
A meio do rio havia uma pequena ilhota,"Strelecky Ostrov" de onde vinha barulho e estava a decorrer aquilo que parecia ser uma feira, com tendas e de onde saia música. Era o Dyzajn Market Festival . Um ambiente muito engraçado. As tendinhas eram quase na totalidade de criações meio artesanais de roupas e bijuteria e tendinhas de "comes e bebes".
Estava e iniciar um concerto e sem qualquer expectativa ficamos. Decidimos que iriamos comer por ali numa das barraquinhas. À distancia começamos a ouvir um som e o pai só dizia : "Uau, isto é uma desbunda , parece Manu Chao". Eu que não conheço o tal Manu , achei que era qualquer coisa de bom , pela reação do "Daddy Boy" . Aproximamo-nos e assistimos ao concerto todo e dançamos e gritamos. A Banda tinha uma bateria, um clarinete, um violino, um trombone e uma guitarra, mas aquilo tudo misturado era Rock n’Roll. Um concertão... Comemos um hambúrguer e seguimos.
Passamos pelo Museu de Kafka. Todos os museus e lojas estavam abertos ao domingo, como deve ser. Subimos uma grande calçada a caminho do Palácio...
Íamos a dizer um ao outro como tudo estava a correr bem, como nos cruzávamos com pessoas de todo o mundo e as pessoas sorriam, falavam e a energia que se sentia sempre era muito boa, quando de repente a meio da calçada e ao fundo de uma escadaria, um trio de jazz estava a tocar de forma deliciosa a música "What a Wonderful World". Pode não haver coincidências, mas aquela era a banda sonora para aquela momento preciso…
Sentamo-nos nas escadarias e mais uma vez ouvimos deliciados, achando que a música é uma dádiva.Chegados lá acima e vimos a paisagem de Praga cá do alto, longa até perder de vista. Bela. Havia qualquer coisa que lembrava Paris.
O Palácio é grandioso e encantador. Aliás, encantadora foi a palavra que escolhemos para definir a cidade. Aqui seria sempre o cenário perfeito para um filme de princesas da Disney. Parece que estamos num conto de fadas.
No regresso comemos uns bolinhos típicos, que são umas rosquinhas ocas onde escolhemos o recheio, são as "Tredlinik".
Chegados À margem do rio, passamos para o outro lado pela Ponte de Carlos, que como característica especial, de um dos lados ter uma estátua do Santo António de Lisboa.
As ruelas irregulares, sinuosas, estreitas, passagens, os pátios e pracinhas continuavam apinhadas. Há um excesso de turistas em Praga, muitas excursões, gente sem parar. Nós como sempre deixamo-nos ir. Por todo o lado há gente a tocar. A cada esquina está um artista.
Passamos pelo relógio astronómico (Orloj) e desaguamos novamente na Praça da cidade Velha, onde decorre um concerto de jazz e onde mais uma vez os assistentes se estendem pelo chão. Mais ao lado, um artista de rua inglês iniciava a sua atuação. Fomos. Uau! Fantástico, mirabolante e com muito sentido de humor.
Aqui nesta Praça estamos rodeados de monumentos, entre outras as duas igrejas a da Nossa Senhora de T´yn e a do São Nicolau, a "praça pequena" (malé námesti), a rua Celetná, o pátio de Ungelt, a Igreja de Santiago. Saímos da "cidade velha" pela Torre da Pólvora e passamos ao lada do antigo edifício municipal.
Fomos jantar e antes de irmos descansar, rodopiamos uma vez mais, pelas vielas e sentamo-nos na Praça em jeito de despedida. Praga é riquíssima em termos arquitetónicos, impossível ficar indiferente, aquelas cúpulas, os arabescos, os dourados...
Houve uma coisa que nos impressionou: os pedintes espalhados nas ruas e que pedem de uma forma mais humilhante do que o próprio ato, prostram-se de joelhos e cotovelos no chão, com a cabeça curvada para o solo. Não pedem, imploram. Foi chocante.
Vamos agora dormir com uma dúvida grande a assolar-nos. Queríamos ir a Dubrovnik, tínhamos essa "fisgada", mas estivemos a ver os comboios e seria tão demorado, que tornaria a viagem uma canseira. Com imensa pena desistimos.
Amanhã decidiremos.
Até já
P.S. como aqui a moeda é a coroa, o pai foi levantar dinheiro e pôs um zero a mais. Conclusão está com os bolsos cheios de coroas checas. E agora...?!
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