Avião partiu-se em pleno voo
Tese de atentado ganha argumentos.
A tese de atentado na queda do Airbus A321 que no sábado se despenhou na Península do Sinai, Egito, matando 224 pessoas, ganhou credibilidade esta segunda-feira, depois de as autoridades de aviação civil da Rússia anunciarem que o avião "partiu-se em pleno voo". Esta revelação surgiu enquanto responsáveis egípcios corrigiam relatos iniciais para garantir que o piloto não emitiu um SOS nem pediu para aterrar de emergência no aeroporto mais próximo.
"A desintegração deu-se no ar e os fragmentos estão dispersos por uma vasta área de cerca de 20 km quadrados", afirmou Viktor Sorochenko, chefe do Comité de Aviação Interestatal da Rússia, concluindo, ainda assim, que é demasiado cedo para dizer o que causou a tragédia.
"Todos os indícios apontam para que o avião se tenha desintegrado a grande altitude", afirmou, por seu lado, Aleksandr Neradko, da Agência de Transportes Aéreos russa.
A desintegração aponta para uma explosão em voo e não para uma queda devido a falha mecânica, como inicialmente se disse, pois o avião chegou ao solo já feito em pedaços. Esta explosão pode ter sido causada por falha mecânica, mas o facto de a tripulação não ter emitido um SOS reforça a ideia de um acontecimento súbito e inesperado, algo que aponta antes para um atentado.
Contudo, o avião voava a mais de 30 mil pés de altitude quando tudo aconteceu, o que leva a pensar numa bomba a bordo e não num disparo de míssil, como afirmou no sábado o grupo Península do Sinai, ramo egípcio do Estado Islâmico (ISIS).
O grupo alegou que fez o atentado por causa "dos ataques aéreos russos que mataram centenas de muçulmanos em terras da Síria". E chegou a divulgar um vídeo que alega mostrar o momento da explosão e a queda do avião. Mas as imagens, de má qualidade, podem ser de qualquer aeronave e filmadas em qualquer lugar e data. Acresce que não foram partilhadas nas redes oficiais do ISIS na internet.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, alertou para as conclusões precipitadas, lembrando que a investigação das causas "é um assunto técnico complicado", que pode demorar vários meses.
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