Os portugueses Pedro Queirós e Lourenço Macedo Santos estão em Katmandu, no Nepal, a viver toda a tragédia.
Por vezes quando falamos do que passou, não sabemos se devemos dizer terramoto, tremor de terra ou sismo. Aliás, inventamos uma anedota nova: sabem qual é a diferença entre um sismo e um tremor de terra?
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Não há diferença!!! É tudo a mesma m**** F***** C*******
Tentamos manter o bom humor. Apesar do cansaço se começar a sentir. 6 dias sem tomar banho. As horas dormidas também se somam pelos dedos. Se a estes 4 dias loucos, somarmos 2 dias de viagem desde Bagan a Katmandu, passando por Yangon, Kuala Lumpur e Daca no Bangladesh. E se somarmos ainda uma intoxicação alimentar no meio do Myanmar o cansaço pode começar a aparecer. Fala-se em 20 horas de sono na última semana. Mas nada que derrube a moral ou o instinto de sobrevivência.
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As coisas mudam muito rápido. O que é verdade num minuto no outro já não é. As fases pós-terramoto são intensas e variáveis. As perguntas sucedem-se.
Ir? Ficar? Como vamos? Onde há comida? Onde vamos dormir? Ainda há colchões?Como estão as ruas? Ir ajudar? Sentiste esta réplica? Vai chover? O aeroporto está aberto? Onde estão as nossas malas? Para onde vamos a seguir? ... Perguntas cuja resposta está sempre a mudar...
Hoje conseguimos recuperar os nossos passaportes. Fizemos mais uma diligência à agência de trekking e depois de várias ameaças que íamos partir a porta ou as janelas, os passaportes apareceram. Estavam no hotel onde tínhamos vivido o terremoto. O tal que foi abandonado.
Portugueses filmam destroços do sismo em Katmandu
Ficamos também a saber hoje que o avião de evacuação espanhol, onde éramos suposto partir, afinal não era para nós. Os nossos nomes deviam lá estar, mas não estavam.
Não sabemos se foi falta de comunicação entre Portugal e Espanha, porque de facto está difícil comunicar. Ou se não era o destino ir já. Mas não temos razões de queixa dos nuestros hermanos.
Temos sido muito bem tratados. Hoje oferecemos um ramo de flores à responsável da logística no consulado. Têm sido incansáveis. Não nos falta nada nem aos outros estrangeiros aqui.
Mas sabemos que ainda hipótese de sair via oficial. Vamos esperar. Se não for possível, já temos um voo esta sexta-feira para Nova Delhi. Ou seja, há um plano A e um B.
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Se só formos na sexta-feira vamos passar os próximos dias a auxiliar os locais. Hospitais ou onde for necessário. Há muito trabalho por fazer.
Hoje foi um dia calmo. De noite houve apenas uma réplica. Fomos ao centro e as lojas começam a abrir. Mas como disse anteriormente, há mesmo muitas pessoas a precisar de ajuda e o caos continua instalado.
Está a anoitecer agora e é hora de jantar. Arroz com qualquer coisa. Uma refeição quente. Algum conforto. Mas nunca se sabe. Tudo pode mudar num minuto.
Leia também os textos "O chão não parava de tremer", "As réplicas do terramoto continuam" e "Chega!! Temos de ir embora daqui". Texto de Pedro Queirós e Lourenço Macedo Santos, partilhado no Facebook e cedido ao CM para publicação.
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